Significado de 2 Samuel 12

Significado de 2 Samuel 12

Significado de 2 Samuel 12


2 Samuel 12

12.1,2 — Havia numa cidade dois homens. Como rei, Davi era o supremo juiz e a corte de apelo final. As palavras um rico e outro pobre apresentam a história como um conto moral que atrairia a atenção de Davi sem levantar suas suspeitas.

12.3 — A pequena cordeira do homem pobre era mais um amado animal de estimação do que  um animal da fazenda. Os detalhes sobre partilhar do seu bocado e da sua bebida enfatizam quão preciosa a cordeira era para esse homem.

12.4 — E tomou a cordeira do homem pobre. Estas palavras são remanescentes de 2 Samuel 11.4, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer.

12.5 — Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem por causa da injustiça cruel que havia sido cometida, a ponto de o rei declarar que digno de morte é o homem que fez isso. Nenhum crime capital fora praticado. Normalmente, o homem rico não seria executado em virtude de tal ato. Ironicamente, era Davi quem merecia morrer pelos crimes de adultério e assassinato (Lv 20.10;24-17).

12.6 — E pela cordeira tomará a dar o quadruplicado. Davi exigiu que a restituição fosse feita ao homem pobre de acordo com a Lei (Ex 22.1).

12.7 — Tu és este homem. Foi necessário coragem e comprometimento com o Senhor, por parte de Natã, para falar essas palavras ao rei. Davi, em meio à ira, poderia ter se voltado contra o profeta e tê-lo executado. Natã continuou a apresentar as palavras de Deus. Foi o Senhor que levantou Davi como rei (2 Sm 2.4;5.3; 1 Sm 16.13), e foi Ele que livrou Davi de Saul (1 Sm 19.8-24).

12.8 — E as mulheres de teu senhor. Saul tivera uma esposa, Ainoã (1 Sm 14.50), e uma concubina, Rispa (2 Sm 3.7). Não há qualquer indicação de que Davi se casou com alguma delas após a morte de Saul. Uma vez que Ainoã era a mãe da esposa de Davi, Mical (1 Sm 14-49,50), a Lei a proibia de tornar-se esposa de Davi (Lv 18.17). No hebraico, a palavra neshê, esposa, também pode ser traduzida como mulheres, incluindo as servas e cortesãs que passaram a pertencer a Davi quando ele se tornou rei.

A graça de Deus para com Davi não era algo que seria esgotado; tudo que Davi tinha de fazer era pedir, e Deus garantiria a ele favor sobre favor, ou seja, mais te acrescentaria tais e tais coisas.

12.9 — Desprezaste a palavra do SENHOR. Davi violara o décimo, o sétimo e o sexto mandamentos (Ex 20.1-17; Dt 5.6-21), respectivamente sobre ambição, adultério e assassinato. O verbo traduzido como desprezar (hb. bazâ) significa fazer pouco de. Esse é o mesmo termo usado por Esaú, que desprezou o seu direito de primogenitura (Gn 25.34). A declaração e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom denota que, embora a espada de Davi estivesse limpa, ainda havia sangue em suas mãos.

12.10,11 — O julgamento pronunciado sobre Davi e a sua família foi três vezes pior: (1) o derramamento de sangue persistiria por todos os dias de sua vida; (2) a própria família de Davi suscitaria o mal sobre ele e (3) as esposas de Davi seriam levadas por outros. Estas previsões de julgamento se cumpriram no estupro de Tamar (2 Sm 13.11-14), nas mortes violentas de Amnom e Absalão (2 Sm 13.28,29; 18.15), e na apropriação pública das concubinas de Davi por Absalão (2 Sm 16.22).

12.12 — O pecado de Davi foi sigiloso, mas a disciplina e a correção de Deus foram públicas.

12.13 — Pequei contra o Senhor. Davi não tentou explicar seus pecados ou criar uma justificativa para si mesmo. Uma completa expressão da confissão desse rei é encontrada no Salmo 51. A afirmação também o SENHOR traspassou o teu pecado significa que Deus aceitou a confissão de Davi e estendeu-lhe o Seu perdão. A evidência da graça divina neste caso é a declaração não morrerás. Davi merecia a punição com a morte por causa do adultério e do assassinato que cometeu (Lv 20.10; Nm 35.31-33). No entanto, a graça de Deus é capaz de sobrepor Suas penalidades.

12.14 — Embora o pecado de Davi tenha sido perdoado, o filho nascido da sua relação adúltera com Bate-Seba morreria. As ações praticadas por esse rei deram aos inimigos do SENHOR uma oportunidade para blasfemarem. O Senhor não poderia ignorar os pecados de Davi e conceder aos descrentes uma chance de dizerem: “O Deus de Israel não deve ser muito santo. Olhe como Ele tolera o pecado na vida do rei!”. Deus perdoa os pecados, mas não necessariamente remove as suas consequências (G1 6.7).

12.15 — O verbo traduzido como feriu (hb. nagap) está relacionado com o substantivo (hb. negep) usado para se referir à praga que Deus enviou sobre o Egito que causou a morte de todos os primogênitos (Ex 12.13). No versículo em análise, de algum modo, essa mesma praga agora feriria a casa do rei em Jerusalém, porque Davi, assim como faraó antes dele, havia desconsiderado os mandamentos de Deus. O bebê, indicado pela palavra criança, parece não ter vivido o tempo suficiente para receber um nome, o qual era dado no momento da circuncisão, no oitavo dia de nascido (Lc 1.59).

12.16 — E buscou Davi a Deus pela criança. Neste versículo, podemos sentir o coração angustiado de Davi perante o Senhor. O rei também jejuou, o que é uma expressão de intensidade da parte de quem pede. Ê como se dissesse “este problema é mais importante para mim do que o alimento”.

12.17 — Os anciãos da sua casa eram os oficiais mais velhos e conselheiros da corte real de Davi.

12.18,19 — Morreu a criança. Não existe frase mais dolorosa para um pai ouvir do que esta. Aqueles que haviam observado a intensidade da aflição de Davi antes da morte da criança pensavam que a reação dele seria incontrolável quando ele soubesse que o bebê havia morrido; por isso, temiam os servos de Davi.

12.20,21 — Então, Davi se levantou da terra. Normalmente, pensamos no luto como um processo que se segue à morte de um ente querido. No caso de Davi, seu luto começou quando a criança ficou doente. Uma vez que ela morreu, não havia mais nada que ele pudesse fazer senão adorar ao Senhor. Davi deixou o seu palácio e entrou na C asa do SENHOR, isto é, subiu o monte Moriá para adorar no tabernáculo.

12.22 — As palavras quem sabe nos dão uma notável compreensão do significado da oração. Caso haja qualquer possibilidade de Deus intervir de uma nova maneira, a oração deverá permanecer inabalável. Se a esperança de alguém é em Deus, não existe a percepção de que é muito tarde para algo acontecer, até que realmente seja tarde demais. Deus pode intervir no último momento. Ele deveria intervir e não nos encontrar mais em oração?

12.23 — Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim. A criança não mais voltaria à vida, mas Davi, um dia, iria juntar-se ao seu filho quando morresse.

12.24 — O nome Salomão é relacionado à palavra em hebraico para paz e significa pacífico ou cheio de paz- Deus não feriria esta criança como havia feito com a anterior (v. 15), pois esta fora uma escolha dele, isto é, o SENHOR o amou.

12.25 — O profeta Natã foi enviado pelo S e nhor para dar a Salomão o nome Jedidias, que significa o amado do Senhor (v. 24). Esse nome em hebraico está relacionado ao nome de Davi, que significa amado. O nome selecionado por Deus, anunciado pelo profeta do Senhor, era o símbolo final do perdão de Deus para Davi e Bate-Seba.

12.26,27 — Também tomei a cidade das águas. Joabe assegurou a Davi que, uma vez que ele havia feito isso, a cidade não aguentaria o cerco durante muito tempo.

12 .28, 29 — Não se aclame sobre ela o meu nome. Joabe queria que Davi recebesse o crédito por derrotar Rabá e conquistar o povo de Amom. Então, Davi chegou à cidade com seu exército e obteve a vitória, que estava sendo estruturada havia anos.

12.30 — Um talento de ouro. A coroa pesava cerca de 33 Kg. Era um exemplo da opulência do espólio da cidade, que se configurou em mui grande despojo. E possível que a coroa fosse um símbolo do deus dos amonitas Milcom (1 Rs 11.5).

12.31 — Fê-lo passar a serras, e a picaretas, e a machados de ferro. A política externa da antiga Israel foi anunciada em Deuteronômio 20. Os israelitas deveriam exterminar os cananeus e subjugar as outras nações como um juízo de Deus pelos pecados desses povos. Davi puniu os amonitas com jornadas de trabalhos forçados em que se utilizavam várias ferramentas e implementos.