Estudo sobre Deuteronômio 10

Estudo sobre Deuteronômio 10

Estudo sobre Deuteronômio 10 


10.1-5. Esse resumo inevitavelmente difere da narrativa mais abrangente de Êxodo; está condensado aqui por motivos homiléticos. Em outros textos, a arca é considerada o trono de Javé (Nm 10.35,36; ISm 4.4). Aqui a sua função é explicada em termos do costume da época de se preservar uma cópia do tratado de suserania nos santuários das partes contratantes. v. 3. como as primeiras: A graça de Deus pode ser vista no fato de que o relacionamento quebrado é completamente restaurado, como se a aliança nunca tivesse sido violada, v. 6,7. Esse fragmento de itinerário, inserido aqui de forma surpreendente, tem uma ligação muito estreita com Nm 33.3038. v. 8,9. A referência à arca explica a inserção desses versículos que estão ligados aos v. 1-5 (cf. Êx 32.25-29). carregar a arca era o privilégio dos coatitas, que eram levitas não sacerdotais (Nm 3.31; 4.15). estar perante o Senhor, embora usado para se referir a muitos tipos de serviço no AT, aqui diz respeito ao serviço no santuário, pronunciar bênçãos também era um privilégio (cf. Nm 6.27). V. também 18.1-8.
f) Um chamado ao compromisso (10.12—11.32)
v. 12. E agora-, introduz, como em 4.1, o apelo à decisão pessoal, seguindo a exposição do que Deus fez. As questões envolvidas são destacadas por meio da referência às bênçãos e maldições que concluem a seção (11.26-32). No Antigo Testamento, como no Novo. o conhecimento do que Deus fez e os sentimentos de gratidão ou penitência são totalmente fúteis se não produzirem frutos de obediência à vontade revelada de Deus.
O que Deus exige (10.12-22)
O compromisso e a lealdade a Deus devem ser totais (v. 12,13). A razão para Deus exigir isso está no seu amor demonstrado na escolha de Israel (v. 14,15); no seu ser e no seu caráter (v. 17,18); nos seus atos redentores e de cuidado providencial (v. 21,22). v. 12,13. Acerca da pergunta, cf. Mq 6.8. As exigências de temor (respeito, reverência) e amor (v. comentário de 6.5) são fundamentais. Esses elementos devem encontrar a sua expressão na maneira de viver definida em termos gerais pela expressão que ande em todos os seus caminhos [...] e que sirva ao Senhor-, mais especificamente, que obedeça aos mandamentos dele. Essas não são expressões arbitrárias da soberania divina, mas são para o seu próprio bem. O mistério da eleição (Jo 15 e 16; Rm 8.28-30) é sublinhado pela referência à transcendência de Deus (cf. Is 40.12-26) e dá o motivo do compromisso com ele. v. 16. Por meio de um método significativo de interpretação, o obstáculo para a obediência é identificado. Observe a nota de rodapé da NVI: “Circuncidem o coração de vocês”. No cerne da natureza humana, está a resistência à vontade de Deus. A circuncisão, praticada pelos vizinhos de Israel (com exceção dos filisteus) como um rito de passagem para a puberdade (Ex 4.25), mas por Israel no nascimento (Gn 17.11,12), aqui recebe um novo significado, não somente como distintivo físico, mas como símbolo de abrir o coração para Deus. A mesma metáfora de abertura de coração e de obediência ocorre em Jr 6.10, Ex 6.12,30. A idéia da circuncisão espiritual como característica do novo Israel é tirada de Fp 3.3 e de outros textos do NT. V. também Jr 4.4; 9.25,26. v. 17,18. Esses versículos expressam dois aspectos da natureza de Deus que são difíceis de conciliar. Ele é soberano sobre todos os deuses e poderoso (como demonstrou o êxodo), e deve ser temido. A sua justiça, ao contrário da dos homens, não é tendenciosa a favor dos poderosos. Mesmo assim, ele é também compassivo (v. 18) com os desafortunados, e com relação a eles sua justiça é demonstrada no restabelecimento do equilíbrio das suas privações. O estrangeiro residente está especialmente sujeito a ser explorado (agora como naquela época) e assim é objeto especial do amor de Deus. (Acerca dessa ênfase, distintiva em Deuteronômio, v. também 16.11,14; 26.11; 29.10,11; 31.12). v. 19. Mais uma razão para dedicar um cuidado especial aos “imigrantes”. Em Fp 3.20 e IPe 2.11, o povo de Deus ainda é considerado um povo de “estrangeiros”.


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