Estudo sobre Isaías 44

Estudo sobre Isaías 44

Estudo sobre Isaías 44 




Isaías 44

O Deus de Israel e os ídolos da Babilônia (44.1-23)
Essa seção contém dois oráculos (v. 1-5; v. 6-22); no final, ainda é acrescentado um breve cântico de louvor (v. 23). O segundo oráculo engloba uma longa sátira acerca da idolatria (v. 9-20), que parece estar em prosa.
v. 1-5. O primeiro oráculo é de esperança e promessa, para aliviar o medo dos exilados (v. 3). O ponto principal é que Israel tem um futuro — Israel ainda é o servo de Deus, com uma missão a cumprir. O seu futuro será de prosperidade material e espiritual, tanto assim que os não-judeus vão se associar voluntariamente com Israel e o seu Deus (v. 5). Jesurum é um raro sinônimo de Israel, talvez um nome de orgulho, derivado de uma palavra que significa “reto”, “justo” (cf. Dt 32.15; 33.5,26).
v. 6-20. O segundo oráculo também contrabalança a timidez do exílio (v. 8), dessa vez ao lançar mais um desafio aos deuses da Babilônia. Acima de tudo, a religião babilônica havia falhado por sua total incapacidade de predizer a queda do Império Babilônico.
Só podemos pressupor que a pompa e o esplendor exteriores da adoração babilônica estavam exercendo um fascínio considerável sobre os exilados judeus. A longa digressão (v. 9-20) é um ataque brilhante, não contra o pensamento religioso babilônico como tal, mas contra os próprios ídolos; o propósito da sátira é persuadir os exilados de que um ídolo não é nada mais do que um pedaço de madeira. O simples contraste com o Deus vivo, embora invisível, de Israel está implícito em toda a passagem.
v. 21ss. O profeta conclui o seu oráculo com um apelo aos exilados para que lembrem do seu chamado, que virem as costas à idolatria e que, perdoados e libertos, se dediquem a Deus. Como muitas vezes faz, ele termina com uma nota de louvor (v. 23); esse hino fala da libertação do exílio como se já tivesse acontecido (eu o resgatei, v. 22). Aos judeus abatidos na Babilônia, a afirmação de que Deus iria mostrar a sua glória em Israel deve ter sido uma promessa maravilhosa, mas também desafiadora.

j) Giro como o Rei apontado por Deus (44.24—45.13)
A palavra do profeta agora está chegando a um clímax, concentrando a atenção na pessoa de Ciro, chamado pelo nome pela primeira vez (44.28; 45.1). A mensagem é surpreendente; conquistadores estrangeiros anteriores haviam sido reconhecidos pelos profetas como agentes de Deus (e.g., Nabucodonosor, cf. Jr 25.9), mas Ciro deveria ser e fazer algo mais extraordinário. Não era intenção de Deus devolver o trono de Judá aos descendentes de Davi num futuro imediato; mas Ciro, embora fosse pagão e estrangeiro, deveria fazer por Judá mais ou menos o que Davi havia feito muito tempo antes! Ele deveria permitir o retorno dos exilados e favorecer, na verdade ajudar a financiar, a reconstrução do templo (cf. Ed 1).
Essa mensagem extraordinária foi cuidadosamente formulada de forma que atraísse a atenção dos exilados. A primeira parte dela (44.24-28) é dirigida a eles e destaca o poder de Deus como demonstrado na criação (v. 24) e na história (v. 27, que provavelmente é uma referência ao êxodo). O fato é que oráculos pagãos (tão otimistas em relação à Babilônia) deveriam se mostrar falsos (v. 25), enquanto os oráculos de Javé aos seus mensageiros, os profetas, tinham se cumprido visivelmente repetidas vezes. Com base nisso, as promessas reconfortantes dos profetas acerca de Jerusalém devem ser transmitidas (v. 26). Então quem vai cumprir o propósito do Senhor? Nenhum rei de Judá, mas, antes, Ciro da Pérsia (v. 28) — independentemente de os exilados gostarem disso ou não! O termo pastor era uma metáfora comum para reis; cf. Ez 34.

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