Significado de Deuteronômio 32

Deuteronômio 32

32:1 O céus[...] ouça a terra. De forma similar, Isaías invocou os céus e a terra como testemunhas (Is 1.2).

32:2 Esta canção é uma expressão de sabedoria, a minha doutrina (Pv 1.5; 4.2; 9.9). As quatro analogias que se referem a ela chuva, orvalho, chuvisco e gotas de água transmitem a refrescante e revigorante natureza da instrução.

32:3 Dai grandeza a nosso Deus. A verdadeira sabedoria e a obediência sempre instigam o louvor a Deus (Sl 145.3; 150.2).

32:4 Diferente da ineficácia dos deuses pagãos (v. 37), Deus dá a vida, a estabilidade e a felicidade ao povo (v. 15, 18, 30, 31). A vida abundante que Ele concede é baseada em Sua obra perfeita. Como uma Rocha firme que permanece inabalável diante das águas furiosas de um mar revolto, o Senhor e Sua obra continuam sólidos perante o caos produzido pelas vidas em pecado. O Todo-poderoso é a fundação segura de toda verdade num mundo decadente. Além disso, Ele nunca deixará as mentiras corromperem a justiça (Sf 3.5). Ao contrário, como um juiz justo e reto, protegerá os oprimidos. No momento anterior à entrada dos israelitas na Terra Prometida para que a nova nação fosse estabelecida, Moisés enalteceu Deus, que é o alicerce perfeito para qualquer sociedade.

32:5 Geração perversa e torcida é. Moisés contrastou os israelitas com seu Deus fiel. Comparados ao Deus perfeito, eles eram corruptos, maculados e enganadores (v. 20).

32:6 Os antigos israelitas sabiam que Deus era seu Pai (Is 63.16; 64.8), mas raramente confessavam esta grande verdade. Logo, essas palavras são excepcionais e impressionantes porque, ao mesmo tempo em que expressam a relação próxima dos filhos de Israel com o Senhor, castigam-nos por abandonar seu Pai. Deus os escolheu, amou, e cuidou deles. Yahweh os libertou do Egito e estabeleceu-os como nação ao dar-lhes instruções detalhadas.

32:7 Lembra-te[...] ele te informará. Neste versículo, a canção usa a linguagem da sábia literatura para exortar os israelitas a buscar os caminhos do Senhor. As Escrituras enfatizam repetidamente que a sabedoria é baseada no Deus de toda verdade.

32:8, 9 Altíssimo. Esta designação para o Senhor pautada em Sua supremacia é singular em Deuteronômio. Ele é soberano sobre todas as nações, até mesmo sobre os termos dos povos. Mesmo sendo da vontade de Deus que todas as nações existissem, Ele favoreceu Israel com Sua graça, Suas promessas e Sua aliança, pois a porção do Senhor é o seu povo.

32:10 A expressão na terra do deserto é uma referência poética ao Egito. Deus deu ao povo de Israel Sua revelação e Suas leis, isto é, instruiu-o, com o objetivo de liderá-lo em verdade. Ademais, guardou-o como a menina do seu olho. Este é um símbolo de um tenro amor cuidadoso por uma coisa preciosa que tem necessidade de proteção.

32:11 A águia é uma ave de rapina encontrada geralmente em regiões desérticas. Na canção, o modo como ela cuida de seus filhotes é comparado às ações de Deus para com Israel. Ele não só protegeu o Seu povo, como também supriu todas as suas necessidades, incentivou-o, zelou por ele e guiou-o à Terra Prometida (Êx 19.4). Ao realizar esses feitos, o Senhor provou ser um Pai amoroso para os israelitas (v. 6).

32:1 2 Só o Senhor... não havia com ele deus estranho. Deuteronômio é um grande documento contra a idolatria e o paganismo. Neste sentido, observamos que, na verdade, os israelitas não tinham razão para abandonar o Deus da graça e do amor que havia suprido todas as suas necessidades.

32:13, 14 Ele o fez cavalgar sobre as alturas da terra. O Senhor tinha grandes planos para Seu povo (Is 48.17-19). Deus supriu os israelitas com plantações, boa comida, azeite de oliva e até mesmo laticínios na Terra Prometida, de acordo com as expressões comer as novidades do campo, chupar mel e azeite. Em suma, o Altíssimo proporcionou tudo aquilo que as pessoas não tiveram no deserto. A gordura da flor do trigo e o vinho puro, símbolos da misericórdia de Deus, também foram concedidos a Israel.

32:15, 16 Jesurum, nome poético de Israel, significa íntegro. Esta parte da canção estabelece um contraste entre o que Israel deveria ter sido e o que se tornou. Visto que o povo recebeu a revelação de Deus e Sua Lei, ele tinha a obrigação de ser íntegro (v. 4). Entretanto, os israelitas engordaram e tornaram-se rebeldes. Mesmo prosperando por causa das bênçãos divinas, os hebreus rejeitaram não só a fonte de toda a graça, mas também a própria salvação, como afirma a sentença desprezou a Rocha da sua salvação. Em vez de seguir as instruções de Deus, os israelitas abraçaram os deuses estranhos, que não tinham feito nada por Israel (v. 12).

32:17 Raramente são encontradas no Antigo Testamento referências a diabos e a poderes demoníacos (Sl 106.37; Am 2.1). Embora as Escrituras deixem claro que os falsos deuses não existiam como tal, esta passagem identifica o poder por trás dos deuses estranhos: os demônios.

32:18, 19 Que te gerou literalmente significa com que existisse. Este é um dos vários textos em que Deus é retratado com termos que assemelham Sua função à de uma mãe, que nutre e dá a vida (compare com Is 66.13).

32:20, 21 Verei qual será o seu fim. Mesmo que Israel rejeitasse Deus, Ele seria paciente com Seus filhos rebeldes.

32:22, 23 A expressão mais profundo do inferno combina a palavra Sheol (que pode ser traduzida por sepultura, profundezas, pó ou morte) com o termo profundo, sugerindo que há gradações na condenação eterna, assim como pode haver gradações na glória (o terceiro céu, 2 Co 12.2).

32:24 Fome[...] carbúnculo[...] peste amarga. Ao invés de abençoar o povo que escolheu, Deus o amaldiçoaria a fim de discipliná-lo. Pelo uso dos termos dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó, pode-se observar que a criação se voltaria contra as pessoas.

32:25, 26 Jovem... homem de cãs. O emparelhamento de vocábulos opostos no versículo 25 indica que o julgamento de Deus seria abrangente. Ele afetaria toda a sociedade. Estruturas similares a esta em Joel 2.28, 29 falam do amplo alcance das bênçãos do Senhor.

32:27 Se eu não receara. Deus não destruiria completamente Seu povo para que as nações arrogantes e independentes não se vangloriassem de sua valentia e destreza.

32:28 Este versículo antevê o julgamento divino de Israel e Judá nos dias de Isaías (Is 1.3; 6.9, 10).

32:29, 30 Geralmente, a palavra fim é entendida como um futuro glorioso. Nestas passagens, esse vocábulo fala de um “futuro ruinoso” para os rebeldes israelitas, que não possuíam entendimento sobre Deus. A afirmação se a sua Rocha os não vendera indica que a proteção do Senhor sobre Seu povo era tão certa que a conquista deste pelos inimigos só poderia acontecer se o Todo-poderoso entregasse os israelitas aos oponentes.

32:31-33 As nações inimigas eram como as pessoas de Sodoma e Gomorra - cruéis, imorais e tiranas.

32:34-36 Não está isso encerrado comigo, selado nos meus tesouros. Este questionamento denota que os planos definitivos e os propósitos de Deus são secretos. Além disso, do Senhor é a vingança. Ele fará justiça ao seu povo, pois apenas Deus, que é completamente justo, pode julgar e corrigir todas as coisas erradas que foram cometidas (Rm 12.19; Hb 10.30).

Haverá um momento específico para a vingança do Senhor, quando Ele se arrependerá pelos seus servos. Um dia, Ele distinguirá entre os justos e os perversos (Ml 3.16). Ele tratará amavelmente aqueles que restaram porque o amaram e seguiram. Esta é a base de todas as mensagens proféticas acerca dos remanescentes de Israel.

32:37, 38 Onde estão os seus deuses? A canção menospreza aqueles que decidiram seguir falsos deuses. Eles abandonaram a Rocha da verdade por uma rocha que não era sequer uma pequena pedra. Quando a gordura era queimada e o vinho entornado nos altares dos falsos deuses, acreditava-se que estes comiam e bebiam tais ofertas. Contudo, esses ídolos sequer existiam, por isso nunca comeram nem beberam o ofertado.

32:39 Que eu, eu o sou. Esta é uma gloriosa afirmação da incomparabilidade de Deus (Sl 113.4-6). Deus sozinho controla todas as coisas. Por ser totalmente livre para fazer o que quiser, apenas Ele pode amaldiçoar ou abençoar, ferir ou curar, matar ou dar vida.

32:40-42 Levantarei a minha mão aos céus. Deus jurou a si mesmo que vingaria Seu povo (Gn 22.16; Hb 6.13-18). Ele tornaria certo tudo o que estivesse errado.

32:43-45 Jubilai, ó nações, com o seu povo. Deus, nessa canção dada a Moisés, convidou todas as nações para se unirem em adoração, para louvá-lo por prometer restaurar a justiça.

32:46 Lei, neste versículo, pode remeter à canção de Moisés ou a Deuteronômio como um todo (compare com Dt 31.26).

32:47 Prolongareis os dias na terra. A intenção das instruções de Deus era mostrar aos israelitas o caminho que levava à plenitude da vida e às ricas bênçãos.

32:48-33:29 Como Moisés estava próximo de sua morte, o idoso profeta deixou uma bênção para as tribos de Israel, permeada de um testemunho sobre a realeza de Deus. A bênção foi particularmente estendida a Levi e a José. A tribo de Judá ganhou proeminência mais tarde, após a de José (Efraim e Manassés) ter, no período dos juízes, falhado com Deus. Então, o Senhor escolheu Judá e rejeitou José (SI 78.67, 68).

32:48, 49 O monte Nebo era perto de Hesbom, localizado a aproximadamente 16 km a leste da extremidade norte do mar Morto.

32:50-52 Porquanto prevaricastes contra mim. Moisés não obedeceu completamente às instruções de Deus em Cades. Por causa disso, não poderia entrar na Terra Prometida (Dt 1.37; 3.23-26; 4.21, 22; 31.2; Nm 20.10-13). Mesmo assim, o Senhor graciosamente permitiria que ele visse a terra.

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