Significado de 2 Samuel 7

Significado de 2 Samuel 7

Significado de 2 Samuel 7


2 Samuel 7

7.1-29 — Este capítulo registra o estabelecimento da aliança davídica, o que amplia e confirma a nação ou os descendentes das promessas da aliança abraâmica (Gn 12.1-3). As questões deste capítulo são de imensa importância teológica. Elas abrangem todo o percurso até a vinda do Salvador, Jesus, e, especificamente, Seu futuro reinado no trono de Davi.

7.1 — O termo casa se refere ao palácio que os fenícios haviam construído para Davi (2 Sm 5.11). Provavelmente a expressão descanso de todos os seus inimigos em redor alude à paz que prevaleceu após Davi ter derrotado os filisteus (2 Sm 5.17-25).

7.2 — Natã era um conselheiro pessoal de Davi. Como um profeta (Ex 7.1,2), ele falava por Deus, aconselhando Davi sobre assuntos espirituais. Posteriormente, Natã confrontou Davi com relação aos pecados de adultério e assassinato cometidos pelo rei (2 Sm 12.1-15). Esse profeta ajudou Bate-Seba a assegurar o trono para Salomão (1 Rs 1.10-45), contribuiu para o estabelecimento da música no templo da adoração (2 Cr 29.25) e registrou em crônicas os reinados de Davi e Salomão (1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29). Embora não houvesse nada de imoral em residir em casa de cedros, Davi se deu conta de que tinha de atentar mais para as prioridades espirituais.

7.3,4 — Natã encorajou o rei a seguir o rumo do seu coração e construir um templo para a arca. Porém, o profeta falou com base no seu próprio entendimento, e não como uma palavra do S e nhor. Sua afirmação porque o SENHOR é contigo indica, nesse contexto, uma bênção geral, e não uma declaração específica de Deus.

7.5 — Embora Natã tivesse, a princípio, encorajado Davi a construir um templo para a arca (v. 3), o Senhor revelou que essa não era a Sua intenção de forma alguma. A pergunta Edificar-me-ias tu casa para minha habitação? implicou uma resposta negativa.

7.6 — A tenda era a residência de um viajante. O tabernáculo (hb. mishkan) era a estrutura portátil que funcionava como a “habitação” de Deus no meio de Seu povo (Ex 25.9,22).

7.7 — Em toda a história do relacionamento de Deus com os israelitas, Ele nunca os reprovou por falharem em construir para Ele um santuário permanente. O verbo apascentar é uma metáfora para liderança e foi usado por todo o Oriente Médio para se referir a líderes nacionais (Ez 34-2). Naturalmente, o Grande Pastor é Deus (SI 23).

7.8 — A natureza formal e profunda do texto é enfatizada pelo uso do termo SENHOR dos Exércitos. Deus fez lembrar a Davi Seus grandiosos feitos, principalmente o de tirá-lo de uma posição humilde de pastor para torná-lo rei sobre o Seu povo.

7.9 — Um grande nome, ou seja, uma excelente reputação, era muito valorizado pelos hebreus. Assim como Deus prometeu engrandecer o nome de Abraão (Gn 12.2), Ele garantiu a Davi que seu nome seria reconhecido.

7.10 — Deus prometeu prover a Israel um local seguro para morar em Canaã. Os israelitas não seriam mais expostos aos repetidos ataques de seus inimigos, como havia acontecido no tempo dos juízes.

7.11 — O SENHOR te fará casa. Davi queria construir uma casa para Deus, isto é, um templo (v. 2-7). Em vez disso, o Senhor pretendia edificar uma casa para Davi, ou seja, estabelecer uma dinastia de longa duração.

7.12 — A primeira provisão da aliança davídica foi a promessa de que Davi teria um filho por meio de quem Deus estabeleceria um reino. Esse filho seria Salomão (1 Cr 22.6-10).

7.13 — Neste versículo, o termo casa se refere ao templo (1 Rs 6). Deus também prometeu confirmar o trono do reino de Salomão para sempre (1 Cr 22.6-10). Isso não significa que Salomão governaria eternamente, mas sim que o direito de reinar, representado pela imagem do trono, pertenceria perpetuamente à sua descendência. Neste sentido, sempre haveria um herdeiro varão capaz de governar.

7.14 — Se vier a transgredir, castigá-lo-ei. Os pecados dos filhos de Davi necessitariam de punição divina (1 Rs 11.1-13), a qual seria aplicada com vara de homens e com açoites de filhos de homens ( lRs 11.14,23).

7.15 — Embora os pecados de Salomão justificassem uma punição, Deus prometeu que a Sua benignidade não se afastaria do filho de Davi, como foi tirada de Saul (1 Sm 13.13,14; 15.22,23).

7.16,17 — Nesta passagem, Deus condensou as provisões da aliança davídica. O Senhor prometeu que a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre. Em outras palavras: (1) a descendência, ou a casa, de Davi sempre seria a linhagem real; (2) o direito de governar pertenceria eternamente aos filhos de Davi; (3) o direito a um reino terreno nunca seria retirado da posteridade de Davi. A promessa não garante que o governo pela posteridade de Davi jamais seria interrompido (Os 3.4,5). N a verdade, isso ocorreu quando Judá foi levada ao exílio (2 Rs 25.1-21). Porém, a prerrogativa de exercer o privilégio de governar sempre pertenceria à dinastia davídica (SI 89.20-37). Em Lucas 1.32,33, o anjo Gabriel asseverou que o filho de Maria, Jesus, receberia o trono, a casa e o reino prometidos a Davi e à sua posteridade. A realização final dessa promessa se dará no segundo advento, quando Jesus voltará a reinar sobre o Seu povo (Ap 20.1-6).

7.18 — As palavras e ficou perante o SENHOR indicam que Davi estava na tenda onde se encontrava a arca. Sua pergunta retórica, Quem sou eu, Senhor JEOVÁ...?, refletiu o senso de humildade dele por ter recebido tal promessa graciosamente (v. 12-16).

7.19,20 — Davi reconheceu que o que Deus havia feito por ele até então era muito maior do que qualquer coisa que ele merecesse. Como se isso fosse pouco aos teus olhos, Deus agora estendia a promessa em relação à dinastia de Davi para o futuro. Toda a história da humanidade conduz inevitavelmente para o governo de Jesus na terra. E o seu destino, sua realização profética, o significado final de toda a história.

7.21 — A afirmação por causa da tua palavra alude às promessas anteriores de Deus em relação a Judá, a tribo real (Gn 49.10; Nm 24.17), ou à profecia do reinado de Davi (1 Sm 13.14).

7.22,23 — A sentença segundo tudo o que temos ouvido com os nossos ouvidos se refere à tradição transmitida a respeito da obra de Deus ao longo da história (Dt 4.32-40).

7.24 — Teu povo Israel. No cerne da promessa de Deus a Davi estava a continuação da Sua promessa à nação de Israel (Gn 12.1-3).

7.25 — Tendo louvado ao Senhor por Sua graciosa obra, Davi orou pelo cumprimento de Sua promessa. Como ele indubitavelmente sabia, a vontade divina seria realizada se ele orasse ou não. A semelhança de Davi, quando clamamos de acordo com a vontade de Deus para a vontade de Deus, nós nos tornamos parte de Sua vontade. Neste sentido, também nos tornamos um povo com uma expectativa, prontos para responder ao Pai com grande louvor quando Ele tiver efetuado a Sua vontade (SI 142).

7.26,27 — O nome de Deus se refere neste trecho à Sua reputação. Davi queria que a reputação do Senhor fosse exaltada mediante o cumprimento de Sua promessa.

7.28,29 — Tu és o mesmo Deus, e as tuas palavras são verdade. Davi reconheceu que podia confiar em Deus quanto ao cumprimento de Sua promessa.