Estudo sobre Isaías 43
Isaías 43
A promessa do livramento (43.1-21)
As repreensões (raras
nesses capítulos) dão lugar novamente ao consolo. A promessa do livramento
do exílio é mais uma vez o tema do profeta, mas agora é ampliado e
aprofundado. E ampliado, visto que os espalhados de Israel em todos os
quatro cantos do globo, não somente na Babilônia, devem ser trazidos para
casa (v. 5ss); é aprofundado pelo destaque ao amor especial de Deus pelo
seu povo (v. 3,4). A linguagem é pictórica, mas a verdade subjacente
é que, enquanto os exilados judeus seriam libertos e ajudados por Ciro, o
continente africano, especificamente o Egito, sofreria a invasão e
seria conquistado pelo sucessor de Ciro, Cambises. O amor de Deus, a
ser demonstrado dessa forma na história, é a resposta suficiente a todos os
temores dos exilados (v. 1,2).
Ao usar novamente as
palavras cego e surdo em referência aos exilados (v. 8; cf.
42.18,
19), o profeta os enxerga como “conduzidos para fora”
(a saber, da Babilônia) para um propósito específico, o de serem testemunhas
na corte (v. 10). A outra parte nessa causa (isso está implícito
mesmo que não declarado) são deuses pagãos, que são desafiados a encontrar
testemunhas a favor de sua capacidade de predizer o futuro (v. 9).
Por meio dessa forma de argumentação, o poder singular de Javé
é defendido e destacado (v. 10-13); o parágrafo culmina com a ênfase na
capacidade de Deus de derrubar qualquer império, e o oráculo seguinte (v.
14-21) especifica que são os babilônios e seus governantes caldeus
(v. nota de rodapé da NVI) que vão cair. (Isso está claro, apesar das
obscuridades do heb. no v. 14.) Essa nova libertação de Israel é representada
em termos do êxodo do Egito muito tempo antes, tantas vezes lembrado
e repetido na adoração dos judeus em épocas antigas e modernas; na
verdade, no entanto, o profeta recomenda aos exilados que esqueçam o êxodo
(v. 17), porque a sua experiência futura será muito mais maravilhosa.
E importante a descrição de Israel como “criado” por Deus (v. 15) e “formado”
para ele (v. 21); ela serve para confirmar o propósito imutável que Deus
tinha para o seu povo. O louvor à Deus (v. 21) nunca estava distante
dos pensamentos e dos modos de expressão do profeta.
h) A infidelidade passada (43.22-28)
A seção final do cap. 43 se
ocupa com as falhas na adoração antigamente oferecida a Deus por Israel. A
passagem é disposta como um cenário do tribunal, como os v. 8-13,
mas agora Israel não testemunha a favor de Deus, mas aparece como seu
oponente (cf. especialmente o v. 26). Evidentemente, alguns exilados
negavam que a sua deportação para a Babilônia havia sido merecida; eles
não tinham sempre adorado a Deus fielmente, com uma devoção que beirava a
exaustão completa? Essa afirmação é enfaticamente rejeitada por Deus; ao
contrário, eles o haviam ”sobrecarregado” com as suas constantes ofensas
(v. 24). Dificilmente cabe no contexto geral fazer os v. 22ss serem uma referência
ao período exílico em Sl, quando obviamente a adoração sacrificial no templo em
Jerusalém era uma
impossibilidade física; antes, deveríamos destacar a repetição de eu e
me — i.e., os muitos sacrifícios e devoções nunca tinham chegado a
Deus, em virtude dos pecados que os acompanhavam. O v. 27 lembra a
pecaminosidade dos líderes nacionais desde o início (Seu primeiro pai
provavelmente significa o próprio Jacó), e o v. 28 confirma a justiça do
castigo que caiu sobre Israel. (Os porta-vozes provavelmente são
os reis de Judá, que de certa forma estavam associados constitucionalmente
ao templo.') O castigo usado como sinal havia caído
sobre eles; e mesmo assim o veredicto de Deus é perdão (v.
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