Estudo sobre Deuteronômio 27

Estudo sobre Deuteronômio 27

Estudo sobre Deuteronômio 27 




Deuteronômio 27 


IV. A RENOVAÇÃO FUTURA DA ALIANÇA (27.1-26)
Não é fácil entender por que o cap. 27 aparece nesse ponto do livro. Os eventos a que ele se refere estão todos no futuro, e no cap. 28 voltamos às campinas de Moabe para uma série de bênçãos e maldições concluindo a cerimônia de renovação da aliança. A transição de 26.19 para 28.1 é perfeitamente suave. Além disso, fala-se de Moisés na terceira pessoa em 27.1 pela primeira vez desde 5.1. Uma explicação parcial pode ser encontrada ao se considerar o cap. 27 uma “cláusula do documento”, incluindo na própria aliança prescrições para a sua preservação e renovação. Com base nessa suposição, ele seria parte integral do livro, e não (como alguns têm sugerido) um acréscimo posterior.
1) A lei deve ser registrada em pedras (27.1-8)
v. 1. Isso está relacionado particularmente à cerimônia de renovação da aliança. As autoridades estão em contato próximo com Moisés, provavelmente porque ele não estaria vivo na época da realização dessa cerimônia. v. 2-4. O estilo repetitivo é típico da forma hebraica de escrever. Quando: indicação geral de tempo. A referência ao monte Ebal (v. 4) mostra que deve haver um intervalo de alguns dias entre a travessia do Jordão e o ritual ordenado (o que não deve ser confundido com o incidente registrado em Js 4.1-10). Escrever em superfícies caiadas (v. 2,4) era típico mais do Egito do que de Canaã ou da Mesopotâmia. E importante a ênfase na compreensão: “A consagração da aliança precisa ser um ato de fé e devoção inteligente e consciente” (Kline). O monte Ebal (v. 4) e o monte Gerizim (v. 12) estavam localizados a 65 quilômetros ao norte de Jerusalém e a 32 quilômetros a oeste do Jordão, separados por um desfiladeiro estreito. Mais tarde, os sama-ritanos reivindicaram o monte Gerizim como o verdadeiro centro de adoração (Jo 4.20). Siquém, que ficava no lado oriental do desfiladeiro, trazia lembranças muito fortes a Israel (Gn 12.6,7; 33.18-20; cf. Js. 24.32). v. 5-8. Acerca do significado desse altar, v. o comentário do cap. 12. A proibição da utilização de qualquer ferramenta de ferro pode sugerir simplicidade ou estar relacionada com a falta de capacidade dos hebreus de trabalhar com ferro; usar ferro poderia significar que a aliança dependia da cooperação de um povo estrangeiro (Êx 20.25; ISm 13.19-23).

2) Um lembrete solene (27.9,10)
No meio das instruções acerca da cerimônia futura, vem esse lembrete de que Israel já é povo de Deus. Fazer silêncio é comum para o clímax de um ritual religioso (Ne 8.11; Sf 1.7; Zc 2.13; cf. Hc 2.20). Os versículos destacam uma série de pontos básicos: (a) compromisso presente, em vez de experiência passada; (b) a obediência como algo fundamental para a aliança; (c) a obediência como consequência da, e não uma condição para a, aliança.

3) A liturgia das maldições (27.11-26)
Essa seção tem diversas características surpreendentes: (a) Consiste somente em maldições, apesar do v. 12. (b) A lista de pecados é altamente seletiva, com algum destaque para os pecados sexuais (v. 20-23).
(c) O elemento comum aparentemente são os pecados cometidos em secreto, (d) Não está clara a relação entre essa cerimônia e Dt 11.29.
(e) Tampouco estão claros os detalhes do ritual. Alguns eruditos sugerem que as bênçãos tenham tido correspondência com as maldições, como em 28.3-6, 16-19. Esse chamado ”dodecálogo de Siquém” ocorre em paralelo com outras listas de orientações legais colecionadas com propósitos didáticos, e.g., o decálogo (Êx 20; Dt 5) e as leis de Lv 18.7-18. v. 12,13. As tribos associadas à maldição são as descendentes de Jacó com as concubinas, junto com Rúben, o primogênito renegado, e Zebulom. v. 14. levitas: provavelmente os associados à arca. v. 15-24. Deus está preocupado até com ações secretas.

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