Estudo sobre Isaías 45

Estudo sobre Isaías 45

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Isaías 45
A segunda parte do oráculo (45.1-7) é diretamente dirigida a Ciro, que agora recebe o título ungido, até aqui reservado para os de descendência israelita; aliás, um título de honra (v. 1). O padrão adotado para esse oráculo, além disso, é o usado nos salmos 2 e 110, como os exilados devem ter percebido imediatamente. As vitórias e sucessos preditos por Ciro eram o prelúdio necessário para os seus futuros benefícios a favor de Judá — como deixa claro o v. 4. Obviamente não se espera que Ciro adote a fé judaica (v. 4); ele é meramente o instrumento dos propósitos de Deus para o seu povo e também para o mundo (v. 4,6). O último versículo destaca o controle total que Deus tem sobre a história; vitória e derrota, paz e desgraça, tudo vem dele (v. 7).
Mais uma vez, uma eclosão breve de louvor (v. 8) é usada para concluir um oráculo; mais uma vez, fala-se da promessa como se ela já tivesse sido cumprida.
Os v. 9-13 são um apêndice às declarações de Ciro e refletem a incredulidade com que alguns exilados saudaram o oráculo. De forma apropriada, o profeta desafia a sua plateia: é o próprio Deus que eles estão ousando questionar e criticar (v. 9,10)! Ele reafirma a sua mensagem: Deus, o Criador todo-po-deroso, tem planos que somente Ciro pode realizar (v. 12,13). Observe que há incertezas textuais nos v. 9,11, mas em geral podemos seguir a NVI. v. 13. retidão', heb. sedeq, termo usado com frequência nos caps. 40— 55 com sentidos diversos podendo até significar “vitória”; A. S. Herbert parafraseia essa expressão da seguinte forma: “para o meu propósito triunfante”.

1) As nações e o povo de Deus (45.14-25)
Essa seção engloba diversos oráculos breves proferidos pelo profeta (cf. a divisão em parágrafos da NVI). O seu tema comum é o futuro de outras nações e seu relacionamento com Israel.
v. 14-17. Uma passagem anterior (43.3, 4) predisse a invasão do Egito por parte da Pérsia; retomando o tema, o profeta agora prevê o dia em que esses povos (e, por con-sequência, muitas outras nações) vão trazer as suas riquezas não de forma relutante a conquistadores brutais, mas de forma voluntária à terra de Israel {acorrentados é usado de forma metafórica), simplesmente porque o verdadeiro Deus, até aqui escondido das outras nações, será visto em Israel. Será um dia em que a idolatria e os idólatras serão envergonhados. O v. 17 então destaca o brilhante futuro do próprio povo de Israel, definitivamente protegido de ataques estrangeiros.
Os v. 18,19 confirmam o propósito de Deus, formulado novamente para contrabalançar as dúvidas e objeções dos exilados. O Deus que não havia somente criado o mundo, mas também planejado o seu futuro (i.e., ele não o deixou no estado de caos descrito em Gn 1.2), ainda tem propósitos para o seu mundo — e ele os tem revelado continuamente a seu povo por meio dos seus profetas. Essa afirmação é seguida adequadamente de mais um ataque contra a idolatria (v. 20, 21), visto que os ídolos nunca predisseram nenhum evento histórico.
Os versículos finais (v. 22-25) lembram aos exilados que Deus havia muito tempo determinara (como indica, por exemplo, o salmo 2) que levaria todos os povos do mundo à sujeição e obediência a ele. Assim, as nações já estão convidadas a se voltar para Deus; caso se voltem agora para Deus, serão salvos do destino que os inimigos de Deus terão de enfrentar um dia. Esse era o significado dos v. 22,23 no contexto histórico; mas podemos legitimamente ver neles uma praeparatio evangélica-, cf. Rm 14.11; Fp 2.10,11. Os v. 24, 25 resumem os ensinamentos dessa seção. Provavelmente deveríamos omitir a expressão a meu respeito (v. 24), cf. BJ (“dizendo:...”); há dúvidas textuais a respeito.

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