Estudo sobre Isaías 23
Isaías 23
Acerca de Tiro e Sidom (23.1-18)
O último capítulo dessa
seção importante do livro de Isaías é dedicado à Fenícia, cujas cidades
principais eram Tiro (v. 1) e Sidom (v. 2). Os habitantes se
chamavam “cananeus”; daí o uso da palavra “Canaã” em algumas versões no
v. 11 (ARA, ARC; NVI: Fenícia)-, com frequência, no AT, como
nesse capítulo, “Sidom” significa o país como um todo. O capítulo
reflete a grande habilidade dos fenícios no comércio marítimo e também as
colônias que eles fundaram em volta do Mediterrâneo tão longe quanto a
Espanha. Mas desde c. 700 a.C. começou o seu declínio, e isso foi
corretamente previsto por Isaías, como o seu oráculo (v. 1-12) deixa claro. Primeiramente, os
assírios os pressionaram, depois foram atacados novamente pelo Império
Babilónico; no entanto, a ilha que faz parte da cidade de Tiro nunca foi
capturada antes de Alexandre, o Grande, em 332 a.C. Assim, o
cumprimento do oráculo foi progressivo, levando no todo mais de três séculos.
Os v. 1-4 lembram o rico
comércio entre a Fenícia e o Egito (imagina-se que Sior
seja sinônimo de Nilo) e lamentam a queda final da cidade de Tiro.
Muitos dos seus habitantes fugiram para Chipre (v. 1,12). (Os
maiores navios da época eram chamados de navios de Társis.) O
restante da Fenícia observa com espanto (v. 2,4). O Egito está
aflito porque perdeu o comércio lucrativo com a Fenícia; mas
evidentemente as colônias fenícias como Társis (Tartesso na
Espanha) já não tinham como ajudar a cidade-mãe (v. 10). O
declínio da Fenícia, diz Isaías, não será um acaso da história; é o
propósito estabelecido do Senhor. A razão principal da ira de Deus
era o orgulho comercial, o auto-engrandecimento desalmado da Fenícia (v.
8,9).
Os v. 3-18 estão basicamente
em prosa, embora incluam porções em poesia e sejam posteriores. Após
Senaqueribe ter atormentado severamente a Fenícia em 701 a.C., o comércio
de Tiro foi interrompido em grande parte por quase setenta anos, quando
o declínio do Império Assírio permitiu a sua recuperação comercial.
Mais tarde no seu ministério, então, o profeta predisse a recuperação da cidade
(v. 15ss), retratando Tiro como uma prostituta exercendo a sua
ocupação e cantando nas ruas. O v. 18, com uma modificação de tom
marcante, revela que no final o propósito de Deus é que a cidade pagã
mais rica (simbolizada aqui por Tiro) já não seja pagã, mas dedique
todos os seus recursos à adoração de Deus. Há uma alusão aqui
ao papel de Tiro, séculos antes, na construção e no embelezamento do
templo de Salomão.
O v. 13 (que deve ser
interpretado em conjunto com o v. 14) é extremamente difícil, tanto em termos
de texto como de tradução. Se a RSV e a NEB
estiverem corretas, então o versículo só pode ser datado do tempo
do ataque de Nabucodonosor contra Tiro (v. comentário de Ez 26ss),
pois reflete o fato de que a Babilônia, e não a Assíria, cumpriu
o oráculo de Isaías. (Nesse caso, o versículo deve ter sido uma
observação marginal que por meio de erro posterior de escriba conseguiu
entrar para o texto de Isaías.) Mas a NVI (também a maioria das versões em
português) segue outra possibilidade; v. especialmente as discussões em
Erlandsson e Young. Nenhuma posição pode ser considerada absoluta.
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