Estudo sobre Isaías 56
Isaías 56
Judá após o retomo (56.1—66.24)
A seção final de Isaías
consiste em oráculos e ensinos dirigidos àqueles que viviam em Judá logo depois
do exílio, ao final do século VI a.C. Poucas coisas são distintivamente
novas em relação ao sentido geral desses capítulos; as novas características
(como a discussão acerca do jejum no cap. 58) são basicamente devidas
à necessidade de se adaptar o mesmo tipo de ensino a uma situação
diferente. O tema de um futuro glorioso é agora especialmente proeminente;
para aqueles que viviam num período de instabilidade e privações, e que
estavam conscientes de que muitas das promessas de Deus ainda permaneciam
sem cumprimento, esse aspecto era crucial. O livro termina então
oferecendo tanto exortação quanto inspiração: o hoje desanimador deve ser
vivido à luz do glorioso amanhã.
a) A base da adoração (56.1-8)
Essa passagem se ocupa com
dois diferentes grupos de pessoas: os judeus na sua terra natal (v. 1,2) e os
estrangeiros convertidos ao judaísmo também vivendo em Judá (v.
3-8). Os v. 1,2 retomam o tema da retidão do cap. 55, mas o
apelo já não para se aproveitar a repentina e singular oportunidade de
deixar a Babilônia. Deus tinha retido dos judeus do início do período
pós-exílico em Judá (final do século VI) muitas das promessas
contidas nos caps. 40—55, mas a sua salvação completa estava à
disposição se o seu povo estivesse disposto a obedecer. As suas
obrigações incluíam tanto a adoração quanto a ética (destacada e resumida
no v. 2); essas constituíam a retidão da vida diária.
No entanto, se muitos
judeus estavam falhando nos dois aspectos, um bom número de estrangeiros,
especialmente alguns eunucos (v. 3) que eram oficiais e
administradores persas em Judá, foram atraídos para a fé do povo de
Israel. A antiga lei de Dt 23.1-6 tinha barrado essas pessoas do santuário a
fim de proteger a sua pureza ritual; agora chegou o tempo de colocar
a ênfase na prontidão espiritual para a adoração. Estrangeiros
que demonstraram sinceridade (v. 4) e que se “uniram” com ao Senhor (v. 6
— provavelmente a circuncisão esteja implícita) são convidados pelo
próprio Deus ao seu templo, quando estiver reconstruído (515 a.C.). O profeta
não somente autoriza essa mudança de regra, mas também espera ansiosamente
por um povo de Deus muito maior para adorá-lo (v. 8). Jesus, ao citar
o v. 7, deu uma ordem semelhante de que nenhum empecilho deveria obstruir
os gentios devotos de adorarem no templo (Mc 11.15-19). Observe que o
privilégio da adoração no templo mais do que compensa os problemas humanos
naturais e psicológicos sentidos pelos eunucos (v. 5).
b) Repreensão e consolo
(56.9—57.21) A verdadeira adoração requerida em 56.18 é agora contrastada
com o estado real das coisas predominante em Judá logo após o exílio.
Os líderes da nação eram, em grande parte (embora possamos provavelmente
absolver Ageu, Zacarias, Zorobabel e outros) preguiçosos, interesseiros e
avarentos (56.9-12), enquanto muitas pessoas comuns eram culpadas de
apostasia e idolatria (57.3-13).
O oráculo contra
líderes nacionais (56.9-12) adota imagens pastoris. O “rebanho” de Judá
pode ser atacado livremente (v. 9) porque os profetas que deveriam dar o sinal
de alerta são cegos e mudos (v. 10), enquanto os políticos (pastores)
estão ocupados demais em se alimentar (v. 11). O v. 12 parece
citar um cântico popular de bebedeira. (No v. 10, a primeira palavra
deveria ser “sua” (dele) e pode referir-se a Israel ou a Deus.)Índice: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 Isaías 14 Isaías 15 Isaías 16 Isaías 17 Isaías 18 Isaías 19 Isaías 20 Isaías 21 Isaías 22 Isaías 23 Isaías 24 Isaías 25 Isaías 26 Isaías 27 Isaías 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 Isaías 32 Isaías 33 Isaías 34 Isaías 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 Isaías 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 46 Isaías 47 Isaías 48 Isaías 49 Isaías 50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54 Isaías 55 Isaías 56 Isaías 57 Isaías 58 Isaías 59 Isaías 60 Isaías 61 Isaías 62 Isaías 63 Isaías 64 Isaías 65 Isaías 66