Estudo sobre Jeremias 33

Estudo sobre Jeremias 33

Estudo sobre Jeremias 33




Jeremias 33

Deus é aquele que restaura os destinos (33.1-26). A mudança entre o tom de esperança (v. 1-13) e o de aparente desespero (v. 14-26) levou muitos comentaristas a rejeitar os v. 14-26, que não estão nas traduções gregas, e considerá-los ausentes nos originais. No entanto, eles estão em concordância com a situação. Pecado, castigo, purificação e restauração (v. 1-9) são seguidos de alegria, louvor a Deus e paz (v. 10-13), e, como no cap. 23, todas essas bênçãos provêm do Messias prometido da linhagem de Davi que é a Nossa Justiça (v. 14-16). Quando ele vier, o reinado e o sacerdócio estarão unidos de forma duradoura (v. 17-22). As promessas que Deus fez não podem ser frustradas por nenhum evento pavoroso pelo qual a nação passe (v. 23-26). As subdivisões seguidas aqui são com frequência as apresentadas nos profetas (Assim diz o Senhor).
A restauração do povo (33.1-9). Jeremias recebe a confirmação do poder soberano de Deus como aquele que fez a terra e a formou e a firmou (v. 2, LXX; cf. TM: “que faz isto”). Ele precisava simplesmente pedir para receber (v. 3; cf. Mt 7.7). A oração está ligada à revelação de coisas grandiosas e insondáveis (TM: b‘surõP, melhor do que “escondido” [RSV], nesurõt). A pergunta na mente do profeta é como Deus pode restaurar a prosperidade de Judá depois de tudo que aconteceu? A resposta é dada: (a) A reconstrução só pode seguir a destruição do pecado (v. 4-6). Os babilônios são a ferramenta da destruição. Mas certamente vai haver tanto a reconstrução quanto o fim do pecado. Toda a calamidade tem uma intenção terapêutica, (b) Deus vai trazer cura (v. 6; cf. 8.23) e purificar do pecado (v. 8; cf. 31.34). Jerusalém vai então ser novamente uma verdadeira testemunha do poder e da provisão de Deus.
A restauração da terra (33.10-13). A queda de Jerusalém e as bênçãos da nova aliança são ambas confirmadas aqui (v. 10). O contraste entre a presente realidade e a restauração vindoura é vívido; bondade (prosperidade também) e alegria, em vez de condenação e tristeza; vida em casa, em vez de no exílio; e adoração no templo (SL 106.1; Ed 3.11), em vez de choro nos ermos pagãos. A prosperidade material vai ser vista novamente na terra fértil de Judá (v. 12-14 também pressupõem 32.44 e a vindicação da escritura de compra de Jeremias).
A restauração do rei (33.14-26). Jeremias já predisse a renovação da linhagem real em que um rei governará com justiça, e aqui ele repete 23.5. O Messias leva o nome e o título reais — o justo Renovo que vai trazer paz e segurança — e dá o seu nome à cidade e ao povo. Yhwh-sidqmu aqui prefigura a identidade da igreja e dos indivíduos redimidos com Cristo (“o qual se tornou [...] para nós [...] justiça” (ICo 1.30; 2Co 5.21). Os participantes da aliança precisam demonstrar o mesmo caráter (santidade e justiça) do seu Mestre. A garantia da promessa é ilustrada pela referência a alianças anteriores que não foram quebradas: (a) a aliança davídica (v. 17; cf. 2Sm 23.5); (b) o sacerdócio (v. 18); (c) o dia e a noite (a “lei natural” instituída por Deus como foi prometido a Noé em Gn 8.22; cf. v. 20). Cristo, como Melquisedeque, combina os ofícios de rei e sacerdote (Hb 7.1,1725), e crentes ideais precisam refletir isso (cf. Ap 1.6). O seu sacrifício completou tudo que era prefigurado pelos sacerdotes levíticos. Idealmente, a igreja e o Estado deveriam trabalhar juntos (observe rei e sacerdote, v. 21). v. 22-26. A aliança davídica é aqui formulada para mostrar que ela dá continuidade à anterior feita com Abraão (cf. Gn 15.5; 22.17). Isso é usado como resposta para aqueles que argumentam que Deus abandonou tanto Israel quanto Judá.

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