Significado de Deuteronômio 3

Deuteronômio 3

3:1-3 Basã era a região a leste do mar da Galileia, e o reino de Ogue, localizado nesse território, provavelmente se estendia do sul do rio Jarmuque até Gileade. Essa passagem que relata a vitória de Israel sobre Ogue é parecida com a que narra o triunfo sobre Seom (Dt 2.26-37), mas em proporção menor.

3:4-7 Estes versículos registram que os israelitas tomaram todas as suas cidades [de Ogue]; sessenta cidades, toda a borda da terra de Argobe e o reino de Ogue, em Basã. Argobe é uma região não identificada de Basã. Embora essa passagem relate que o povo de Israel tomou todas as cidades, o texto em hebraico correspondente a ela é ambíguo. Existe um entendimento de que nem todas as sessenta cidades eram fortalezas, e algumas que são chamadas de cidades, na narrativa original, eram aldeias. Outra interpretação alega que o número sessenta se refere às cidades fortificadas, inclusive às aldeias. A afirmação e destruímo-las remete à lei do banimento (hb. herem), abordada no comentário de Deuteronômio 2.34, 35. No entanto, as razões pelas quais essa lei era seguida nunca serão totalmente compreendidas por nós.

3:8 Os territórios de Seom e de Ogue se estendiam do rio Arnom até o monte Hermom (Dt 2.243:7). Este é a cordilheira ao norte entre Canaã e o Líbano.

3:9-13 Os sidônios eram os fenícios, e Salca era uma cidade localizada na fronteira leste de Basã. O comentário a respeito de Ogue, rei de Basã, descreve seu leito como sendo de ferro. O termo leito também pode ser entendido como sarcófago, isto é, um túmulo de pedra, o qual ficava em Rabá, na área ocupada hoje pela capital da Jordânia, Amã. O comprimento dele, nove côvados [aproximadamente quatro metros], e a largura, quatro côvados [um metro e oitenta centímetros], seguiam a medida padrão do côvado, cerca de 45 cm.

3:14 Jair conquistou toda a região aqui descrita (Nm 32.41). Contudo, essa área não abarcou o território dos geswritas, povo que vivia ao leste do mar da Galiléia e ao sul do monte Hermom, nem dos maacatitas, descendentes de Naor, irmão de Abraão (Gn 22.24), que viviam ao norte dos gesuritas.

3:15-17 A parte mais ao norte de Gileade foi dada a Maquir (Nm 32.39), filho de Manassés (Gn 50.23). A área ao sul foi concedida a Rúben e a Gade, incluindo Quinerete, outro nome para mar da Galileia.

3:18, 19 O Senhor... vos deu esta terra. O texto enfatiza a todo momento que a terra era um presente de Deus (Dt 1.39). Contudo, somente os homens valentes podiam avançar para possuí-la, pois as mulheres, as crianças e o gado não deveriam ser colocados em perigo durante a conquista. Além disso, a batalha tinha de ser travada por guerreiros sob o comando de Deus (Êx 15.3).

3:20, 21 Josué, na condição de espia enviado (Nm 13; 14), possuía uma grande vantagem. Junto com Calebe, ele viu a terra e analisou-a. Assim, adquiriu conhecimento e pôde usá-lo para que fosse elaborada uma estratégia militar. Josué também testemunhou as vitórias que o Senhor deu ao povo a leste do Jordão. Estas experiências o encorajaram quando liderou os israelitas do outro lado do rio.

3:22 O Senhor, vosso Deus, é o que peleja por vós. Deus é o Senhor dos exércitos, que luta por Seu povo fiel e livra-o dos inimigos (Êx 15.3).

3:23 Moisés pediu graça (hb. hanan, suplicar por um favor) a Deus. Mas, Deus se recusou a atendê-lo, não por causa da falta de fé do profeta, mas porque Moisés desobedecera ao Senhor e não o tratara como santo (Nm 20.12).

3:24 Senhor JEOVÁ. Em hebraico, esta expressão une a palavra Senhor ou Mestre e o nome pessoal de Deus, Yahweh. Ademais, indica a profundidade do relacionamento de Moisés com o Senhor (Dt 9.26). Podemos observar que, com a pergunta que deus há nos céus e na terra, que possa fazer segundo as tuas obras e segundo a tua fortaleza?, Moisés começou sua súplica exaltando o poder e a santidade do Senhor (Êx 15.11). Deus é incomparável; não há ninguém como Ele (Is 40.25, 26).

3:25 Rogo-te que me deixes passar. O verbo deixar é carregado de energia e expressa a mais profunda emoção do profeta. Moisés não pediu que Josué fosse destituído da função de líder da nação. Ele simplesmente suplicou para atravessar e ver a terra que Deus prometera a Seu povo (Dt 4.21), não porque o solo, a terra, a topografia, o relevo ou a geografia fossem mágicos, mas porque essa terra era o presente de Deus para os que permaneceram fiéis a Ele. Um dia seria a terra sagrada, quando o Rei da justiça lá reinasse!

3:26-28 Indignou-se muito. O Senhor respondeu à suplica de Moisés com ira e irritação. No hebraico, há um jogo de palavras entre a expressão que o profeta usou para fazer o pedido a Deus, me deixes passar (v. 25), e a declaração indignou-se (v. 26). Ambos os verbos são soletrados da mesma forma ('abar). Todavia, enquanto na primeira expressão o verbo provém de uma raiz geralmente utilizada, na segunda ele se origina de uma raiz incomum e significa enfurecer-se (compare com Sl 78.21, 59, 62). Um sinal da ira de Deus é a palavra basta, usada pelo Senhor quando ordenou a Moisés que não falasse mais sobre esse assunto. Entretanto, Deus demonstrou Sua misericórdia ao profeta quando permitiu que ele observasse a terra à distância (Dt 34.1-3). Moisés não deveria lamentar nem ter pena de si próprio, mas sim esforçar e confortar Josué para desempenhar sua nova função de líder dos israelitas.

3:29 Bete-Peor era um lugar dedicado a Baal-Peor (Nm 25.3, 5) e serviu de cenário para o primeiro encontro desastroso de Israel com a adoração a Baal, centrada no sexo (Dt 4.3).

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