Estudo sobre Jeremias 24

Jeremias 24

Os figos (24.1-10).

Depois da captura de Jerusalém em 16 de março de 597 a.C., os líderes, incluindo Joaquim e profissionais e artesãos muito hábeis, foram levados para a Babilônia (v. 1; cf. 2Rs 24.10-17). Os que permaneceram com Zedequias, ou haviam escapado para o Egito, devem ter adotado uma posição de superioridade, considerando-se os bons e afortunados. Jeremias argumenta que estes não foram levados porque eram tão detestáveis (v. 9), e os “bons”, como os primeiros figos maduros de junho — uma iguaria (cf. Is 28.4) que prenuncia a primavera e a fartura vindouras — diz o autor, eram os exilados, que na época certa seriam replantados e iriam revitalizar a terra. Isso aconteceria quando renascessem em unidade de coração com Deus (32.39) e se arrependessem verdadeiramente, e assim estariam preparados para obedecer aos termos da antiga aliança. O alvo destes termos era a comunhão com Deus. Observe o destaque crescente dado às novas condições que logo seriam declaradas como a nova aliança (31.33; cf. Ez 36.26,27). Tudo isso prevê os bons resultados dos ensinos de Jeremias na vida dos exilados (cap. 29). A maldade dos que permaneceram em Judá também é atestada em Ezequiel (caps. 8 e 9; 22 e 23). Isso vai fazer cair sobre eles o sofrimento adicional do castigo do cerco final de Jerusalém em 589 —587 a.C. (v. 9; cf. 43.1-4), como Cristo também predisse que aconteceria sob os romanos (Mt 23.28). v. 1. o Senhor mostrou-me: o segredo do verdadeiro profeta (também de Amós; Am 7.1,4,7; 8.1) contrasta claramente com a fonte de inspiração dos falsos profetas (23.32). v. 3. Deus nos testa de novo em relação às lições tão claras que nos deu anteriormente (cf. 1.11-13). v. 8. Uma colônia judaica existiu no Egito (Syene) antes de 525 a.C. que tinha uma forma distorcida de adoração a Javé. As colônias mais antigas de refugiados judeus no Egito provavelmente foram fundadas por aqueles que partiram com Jeoacaz em 608 a.C., reforçadas por outros que previram os ataques babilônicos depois de 605 a.C.

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