Jeremias 21 — Interpretação Bíblica

Jeremias 21 — Interpretação Bíblica

Jeremias 21 — Interpretação Bíblica

Em 21:1-7, Jeremias dá uma resposta ao rei Zedequias, o último rei de Judá antes da queda da nação na Babilônia. O capítulo 22, porém, aborda os três reis que precederam imediatamente Zedequias. Isto demonstra que o livro de Jeremias nem sempre segue uma ordem cronológica clara.

21:1-2 Com os exércitos babilônicos sitiando Jerusalém, o rei Zedequias esperava por uma palavra de libertação de Deus. Então ele enviou a Jeremias dois de seus oficiais, Pasur (não o Pasur de 20:1) e Sofonias (21:1). O rei queria que o Senhor atuasse. . . algo como todas as suas obras maravilhosas do passado para que Nabucodonosor se retirasse (21:2). Zedequias provavelmente estava se referindo aos dias do rei Ezequias, quando o Senhor derrotou os assírios de maneira sobrenatural (ver 2 Reis 18–19).

21:3-7 Mas isso foi então, e isto é agora. Jeremias não tinha essa mensagem de resgate para Zedequias – e este rei malvado não deveria ter esperado uma. Em vez de libertar a cidade, o próprio Deus lutaria contra ela com braço forte – uma forma metafórica de se referir ao seu poder onipotente (21:5). Muitos morreriam por causa da peste, da espada e da fome (21:7). O próprio Zedequias, de fato, seria entregue ao rei Nabucodonosor da Babilônia, que não demonstraria piedade ou compaixão (21:7). Embora essa não fosse a resposta que Zedequias procurava, é um lembrete de que Deus age de acordo com a sua agenda, não a nossa. Devemos conformar-nos com os planos do seu reino e não esperar que ele abençoe os nossos programas.

21:8-10 Esta mensagem de condenação aos líderes de Judá foi seguida por um apelo ao povo de Jerusalém para escolher a vida ou a morte (21:8). Através de Jeremias, Deus explicou as consequências de cada escolha nos termos mais claros. Ele já havia decretado que Jerusalém seria entregue aos babilônios e destruída, apesar das esperanças fúteis de libertação ou vitória militar. Aqueles que resistissem em Jerusalém morreriam pelas três formas familiares de julgamento de Deus: a espada, a fome e a peste. Aqueles que se rendessem aos babilônios (caldeus) salvariam suas vidas – embora fossem levados ao cativeiro (21:9). Como qualquer um que passasse para o lado do inimigo era considerado um traidor, esta não foi uma escolha fácil de fazer. Mas o Senhor do céu e da terra insistiu que não havia outra esperança.

21:11-14 O resto do capítulo deixa claro que uma grande parte da culpa pelos pecados de Judá poderia ser atribuída aos pés do trono em Jerusalém, onde os reis falharam no papel de liderança espiritual. Os reis de Judá não faziam parte de uma casa real comum; eles eram os descendentes de Davi, aquele por meio de quem o Messias viria. Se algum rei deveria ter praticado retidão e justiça, então, seriam os reis da Casa de Davi (21:12).

Davi era “um homem segundo o coração [de Deus]” (1Sm 13:14), por isso deve ter sido doloroso para Deus dirigir-se a um grupo tão lamentável como Zedequias e seus predecessores como parte da linhagem Davídica. Se Zedequias pensava que ser o sucessor de Davi lhe daria uma vantagem privilegiada diante de Deus, ele estava redondamente enganado. Ser descendente de Davi não trazia nenhuma vantagem a menos que fosse acompanhado de obediência. A mensagem do Senhor foi: Cuidado! Eu estou contra você (21:13). As rampas de cerco babilônicas que estavam sendo construídas fora dos muros de Jerusalém deveriam ter deixado Zedequias e seus oficiais de joelhos.

Notas Adicionais

Jerusalém será destruída 21.1-10
Durante o cerco final de Jerusalém, no ano de 587 a.C., o rei Zedequias mandou mensageiros a Jeremias, para pedir que ele orasse em favor da cidade. Jeremias respondeu que a cidade seria destruída e colocou diante do povo o caminho da vida e o caminho da morte (vs. 8-10).
21.1 rei Zedequias. Jr 1.3; 2Rs 24.18-20. Pasur, filho de Malquias. Não é o mesmo Pasur de Jr 20.1-6. É mencionado de novo em Jr 38.1-4. o sacerdote Sofonias. Jr 29.26; 37.3; 52.24-27.
21.2 Nabucodonosor, da Babilônia, está fazendo guerra contra nós. 2Rs 25.1-7; 2Cr 36.17-21. pode ser que o Senhor faça um milagre. Um milagre parecido com aquele que tinha acontecido mais de cem anos antes, em 701 a.C., quando os assírios, comandados por Senaqueribe, atacaram Jerusalém, mas não conseguiram entrar nela (2Rs 19.32-36).
21.5 Eu mesmo lutarei contra vocês. Isaías chama isso de “trabalho estranho” de Deus (Is 28.21).
21.7 deixarei que sejam presos pelo rei Nabucodonosor. O cumprimento disso está em Jr 52.8-11,24-27.
21.8 escolham entre o caminho da vida e o caminho da morte. Em Dt 30.15,19, o caminho da vida passa pela obediência aos mandamentos de Deus; aqui, é entregar-se aos babilônios (v. 9).
Mensagem para a família real de Judá 21.11—22.9
Jeremias lembrou aos reis de Judá que a maior responsabilidade deles era fazer justiça e proteger os explorados (21.11-12; 22.3; Sl 72.1-4,12-14). Se eles se recusassem, seriam castigados por Deus (21.11-12; 22.5).
21.13 Jerusalém... acima dos vales. Ao pé da letra, o texto hebraico diz: “moradora do vale”.