Estudo sobre Deuteronômio 22

Estudo sobre Deuteronômio 22

Estudo sobre Deuteronômio 22 

Deuteronômio 22

Propriedade perdida (22.1-3)
Enquanto Ex 23.4ss ocorre num contexto legal e afirma que até mesmo o adversário num processo precisa ser ajudado dessa forma, a lei aqui é mais ampla, pois compatriota inclui todos que pertencem ao povo de Deus.
Travestismo (22.5)
Na lembrança de muitos, esse versículo é citado contra o uso de calças por parte das mulheres; mas não se elaborou a correspondente rejeição de roupas de tecidos mistos de lã e seda artificial (v. 11). A prática citada talvez fosse considerada possuidora de efeitos mágicos. Certamente há evidências de travestismo e inversão sexual simulada na licenciosidade sexual no mundo antigo (como hoje também) — e isso num contexto religioso.
Salve a ave-mãe (22.6,7)
Mais uma lei humanitária, com valor ecológico.
Norma de segurança (22.8)
Cf. Gn 4.9b. Atos de manufatura têm base bíblica!
Combinações antinaturais (22.9-11)
V. Lv 19.19. Na ausência de qualquer evidência, precisamos concluir que práticas mágicas de algum tipo são proibidas aqui.
Roupas com borlas (22.12)
Em vista da tendência de Deuteronômio de dar explicações teológicas, é surpreendente que a de Nm 15.37-41 seja ignorada aqui. O costume é perpetuado no talit (o manto de oração).
Seis leis acerca do casamento (22.13-30)
Essas leis estão claramente ligadas pelo tema central da seção. Israel tinha padrões elevados de moralidade sexual. Somente uma (v. 30) é apodíctica.
A noiva é acusada de não ser virgem (v. 13-21). O teste, provavelmente a exposição do lençol manchado de sangue usado na relação, não é infalível, mas é usado também em outras culturas. Se a sentença for contra o noivo, que teria pedido a devolução do dote, ele é açoitado e pagará uma multa elevada (v. 28,29). Ele também perde o direito de se divorciar da sua esposa. Mas a noiva quando culpada é tratada como adúltera (v. 22), visto que o noivado era um compromisso definitivo (cf. Mt 1.19). A responsabilidade do pai é destacada na escolha do local para a execução (v. 21). v. 21. ato vergonhoso (nebãlãh)\ termo usado com frequência para se referir a transgressões sexuais (Gn 34.7; Jz 19.23; 20.6-10; 2Sm 13.12). Vem da raiz n-b-l relacionada a nãbãl (tolo), como em SL 14.1; Ism 25.25.
Adultério (v. 22). Explicitamente proibido em Deuteronômio e destrutivo para a vida familiar, o adultério não era sempre castigado dessa forma, a julgar por Pv 6.25-35.
Sedução de uma jovem prometida em casamento (v. 23-27). A transgressão é tratada como adultério, visto que a jovem pertence a outro homem, mas se supõe que ela seja inocente se o incidente ocorreu num lugar remoto.
Sedução de uma moça sem compromisso de casamento (v. 28,29). Não complicada por ideais de amor romântico e mais realista do que os cristãos têm sido com frequência na avaliação de transgressões sexuais, a lei simplesmente exige o pagamento do dote (v., porém, o motivo) e a perda do direito do homem ao divórcio.
Relação sexual com a madrasta (v. 30). Embora algumas sociedades da época permitissem esse procedimento, e ele não seja desconhecido do AT, a lei dos hebreus proibia a introdução da relação sexual no círculo da família ampliada (Lv 18.6ss; Dt 27.20; cf lGo 5.1). Aqui, como em outros lugares dessa legislação, a lei de Israel lembra as sociedades permissivas de que a monogamia e a fidelidade são ordenadas por Deus para o bem da sociedade, isto é, de homens e mulheres. 


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