Jeremias 15 — Interpretação Bíblica

15:1 A resposta seguinte de Deus foi ainda mais firme ao fechar a porta ao arrependimento insincero de Judá. Deus escolheu dois dos maiores intercessores da história de Israel, Moisés e Samuel, para ilustrar a impossibilidade de alguém mudar de ideia sobre o julgamento de Judá (15:1). Moisés intercedeu por Israel após a idolatria deles com o bezerro de ouro (ver Êxodo 32-33). Samuel intercedeu quando eles estavam sendo ameaçados pelos filisteus (ver 1 Sm 7:5-11) e novamente quando o povo pecou ao pedir um rei humano (ver 1 Sm 12:19-25).

15:2-4 Era tarde demais para interceder em favor de Judá. Seu povo já estava destinado à morte, à espada, à fome e ao cativeiro (15:2). O Senhor havia falado. Para garantir que a mensagem não fosse perdida, Deus acrescentou detalhes horríveis ao seu pronunciamento, dizendo que os corpos dos judeus que foram mortos pelos invasores babilônios seriam devorados por pássaros e animais selvagens (15:3). Por causa dos atos horríveis cometidos pelo rei Manassés de Judá durante seu reinado de cinquenta e cinco anos, que mergulharam Judá nos pecados mais graves que se possa imaginar (ver 2Rs 21:1-16), Deus não estava voltando atrás (15:4).

15:5-7 Então Deus fez a Jerusalém uma pergunta dolorosa e incisiva: Quem terá piedade de você? Historicamente, o Senhor foi o único que demonstrou simpatia por eles e se preocupou com o seu bem-estar (15:5). Porém, repetidas vezes eles lhe viraram as costas (15:5-6). Então, quem restou para lamentar sua dor? Resposta: ninguém.

Se os seres humanos não demonstram preocupação ou piedade quando você está sofrendo, você tem um problema. Mas se Deus se cansa de mostrar compaixão por você (15:6), você fica sem esperança! É por isso que as boas novas do evangelho são tão boas. Nele, Deus mostra sua compaixão transbordante. Aqueles que se arrependem dos seus pecados e confiam em Jesus Cristo têm a esperança segura do perdão e da vida eterna.

15:8-9 Esta era a situação de Judá – e quando Deus começou a desencadear o seu julgamento, não havia lugar para se esconder. Como resultado da morte dos homens de Judá em batalha, as viúvas se tornariam mais numerosas do que a areia dos mares (15:8). Uma mãe de sete filhos geralmente era considerada muito abençoada, mas não em Judá, porque seus filhos haviam partido (15:9).

15:10-14 Aqui Jeremias afunda ainda mais no desespero: Ai de mim, minha mãe, porque você me deu à luz. Em outras palavras, ele gostaria de nunca ter nascido. É difícil afundar mais do que isso. Ele lamentou seu nascimento porque foi objeto do desprezo de Judá, embora não tivesse feito nada de errado e tivesse sido fiel na transmissão da mensagem de Deus. O fato de ele não ter emprestado ou emprestado significa que ele não se envolveu em nenhuma atividade que lhe desse a oportunidade de tirar vantagem financeira de outros (15:10). No entanto, apesar disso, a destruição e o cativeiro vindouros de Judá eram inevitáveis (15:12-14).

15:15-18 Jeremias retorna a conversa aos seus problemas: Sofro desonra por sua honra (15:15). As palavras de Deus eram um deleite para ele – ele as considerava seu alimento (15:16). O profeta também se separou do bando de foliões (15:17) que poluíam Judá e Jerusalém com seus pecados. Ele sentou-se sozinho, sem amigos ou ninguém para confortá-lo em sua dor. Deus se tornou como uma miragem para ele (15:17-18).

15:19 Mas parece que o profeta foi longe demais em sua autopiedade, porque o capítulo termina com Deus dizendo a Jeremias para se arrepender para que ele pudesse continuar servindo a Deus. Em vez de descer ao nível do povo e das suas palavras inúteis, que podem referir-se às suas declarações inúteis de falso arrependimento, Jeremias foi recomissionado para falar as palavras puras de Deus. Mas ele alertou novamente Jeremias para não esperar receber o prêmio de “Cidadão do Ano” da Câmara de Comércio de Jerusalém por seu serviço fiel. Se Jeremias servisse a Deus fielmente, seria inevitavelmente odiado por aqueles que odiavam a Deus.

15:20-21 O povo de Judá continuaria a lutar contra o profeta de Deus, mas não o venceria. Deus faria dele um muro fortificado de bronze contra seus ataques (15:20). Maior sofrimento estava por vir para Jeremias; entretanto, ele resistiria — não por causa de sua força ou força de vontade — mas porque o Senhor o resgataria e redimiria (15:21).

Cristão, tome nota. O poder das pessoas más não é definitivo. Não é nada comparado ao braço forte de Deus. Confie nele de todo o coração e lembre-se de suas palavras: estou com você para salvá-lo e resgatá-lo (15:20).