Estudo sobre Isaías 63

Estudo sobre Isaías 63

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Isaías 63

A destruição dos inimigos de Deus (63.1-6)
Esse oráculo breve e vívido funciona como um apêndice das promessas dos caps. 60ss. A remoção de todas as dificuldades e a transformação de circunstâncias adversas têm sido repetidamente anunciadas, com a certeza de que as nações ajudarão o povo de Deus (60.10; 61.5). Em resumo, 60.12 advertiu as nações desobedientes que o seu papel deve ser diferente — o de castigo usado como sinal. Este é agora o tema de 63.1-6. Edom é destacado como exemplo, visto que havia tratado Judá e os judeus de forma tão perniciosa e rancorosa no século VI a.C. (v. SL 137.1,7ss); mas em geral os comentaristas concordam que Edom aqui é um símbolo de todos os inimigos inveterados do povo de Deus. Aliás, o NT apoia essa interpretação: v. Ap 19.15. V. tb. o cap. 34.
A passagem é um diálogo, por assim dizer, entre a sentinela (talvez uma das “sentinelas” de 62.6) e um guerreiro salpicado de sangue, que é logo reconhecido como o próprio Deus. Deus está sozinho (v. 3), porque nenhuma agência humana havia levantado um dedo para frear essa opressão contra o seu povo (v. 5). O v. 4 lembra a promessa de 61.2, em que também o dia da vingança e o ano do livramento são dois lados da mesma moeda.

i) Uma oração por livramento rápido (63.7—64.12)
Nesse ponto, podemos perceber uma mudança de “clima” repentina e marcante. Capítulo após capítulo e seção após seção ofereceram à geração pós-exílica promessas de livramento e de um futuro glorioso; o profeta falou ao povo em nome de Deus. Agora vemos o povo se dirigindo a Deus, o profeta agindo como porta-voz deles, um verdadeiro mediador. Toda a seção 63.7—64.12 é uma oração por ajuda; em estrutura, é um salmo, muito semelhante ao salmo 44; o seu conteúdo pode ser comparado com todo o livro de Lamentações. E provável que o profeta o tenha escrito especificamente para ser usado no culto. No seu contexto no livro, o salmo é um apelo para que as promessas divinas, já feitas, se cumpram rapidamente (64.12). O contexto histórico vislumbrado está claro: Judá e Jerusalém estão em ruínas, o templo ainda não foi reconstruído (64.10,11).
63.7-14. O salmo inicia com uma confissão de fé, lembrando a fidelidade de Deus para com a sua aliança com Israel no Sinai (essa é a conotação de bondade, v. 7) e a constante infidelidade de Israel (v. 10). A história havia mostrado como Deus havia alternado entre libertar o seu povo (v. 9) e depois se ver obrigado a castigá-lo. A NVI e outras versões antigas estão quase certamente erradas no início do v. 9; a maioria das versões mais recentes segue a LXX — o hebraico parece defeituoso — e trazem “não foi um mensageiro ou um anjo, mas a sua própria face [presença] que os salvou” (BJ). Os v. 11-14 lembram particularmente os dias de Moisés e de Josué (que conduziu Israel para o descanso na terra prometida). Existe aqui um destaque para a presença poderosa do Espírito Santo. O v. 11 provavelmente deve começar como está no texto: Então o seu povo recordou, e não como sugere a nota de rodapé.
63.15-19. A oração reconhece solenemente que a deslealdade de Israel já tão antiga ainda não cessou e que os desastres do século VI a.C. são castigos bem merecidos (v. 17,18). A essa confissão, o profeta acrescenta vários pontos: (1) A paternidade de Deus — muito maior do que a de Abraão ou de Jacó — é tal que até mesmo filhos errantes podem esperar sinais do amor dele (v. 16); (2) a inação de Deus poderia pôr em perigo a sua própria reputação (v. 19); (3) Deus poderia prevenir os pecados do seu povo, se ele assim o quisesse (v. 17; cf. Mt 6.13).

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