Estudo sobre Deuteronômio 16

Estudo sobre Deuteronômio 16

Estudo sobre Deuteronômio 16 


Deuteronômio 16

As três festas anuais (16.1-17)
Assim como o islamismo hoje tem o seu haj, ou peregrinação para Meca, Israel usava a palavra hag para denominar essas ocasiões quando os adoradores visitavam o santuário central. Há razões para crermos que as três festas (Páscoa com pães sem fermento, v. 1-8; das semanas, v. 9-12; e das cabanas, v. 13-15) estavam relacionadas a festas agrícolas antigas que Israel foi levado a adaptar e reinterpretar como comemoração dos atos salvíficos de Deus na história.
A Páscoa e a festa dos pães sem fermento (v. 1-8)
v. 1. A antiguidade dessa lei é demonstrada por meio do uso de um termo cananeu, ahibe, para março-abril. Mais tarde, o mês tornou-se conhecido pelo seu nome babilônico, nisã. v. 2. Embora na sua origem a Páscoa tivesse sido uma festa familiar, agora ela é associada ao santuário central. Os livros históricos indicam que essa prescrição foi ignorada em grande parte até o tempo de Ezequias i2Cr 30.26). Em Ex 12, o animal usado deve ser um cordeiro, mas aqui a palavra técnica para sacrifício é usada, e a vítima pode ser tomada dos rebanhos de bois ou ovelhas (v. 2Cr 30.24; 35.7, porém cf. v. 1,6). Essa aparente inovação pode ser explicada por Nm 28.16, 25. v. 3. A festa dos pães sem fermento era fundida com a Páscoa; começava no décimo quinto dia, o dia depois da Páscoa, e continuava por sete dias. Correspondia a uma festa bem conhecida que estava associada à colheita de cevada. Mas para Israel significava uma fuga apressada, sem tempo para esperar que a massa levedasse, e lembrava a aflição no Egito, v. 5,6. A cerimônia é centralizada e assim tornada sagrada. Na época do NT, a Páscoa era comida novamente em família, mas perto do santuário onde o animal podia ser morto. v. 7. cozinharão-, em 2Samuel a palavra é traduzida por “assou”. Mas aqui, como em Nm 11.8, é melhor o significado de cozinhar. A referência à tenda aponta para uma data antiga.
A festa das semanas (v. 9-12)
Era conhecida também como “festa da colheita” (Ex 23.16) e “dos primeiros frutos” (Nm 28.26); mais tarde, por causa do período de 50 dias, tornou-se Pentecoste. Nas partes mais quentes da Palestina, a cevada amadurece em abril, mas o trigo bem mais tarde. Assim, a colheita começava na época dos pães sem fermento e terminava cerca de sete semanas depois, v. 10. Mais uma vez afirma-se que a contribuição deve ser proporcional ao ganho; cf. v. 17. v. 11. A festa deve ser compartilhada. v. 12. A festa deve ser entendida em termos de história e salvação, e não em termos da natureza e fertilidade (cf. a interpretação cristã da Páscoa).
A festa das cabanas (v. 13-15)
As celebrações do outono, para comemorar a colheita de azeitonas, uvas e outros frutos do verão, não eram incomuns no Oriente Médio. Em Lv 23.43, isso está associado ao estilo de vida nômade em conjunção com o êxodo, mas as habitações temporárias nos campos podem ter sido adequadas durante o período da colheita, v. 15. a sua alegria será completa-, cf. v. 11. O tom da alegria tem faltado em muitas das celebrações do povo de Deus da nova aliança.
Resumo: Festas e peregrinações anuais (v. 16,17)
Talvez seja importante observar que tratados de suserania contemporâneos do Oriente Médio exigiam que os vassalos prestassem contas periodicamente para renovar os seus votos de lealdade.
10) As responsabilidades dos juízes e oficiais (16.18—18.22)
E fundamental que o povo de Deus seja conduzido da forma correta, e essa seção se refere a juízes (16.18-20); aos tribunais (17.8-13); aos reis (17.14-20); aos sacerdotes (18.1-8); e aos profetas (18.9-22). A seção 16.21 —17.7, que trata da adoração, parece ter sido deslocada de 12.1—14.21, mas nos dá um lembrete de que o secular e o sagrado não estavam separados em Israel; toda a autoridade vinha de Javé. Talvez também seja significativo que símbolos pagãos, como os que são proibidos em 16.21,22, estivessem associados à recepção de oráculos.
Juízes (16.18-20)
Em 19.12 e em geral no AT, os anciãos locais agiam como juízes, embora em 17.813 haja prescrições para uma corte central de apelação (cf. 2Cr 19.5-11). A função dos oficiais não está clara. V. Ex 5.6,7; Dt 20.5,6; 2Cr 34.13 e lCr 23.4; 26.29. O v. 19 apresenta três breves regras apodícticas acerca da justiça, expandidas no v. 19d e aplicadas no v. 20. v. 18. para que julguem o povo com justiça: ainda hoje, uma bênção rara e que não acontece automaticamente. 


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