Jeremias 24 — Interpretação Bíblica
Jeremias 24 — Interpretação Bíblica
24:1-10 A próxima profecia de Jeremias aos líderes rebeldes e ao povo de Judá começou com uma visão que mais uma vez virou de cabeça para baixo as falsas profecias dos falsos profetas. Esta visão foi dada depois que Nabucodonosor enviou Jeconias (Joaquim), seus oficiais e os artesãos e ferreiros de Judá para Babilônia. Os dois cestos de figos que Jeremias viu não poderiam ser mais diferentes um do outro: havia figos maduros, comestíveis, e figos podres e nojentos (24:1-2). Eles representavam dois grupos de pessoas: os que foram para o cativeiro e os que permaneceram em Judá ou fugiram para o Egito (24:5, 8).
Alguém poderia pensar que os exilados eram os figos ruins e estes últimos os figos bons, mas não é assim. Os exilados que foram para a Babilônia foram, na verdade, mandados embora pelo Senhor (24:5). Eles seguiram sua promessa de restauração assim que seus corações se voltaram totalmente para ele (24:6-7). “Setenta anos” de exílio finalmente chamariam a atenção deles (ver 25:1-14).
O rei Zedequias, o último rei de Judá, e aqueles que estavam com ele eram os figos podres (24:8). Eles continuaram a desobedecer a Deus e experimentariam a sua maldição (24:9-10). Jeremias advertiu Zedequias para se render a Nabucodonosor, mas ele não quis ouvir (ver 38:14-28). Ele também aconselhou aqueles que se rebelaram contra Nabucodonosor a não fugirem para o Egito, mas eles rejeitaram seu conselho (ver 42:1–44:14). Portanto, Deus os condenou a serem objeto de desprezo, ridículo e maldição (24:9). Aqueles que estão determinados a agir como fruta podre não podem reclamar quando são tratados como fruta podre.
Os dois cestos de figos 24.1-10
Em 597 a.C., Nabucodonosor levou muitos prisioneiros de Jerusalém para a Babilônia (2Rs 24.10-16; 2Cr 36.10). Os que ficaram em Jerusalém olhavam com desprezo para aqueles que tinham sido levados embora, pensando que eram como figos muito ruins, ruins demais para serem comidos (v. 2). Deus inverte as coisas, dizendo que os figos bons são os israelitas que foram levados para a Babilônia (v. 5; 29.4-14) e que os ruins são aqueles que ficaram em Jerusalém (v. 8).
24.6 plantarei e não arrancarei. Ver Jr 1.10, n.
24.7 Porei no coração deles o desejo de reconhecerem que eu sou Deus. Uma bela afirmação, já no AT, de que o reconhecimento de Deus é, na verdade, um dom do próprio Deus (Fp 2.13). no coração... o desejo. Em muitas passagens da Bíblia, as pessoas pensam e desejam não com a mente, mas com o coração. serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Essa promessa será ampliada em Jr 31.31-34 (ver Jr 7.23, n.).
24.8 os que se mudaram para o Egito. Estes podem ser aqueles que foram para o Egito com o rei Jeoacaz (Jr 22.10-12) ou, então, aqueles que, mais tarde, fugiram para o Egito depois do assassinato de Gedalias (Jr 42—44).
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