Estudo sobre Isaías 51

Estudo sobre Isaías 51

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Isaías 51
Promessas reconfortantes (51.1—52.2)
O apelo de 50.10 é reforçado com um poema triplo (possivelmente três poemas distintos com um tema semelhante), cada seção prefaciada com um chamado aos exilados para que ouçam, prestem atenção (v. lss; v. 4ss; v. 7,8). Os v. 9ss são uma resposta, clamando a Deus para que aja; e os v. 12-16 são uma promessa divina de ajuda e livramento. Uma palavra-chave nos v. 1-8 é o hebraico sedeq, que a NVI traduz por retidão; nos v. 5, 8, o sentido melhor talvez seja “libertação” (cf. RSV; assim também a NTLH: “vitória”, no v. 8).
Os v. lss são um encorajamento para que se tenha fé no futuro feliz que é prometido no v. 3. Abraão é a rocha da qual eles foram cortados: e ele — o pai da fé — até mesmo antes do nascimento de Isaque teve a coragem e a visão de acreditar que a sua semente teria dimensões nacionais.
Os v. 4ss destacam como será rápido o cumprimento das promessas de livramento feitas por Deus. A semelhança com 42.1-4 é extraordinária e lembra aos exilados que o propósito de Deus em salvá-los é abençoar o mundo. O v.o 6 afirma que os céus e a terra são menos estáveis que as promessas de Deus. Os v. 7,8 prosseguem em encorajar os exilados a confiar nessas promessas, pondo de lado qualquer temor de homens, que de qualquer forma são mais transitórios do que o universo material.
O apelo dos exilados a Deus para que aja (v. 9,10) pode ter sido extraído pelo profeta da adoração deles. A linguagem altamente poética lembra a linguagem dos mitos antigos acerca da criação do mundo como os cananeus a imaginavam, mitos em que a deidade derrotou o Monstro dos Mares (heb. ”Raabe”), que simbolizava as primevas águas caóticas, e depois criou um mundo ordenado sobre a terra seca que então emergiu. Mas, no uso israelita, “Raabe” às vezes era um termo pejorativo para designar o Egito, e é o que possivelmente é sugerido aqui: o êxodo está mais uma vez na mente do profeta. O v. 11 é retomado de 35.10 e introduz as palavras de consolo e promessa que seguem.
Os v. 12-16 retomam alguns temas anteriores desse capítulo. A transitoriedade do homem e o poder de Deus são mais uma vez contrastados. As promessas práticas do v. 14 são apoiadas pelas palavras do v. 16 que destacam o cuidado e a proteção de Deus e os privilégios não interrompidos do seu povo.
O apelo dos exilados a Deus por ajuda (51.9) é respondido com um apelo duplo para que eles ajam (51.17; 52.1). O nome Jerusalém é usado tanto para os exilados (51.17) quanto para a cidade futura (52.1). Ambos recebem a promessa de um futuro bem diferente das angústias passadas, que são resumidas no v. 19 como o duplo desastre da destruição da cidade e do templo, e a morte de muitos cidadãos em condições de cerco e de guerra. A imagem usada é de alguém cambaleando (v. 17) como se estivesse embriagado; a linguagem lembra os lamentos de Lm 1 e 2.
A presente situação, então, logo deve ser revertida (v. 22,23). A resposta exigida dos exilados é basicamente uma mudança de atitude — estar completamente prontos para responder ao chamado divino à ação, deixando para trás o seu medo, sua autocomiseração e desespero.
52.1 não é tanto um chamado à santidade, mas uma promessa de que num dia futuro Jerusalém vai estar totalmente livre de senhores estrangeiros e pagãos.


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