Estudo sobre Isaías 33
Isaías 33
Um hino de ação de graças (33.1-24)
Há muitos ecos dos salmos
nesse capítulo (alistados por Kaiser), e muitos comentaristas concordam que ele
foi escrito como um hino, i.e., para ser usado na adoração no templo. A
data e a autoria têm sido mais debatidas, mas a libertação miraculosa das
mãos de Senaqueribe em 701 a.G. pode bem ter ocasionado esse salmo de
gratidão. O destruidor do v. 1, então, é ou o próprio Senaqueribe, ou
mais provavelmente os assírios em geral.
O salmo começa com um Ai
pronunciado contra o inimigo (v. 1) e prossegue com a oferta de oração e louvor
ao Senhor exaltado (v. 2-6); esses temas eram as fontes
gêmeas do consolo e da gratidão de Judá. Nesse contexto, o temor do
Senhor (v. 6) denota a adoração a Javé em Jerusalém, considerado a chave
do tesouro que ele dá ao seu povo.
Os v. 7ss lembram, no
estilo de um lamento, a situação desesperadora que o inimigo havia causado, e o
v. 9 é uma referência às várias regiões afetadas pelo exército invasor. Os v.
lOss nos apresentam a resposta que Deus tinha dado ao seu povo
atordoado; os v. 11,12 são dirigidos ao inimigo. Então, no v. 13,
Deus desafia o restante da humanidade a reconhecer o que ele fez por Judá.
Nos v. 14ss o tema central
de Isaías aparece novamente, a justiça. Todo o povo de Judá deve a Deus
gratidão pelo livramento, mas nem todos — de forma alguma —
são dignos de entrar no pátio do templo (cf. SL 15). Mas os que são
realmente gratos podem mostrar isso corrigindo a sua vida; a gratidão
o requer, e, além do mais, as promessas divinas o recomendam. Essas
promessas são esboçadas nos v. 17-22: o inimigo, cuja presença ainda era
tão evidente e odiosa (mesmo depois de 701 a.C.; v. 18,19), será
eliminado afinal, deixando a terra com amplos horizontes de expectativa, e
então, com mentes não divididas, os adoradores estarão aptos a ver Deus
em seu esplendor (v. 17). (Esse conceito de ver a Deus pertencia
especialmente ao santuário, ao âmbito da adoração.) Deus, adorado
como juiz, rei e salvador, vai providenciar a paz perfeita pata a cidade do
seu santuário (v. 20,22). Todos vão experimentar o bem-estar físico e
espiritual (v. 23,24).
Dois versículos
(21,23) introduzem a linguagem figurada do mar e de barcos, e são bastante
enigmáticos, talvez porque já não consigamos compreender bem as alusões.
O v. 21 promete rios e canais largos que tanta falta fazem à
terra sedenta da Palestina (cf. Ez 47.6-12); mas o profeta garante aos
seus ouvintes que o rio não vai permitir que nenhum navio de guerra
inimigo invada Judá. O v. 23a (que talvez deva ser lido em conjunto com o
v. 21) parece dirigido a algum desses inimigos em potencial,
advertindo que navios invasores serão golpeados e não avançarão (cf.
SL 48.7).Índice: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 Isaías 14 Isaías 15 Isaías 16 Isaías 17 Isaías 18 Isaías 19 Isaías 20 Isaías 21 Isaías 22 Isaías 23 Isaías 24 Isaías 25 Isaías 26 Isaías 27 Isaías 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 Isaías 32 Isaías 33 Isaías 34 Isaías 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 Isaías 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 46 Isaías 47 Isaías 48 Isaías 49 Isaías 50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54 Isaías 55 Isaías 56 Isaías 57 Isaías 58 Isaías 59 Isaías 60 Isaías 61 Isaías 62 Isaías 63 Isaías 64 Isaías 65 Isaías 66