Estudo sobre Isaías 27

Estudo sobre Isaías 27

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Isaías 27
e) Restauração e adoração (27.1-13) A forma de apresentação em algumas versões (cf. BJ) deixa claro que esse capítulo consiste em diversos parágrafos distintos; há uma linha de pensamento em todo o trecho, mas sem dúvida temos aqui o que originariamente eram oráculos bem distintos. O v. 1 prediz a queda dos inimigos de Deus; os v. 2-11 prometem dias melhores para Judá e Israel, mas lançam um olhar realista sobre a condição contemporânea, contrastando o seu futuro com a condição presente de uma cidade anônima; e os v. 12,13 predizem o retomo de todos os exilados israelitas à sua terra, como também a adoração em Jerusalém.
O v. 1 recorre à linguagem de antigos mitos cananeus, em que Leviatã e o “monstro” (Raabe) eram inimigos derrotados pelo deus Baal; descrições quase idênticas podem ser encontradas nos textos de Ras Shamra (v. DOTT, p. 129-30), e está claro que Isaías estava usando expressões muito conhecidas para o seu público. De forma igualmente clara, o profeta usa essa linguagem de maneira metafórica para descrever os inimigos históricos de Javé. Leviatã pode bem simbolizar a Assíria, e o “monstro”, o Egito; outras comparações têm sido sugeridas, mas essa interpretação estabelece um equilíbrio perfeito nos v. 12,13.
Os v. 2-6 retomam o tema de 5.1-7, prometendo que Judá (por dedução) algum dia vai ser uma vinha frutífera (v. 2) e que Israel vai produzir uma riqueza miraculosa de frutos (v. 6); entrementes, Deus cuida da sua vinha com todo o carinho e convida o seu povo a responder a ele.
Os v. 7ss reconhecem que Deus afligiu severamente o antigo Reino do Norte, não tanto com castigo como com o propósito — o fim da idolatria — que tem em mente; o v. 7 sugere que o castigo que Deus traz sobre os seus inimigos é marcantemente diferente da disciplina que ele exerce sobre o seu povo. (O início do v. 8 é obscuro.)
Os v. lOss mencionam novamente uma cidade anônima; isso possivelmente deve ser interpretado de forma genérica (v. comentário de 24.10), mas a linguagem usada no v. 11 é mais apropriada para o povo de Deus do que para pagãos, e por isso o que se tem em mente provavelmente é Samaria (Jerusalém é menos provável no presente contexto). Se for assim, a falta de misericórdia de Deus não vai ser permanente em vista das promessas de Deus nos v. 9,12.
v. 12,13. Com duas metáforas diferentes, o profeta prediz o retorno à terra da Palestina daqueles que tinham ido para a Assíria como deportados e ao Egito como refugiados, quando o Reino do Norte caiu em 722 a.C. O v. 9 predisse a interrupção da idolatria em Israel;
o v. 12 vai além e diz que o futuro lugar de adoração de Israel não é nem Dã nem Betei, mas Jerusalém em Judá.
Assim, as descrições do futuro nos caps. 24—27 terminam com o tema da futura adoração de Deus purificada e unificada, centrada no monte Sião.

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