Estudo sobre Isaías 49

Estudo sobre Isaías 49

Estudo sobre Isaías 49




Isaías 49
O retomo a Jerusalém (49.1—55.13)
Os caps. 49—55 são dirigidos ao mesmo grupo de pessoas que os caps. 40—48, os exilados judeus na Babilônia. Há agora uma mudança de ênfase, e não de mensagem propriamente dita. A atenção dos exilados é desviada da sua situação infeliz na Babilônia e dirigida para a terra natal, e em particular para a cidade-mãe. Como era fato inegável, Jerusalém estava em ruínas durante o período do exílio; mas o profeta está confiante ao olhar para o futuro e ver a sua restauração e suas glórias futuras. Essa mensagem era de validade permanente — pondo a esperança e estabelecendo a expectativa confiante diante do povo de Deus em tempos em que sua visão tendia a se limitar.
Esses capítulos também contêm três passagens que descrevem o “Servo do Senhor”; aqui o tema é a futura liderança do povo de Deus.

a) O Servo de Deus: o escopo do seu ministério (49.1-6)
O futuro bem-estar de um Israel reunido e restaurado está bem presente na mente do profeta, mas os v. 1,6 deixam claro que a bênção do mundo não é menos importante para ele. Esses temas gêmeos constituem a sua mensagem; mas o veículo da mensagem é a fala dada por um servo de Deus anônimo. Esse segundo “Cântico do Servo” (v. Introdução) é colocado nos lábios do servo apresentado ao leitor em 42.1-4 (v. comentário lá). Mais uma vez, se pode ver que ele é tanto um profeta (cf. especialmente Jr 1.5; 20.7-11) com uma língua poderosa (v. 2) quanto um líder político (v. 5,6) de dimensões régias. Os profetas antes do exílio haviam sido persistentemente ignorados e às vezes abusados por Israel e Judá; aqui temos um vislumbre de um líder profeta vindouro, no presente ainda escondido deles (v. 2), que com a ajuda de Deus vai perseverar até que não somente Israel mas o mundo todo seja abençoado com salvação. A visão evidentemente aponta para além do retorno do exílio (v. 5). E de novo a visão de um segundo Moisés; e mais uma vez, em retrospectiva, podemos ver que a profecia nunca se cumpriu antes da vinda de Cristo.
O v. 3 chama esse servo vindouro de o Israel que vai dar glória a Deus, em marcante contraste com o Israel histórico.
A segunda metade do v. 5 é parentética, e às vezes considerada fora de lugar (cf. NEB); ela mostra que a força gasta pelo servo (v. 4) agora foi renovada.

b) O retomo alegre (49.7-13)
A expressão Assim diz o Senhor deixa claro que o v. 7 começa um oráculo novo e distinto; ele é dirigido não ao “servo do Senhor” dos v. 1-7, mas a Israel, ao servo de governantes estrangeiros. Mesmo assim, segue de forma apropriada os v. 1-6; o primeiro estágio na bênção do mundo é a glorificação de Israel (v. 7), e isso não pode acontecer antes de todos os exilados retornarem da Babilônia e de todos os outros cantos do globo (v. 12); Assuã provavelmente era o ponto mais meridional alcançado pelos judeus.
Acima de tudo, no entanto, a palavra é dirigida aos exilados da Babilônia; eles precisam se preparar e obedecer à ordem Saiam [da Babilônia], e iniciar a difícil jornada para casa, tranquilos e confiantes na ajuda de Deus para o caminho (v. 9ss). Como em tantas outras vezes, o profeta irrompe em um hino de louvor diante dessa perspectiva (v. 13).
O v. 8 originariamente falava do dia da salvação do poder da Babilônia, mas continha a semente de uma promessa maior, cf. 2Co 6.2. A última parte do versículo retoma a linguagem de 42.6 e a reaplica a Israel, considerado a personificação da aliança para o povo de todo o mundo.

c)    A restauração de Sião (49.14-23)
A atenção agora é desviada dos exilados da Babilônia para o destino da cidade-mãe em Judá, Sião (v. 14). Jerusalém estava em ruínas, quase abandonada, desde 587 a.C., e os cidadãos que vinham adorar a Deus nas ruínas do templo devem ter dado expressão a sentimentos como Lm 1.1; 5.20. O presente oráculo responde a esses lamentos de desespero com uma mensagem de esperança miraculosa. As imagens vívidas, retratando Sião como uma mulher enlutada e estéril (v. 21) a ponto de se tornar noiva (v. 18) e ganhar uma grande família, destaca o contraste entre o presente e o futuro. Primeiro as tropas estrangeiras vão partir, e a cidade será reconstruída (v. 17), depois a sua população vai se multiplicar de forma prodigiosa (v. 19,20), e finalmente essa população será aumentada pelos exilados que serão trazidos de volta por governantes estrangeiros humilhados (v. 22,23). Incrível? O desafio de Deus à fé é claro e inconfundível: aqueles que esperam em mim não serão decepcionados (v. 23).

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