Estudo sobre Isaías 34

Estudo sobre Isaías 34

Estudo sobre Isaías 34




Isaías 34
1) A queda dos inimigos de Deus (34.1-17)
O cap. 34 reflete a hostilidade antiga entre Judá e Edom e está fundamentado indubitavelmente num oráculo contra Edom, predizendo a sua destruição e desolação totais. Muitas circunstâncias históricas devem ter dado origem a esse tipo de oráculos proféticos contra os edomitas (cf. especialmente Jr 49.7-22, em que mais uma vez é usado o nome Bozra, um topônimo de Edom, como sinônimo do país como um todo). Aqui, no entanto, o retrato é cósmico (cf. v. 4), e a maioria dos comentaristas concorda em que ”Edom” representa todas as nações hostis a Deus (v. 2); o cap. 35 prossegue ao mostrar o outro lado da moeda, ou seja, as bênçãos futuras do povo de Deus. E indubitável que o capítulo está cheio de figuras de linguagem, e não é fácil saber quanto há de literal nesse texto; a derrota total final de tudo que se opõe a Deus é a lição principal da passagem. V. tb. 63.1-6.
O v. 1 adota a linguagem apropriada ao tribunal: o mundo é intimado a ouvir o veredicto e a sentença divina. O v. 2 lembra a linguagem de salmos como o salmo 2, que de maneira semelhante retrata nações gentílicas propositadamente hostis ao “Senhor e ao seu ungido”; e o v. 3 lembra SL 97.5. No v. 4, mostra-se que o inimigo é mais do que humano; pode ser que a referência original tenha sido aos deuses adorados em Edom, mas o tema da destruição destes céus e desta terra no final exige a alegre promessa de Ap 21.1. O tema do destino dos céus não é explorado em mais detalhes aqui; a atenção é dirigida imediatamente à terra abaixo, sendo que Edom é mencionado a primeira vez no v. 5. Os v. 6,7 retratam a futura grande matança em termos de sacrifício; será como se os edomitas fossem vítimas sacrificiais em altares de Javé. Os v. 9,10 aplicam a Edom a linguagem extraída do destino de Sodoma e Gomorra (cf. Gn 19.24-28); enquanto um quadro diferente é depreendido do destino predito para a Babilônia em 13.20ss. Ambos os quadros descrevem a desolação total; o destaque dado à presença total dos animais selvagens (v. 15,16) tem a intenção de refletir a ausência total de seres humanos, e o v. 17 mostra Deus designando Edom como um tipo de terra prometida para animais selvagens. O v. 11 usa novamente a linguagem de textos bíblicos mais antigos; as palavras caos e desolação são as mesmas de “sem forma e vazia” em Gn 1.2. O versículo é um paradoxo inteligente, retratando Deus como quem toma instrumentos de construção e faz medições detalhadas com o objetivo de produzir desolaçãol (No entanto, a última linha do versículo não é clara.)
Em resumo, então, todo inimigo humano de Deus vai um dia ser totalmente banido de cena. A razão é apresentada no v. 8; o povo de Deus, representado pelo termo Sião, assim como os seus inimigos são representados pelo termo Edom, não pode estar para sempre à mercê dos que não têm misericórdia, nem podem os que o perseguiram e atormentaram permanecer impunes para sempre. O dia de vingança e de retribuição certamente virá.