Estudo sobre Isaías 24

Estudo sobre Isaías 24

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Isaías 24

A palavra de Deus para o mundo (24.1—27.13)
Essa seção é às vezes chamada “o Apocalipse de Isaías”. O cenário agora é cósmico, e o quadro referencial do tempo é o futuro. Como em outros textos em Isaías, o estudo mais detalhado mostra que oráculos independentes foram combinados para dar um retrato mais amplo. A ruína de tudo que é hostil a Deus, a bênção reservada para o povo de Deus e o seu propósito final para Jerusalém (27.13) são os temas predominantes, que dão conforto e segurança ao seu povo fiel em tempos de apuros políticos ou de desastres. Deus é apresentado como aquele que está no controle completo de todo o mundo, em todo tempo.

a) Juízo mundial (24.1-20)
Oseias, ao profetizar uma geração ou duas antes de Isaías, tinha lamentado as condições morais caóticas do Reino do Norte e predito a ruína completa do país (Os 4.1-10). Isaías
24.1-20 retoma o tema, e o v. 4 lembra em especial Os 4.3, mas amplia o escopo da profecia para o mundo todo. As potências imperiais como a Assíria um dia terão de sofrer o castigo de Deus, enquanto nações pequenas como Judá já estavam sofrendo o castigo dele infligido por meio dos assírios. Assim, a profecia combina todos os fios dos caps. 13—23; os v. 1-3 e 14 revelam o escopo universal do castigo vindouro decretado pelo Senhor (v. 3). O v. 3 ressalta que todas as classes da sociedade serão afetadas; e, no final, o “remanescente” será realmente pequeno (v. 6, 13). O lamento (v. 4-12), que está embutido na profecia, dá a explicação para o desastre mundial que está por vir: os habitantes da terra desobedeceram às leis de Deus (v. 5). Eles quebraram a aliança eterna (cf. Gn 9.16); o castigo é retratado em termos que contrastam com o dilúvio dos dias de Noé, pois é um quadro de seca terrível. A falta de vinho (v. 7-11) tipifica a falta de toda a vegetação, como também a perda de todo tipo de alegria. As cidades estão abandonadas às ruínas (v. 10,12), enquanto os seus habitantes buscam em vão comida nos campos. Os v. 17-20 retomam o mesmo tema do desastre por vir, novamente em linguagem que lembra a história do Dilúvio (v. 18; cf. Gn 7.11).
Os v. 14ss destacam um tipo específico de pessoa (terceira pessoa do plural), possivelmente o remanescente sugerido no v. 13, cuja experiência é muito diferente. Eles cantam de alegria, em todo lugar do mundo; é evidente que os que adoram o Deus de Israel são os que sobreviveram ao holocausto. O tom muda de forma marcante no meio do v. 16; embora o sentido exato da segunda metade do versículo seja incerto (v. outras versões), podemos entendê-la provavelmente como introdução dos v. 17-20, e não como um pós-escrito dos v. 14-16a.

b) A fé do futuro (24.21—25.5)
A ruína futura dos sistemas injustos e ímpios da terra não vai resultar num vácuo espiritual. A idolatria vai sucumbir juntamente com aqueles que a praticam; o profeta resume a idolatria em termos de adoração das estrelas (os poderes em cima nos céus), a lua e o sol (v. 21ss). O AT reconhece com fre-quência a realidade espiritual da idolatria; os ídolos em Sl mesmos não são reais, mas o poder da idolatria sobre a mente e as ações dos homens era evidente no mundo antigo. O NT destaca os aspectos satânicos e demoníacos da idolatria; v. especialmente Ef 6.12. Apocalipse 20.1ss,7 está baseado no v. 22.
A idolatria, então, no final de tudo, vai se curvar diante do Senhor dos Exércitos (v. 23) — uma expressão que destaca o controle total que Deus tem sobre os poderes do Universo. A essa altura, o quadro cósmico é deixado de lado, pois o Senhor escolheu reinar gloriosamente não na majestade dos céus, mas em Jerusalém, diante de seres humanos comuns fiéis a ele. A menção de líderes lembra Êx 24.1 ss; cf. também Ap 4.4.

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