Significado de Deuteronômio 2

Deuteronômio 2

2:1-25 Estes trechos abordam a jornada de Israel na Transjordânia. E difícil estabelecer o itinerário preciso, por isso surgiram várias correntes que tentam explicá-lo. De acordo com alguns estudiosos, as passagens bíblicas registram diferentes migrações e projetam os fatos em apenas uma narrativa, com detalhes que dificultam a reconstrução do que realmente aconteceu. Não há um consenso sequer entre os que defendem a corrente conservadora. Alguns dizem que os israelitas retornaram de Cades para Elate pelo mar Vermelho por uma rota direta e de lá trilharam o caminho do deserto de Edom, ao redor de Edom e Moabe. Outros apontam uma jornada ao longo do deserto de Zim até Punom, em Arabá, de onde Israel se dirigiu rumo ao norte para cruzar Edom ou desceu um pouco mais ao sul até Eziom-Geber antes de virar ao norte.

2:1-3 Então, o Senhor me falou, dizendo. Podemos observar que de Génesis a Deuteronômio Moisés registrou de modo preciso as palavras que Deus lhe falara.

2:4 Os filhos de Esaú, ou seja, os descendentes de Esaú são os edomitas (Gn 36.1-8).

2:5 A Esaú tenho dado a montanha de Seir por herança. Deus estendeu Sua bênção aos edomitas quando lhes deu terra, exatamente como Ele estava para fazer com Israel em relação à Terra Prometida. Todas as terras pertenciam ao Senhor, bem como o direito de cedê-las e tomá-las de volta.

2:6, 7 Os israelitas não podiam conseguir água ou comida guerreando, implorando ou roubando. Deus exigiu que o povo pagasse em dinheiro as despesas de sua jornada ao longo de Edom. Entretanto, o termo em destaque não se refere a moedas cunhadas, mas sim a peças de prata.

2:8 Desde o caminho da planície de Elate e de Eziom-Geber. Este trecho se refere a um desvio do caminho do mar Vermelho, onde essas cidades se localizavam. O deserto de Moabe ficava na área leste de Moabe.

2:9-11 Os moabitas se relacionavam aos israelitas por meio de Ló (Gn 19.37). Os descendentes do sobrinho de Abraão receberam como herança do Senhor o território de Ar, outro nome para a região de Moabe. Apesar de Deus ter concedido terras a Edom e Moabe, a concessão principal foi a Israel (Deus também forneceu a provisão ao povo de Amom, como no v. 19).

2:12, 13 O ribeiro de Zerede estava localizado a leste do mar Morto na fronteira entre Edom e Moabe.

2:14 Toda aquela geração dos homens de guerra. Embora a geração que se rebelou em Cades estivesse na idade apropriada para guerrear, ela não lutou contra os inimigos. Em vez disso, pelejou contra Deus usando palavras amargas.

2:15-19 Deus salvou Seu povo por Sua mão (Ex 15.6). Infelizmente, também por Sua mão se deu o julgamento sobre os israelitas. A palavra mão indica o envolvimento pessoal de Deus nas situações de livramento e punição, em especial nestas últimas, como mostra a sentença até os haver consumido. Neste caso, o Senhor age como um fogo consumidor (Hb 12:29), pelo qual toda a geração sucumbiu (Jz 5).

2:20 Os zanzumins eram um povo que vivia no território dos amonitas; talvez sejam os mesmos que os zuzins (Gn 14.5).

2:21-23 Os aveus viviam em aldeias até Gaza (cidade filisteia na costa do Mediterrâneo), entre o Jordão e a costa do Mediterrâneo. Contudo, foram destruídos pelos caftorins, um grupo derivado de algumas tribos que viajou pelo mar até a costa de Canaã e a do Egito. E provável que Caftor seja o mesmo que Creta (Gn 10.14).

2:24 O ribeiro do Amom, local que os israelitas deveriam atravessar para chegar a Hesbom e possuir o território governado por Seom, situava-se na tradicional fronteira entre Moabe e Amom.

2:25 Os poderosos feitos de Deus a favor de Israel infundiriam terror e temor em todas as nações (Ex 15.14-16; Js 2:9). A libertação de Israel do Egito e os posteriores atos de proteção divina ficariam conhecidos por toda parte. Na hora da conquista, o medo que os povos sentiriam amenizaria o nervosismo dos israelitas. Mas, sobretudo, Deus seria glorificado pela disseminação do conhecimento de Suas obras (Dt 4-6).

2:26-29 O deserto de Quedemote estava localizado no território de Seom, em sua fronteira leste, a leste do mar Morto. Desde o deserto até Seom, mensageiros israelitas foram enviados com palavras de paz, isto é, Israel tentou negociar uma travessia pacífica (v. 27-29).

2:30 Seom foi responsabilizado pela proibição da passagem de Israel pela terra dele. No entanto, isso ocorreu porque o Senhor endurecera o seu espírito e fizera obstinado o seu coração. Deus tem soberania sobre o coração humano (veja Ex 3.19, 21 para ler sobre a dureza do coração do faraó). Isso é um grande mistério, pois nunca poderemos entender a obra do Senhor no homem espiritual e a soberania divina quanto à vontade humana. Por meio de tudo isso, Deus estava executando Seu plano de redenção.

2:31, 32 Jaza localizava-se ao norte de Quedemote (Is 15.4).

2:33 E o Senhor, nosso Deus, no-lo deu diante de nós. Deus deu a vitória a Israel, mas os israelitas tiveram de lutar corajosamente.

2:34, 35 Pela lei do banimento, cada ser vivo, tanto humano como animal, deveria ser completamente destruído (Dt 7.1, 2; 20.17), pois sua morte se tornava sacrifício oferecido ao Senhor, como se fosse um holocausto. Exceções podiam ser abertas, mas apenas quando o Senhor permitia. No caso em questão, o banimento incluiu soldados e civis, homens e mulheres, adultos e crianças. Deus usou o povo de Israel para punir os cananeus por causa de sua contínua perversidade ao longo de várias gerações. Além disso, a aniquilação deles foi necessária para evitar que suas práticas malignas influenciassem Israel. Os rebanhos foram poupados por se tratar de animais irracionais, ou seja, criaturas que não eram moralmente corruptas. Mais tarde, serviriam de alimento e de sacrifício a Deus. Alguns objetos também foram tomados como despojo da terra de Seom. Todavia, nas batalhas subsequentes, o povo de Deus se arruinou porque não destruiu todos os cananeus.

2:36, 37 Aroer era uma cidade na margem norte do ribeiro de Arnom, na fronteira entre o território de Seom e o reino moabita. Gileade ficava ao norte da fronteira de Seom, e Jaboque era o rio que Jacó cruzou em, seu caminho de volta para Canaã (Gn 32:22).

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