Significado de 2 Samuel 5

Significado de 2 Samuel 5

Significado de 2 Samuel 5


2 Samuel 5
5.1 — A expressão todas as tribos de Israel se refere aos líderes das tribos, tais como os anciãos e os chefes dos clãs (v. 3). Estes se dirigiram a Davi e disseram teus ossos e tua carne somos, isto é, somos teus parentes (Gn 29.14; Jz 9.2). Os representantes das tribos de Israel reconheceram sua solidariedade como um povo.

5.2 — As palavras o que saías e entravas com Israel falam da ocupação de Davi como líder militar durante o reinado de Saul. O verbo apascentarás é uma metáfora expressiva da relação entre um rei e seu povo. As Escrituras a aplicam tanto para os líderes humanos quanto para Deus (SI 23.1; Ez 34.1-10).

5.3-5 — Uma aliança não era simplesmente um acordo civil, mas uma ocasião sagrada, perante o SENHOR. A afirmação e ungiram Davi atesta a terceira unção que ele recebeu (2 Sm 2.4; 1 Sm 16.13). A primeira significou uma antecipação de seu governo; a segunda foi o reconhecimento de seu comando sobre Judá; a terceira unção foi um atestado do seu domínio sobre a nação inteira.

5.6-9 — O primeiro passo de Davi como rei foi conquistar a terra dos jebuseus, que veio a ser conhecida como Jerusalém. O nome Jerusalém pode significar fundação de paz. A cidade em si foi estrategicamente situada numa região montanhosa, próxima à fronteira de Judá com Benjamim, fazendo dela uma barreira entre as tribos do norte e do sul. Embora a cidade tenha sido atacada por homens tanto de Benjamim quanto de Judá, os jebuseus não foram expulsos de Jerusalém na época da conquista (Js 15.63; Jz 1.21). A cidade tinha uma longa história. Um nome anterior de Jerusalém foi Salém, conhecida por causa de seu justo rei Melquisedeque (Gn 14.18-20). O monte Moriá — onde Abraão tinha se preparado para oferecer Isaque — também era localizado em Jerusalém (Gn 22.2). Jerusalém, por fim, se tornaria não apenas o local do templo, mas também o lugar onde Jesus morreria e ressuscitaria.

5.6 — Os jebuseus eram uma das tribos cananeias que viviam na Terra Prometida (Gn 10.16-18). Jerusalém ficava numa montanha exatamente ao sul do monte Moriá, com penhascos íngremes em todos os lados, exceto ao norte, fazendo dela uma fortaleza natural. Por isso, seus habitantes e defensores se sentiram capazes de gabar-se de que os cegos e os coxos seriam suficientes para derrotar Davi.

5.7 — Este versículo se refere a Jerusalém como a fortaleza de Sião. A palavra Sião, originalmente, aplicava-se ao reduto dos jebuseus, que passou a chamar-se a Cidade de Davi, após a sua tomada. Como a cidade se expandiu para o norte, circundando o monte Moriá, o templo do monte passou a chamar-se Sião (Sl 78.68,69). Finalmente, o termo foi usado como um sinônimo para Jerusalém (Is 40.9).

5.8 — O canal se estendia por cerca de 230 pés desde o alto da fonte de Giom até o topo da montanha onde a fortaleza dos jebuseus estava situada (2 Cr 32.30). Ele forneceu à cidade um suprimento seguro de água quando esteve sitiada. A expressão e aos coxos, e aos cegos se tornou uma provocação, que Davi, a princípio, tomou como um desafio e, depois, como um hino de vitória.

5.9 — O termo a Cidade de Davi é usado em Lucas 2.11 para se referir a Belém, a cidade onde nasceu Davi. Neste versículo, o termo alude a Sião, a cidade da qual Davi comandou Israel. O vocábulo Milo deriva do verbo encher, no hebraico, e significa monte ou terraço. O Milo havia sido identificado pelos arqueólogos com os terraços construídos na encosta oriental da cidade que formava os muros de sustentação das construções acima. As escavações na cidade de Jerusalém continuam impedidas apenas por dois motivos: é uma cidade viva, e esses lugares têm extrema relevância religiosa. E difícil escavar em locais onde as pessoas moram e trabalham, e algumas autoridades religiosas fazem objeções a escavações em áreas que podem, algum dia, ter sido locais sagrados.

5.10 — O termo Deus dos Exércitos também pode ser traduzido como Senhor dos Exércitos (2 Sm 6.2). Os exércitos (hb. seba'ôt) são os exércitos de anjos que estão sob o comando de Deus (v. 24).

5.11,12 — O reconhecimento internacional do governo de Davi ocorreu rapidamente. Por causa de seu reinado de 33 anos em Jerusalém (v. 5), alguns sugerem que o Hirão mencionado nesta passagem deve ter sido o pai do aliado que assistiu Salomão na construção do templo (1 Rs 5.1-10). Isso levaria alguém a concluir que o nome Hirão deve ter sido o nome de uma autoridade real na Fenícia, da mesma forma que Faraó e Abimeleque (Gn 20.2;26.1) eram nomes de autoridades reais no Egito e em Gerar. Porém, as palavras de 1 Reis 5.1 indicam que esta é a mesma figura, porque ele sempre tinha amado a Davi. Tiro, localizada na costa do Mediterrâneo ao norte de Israel, era uma cidade fenícia conhecida por seu comércio, seus artesãos e suas riquezas. A bondade de Hirão para com Davi provavelmente era provocada por interesses econômicos, pois ele poderia lucrar no comércio com Israel. A casa que Hirão construiu para Davi deve ter sido suntuosa para o local e para a época. A maioria das construções em Israel era de pedra. O uso do cedro acrescentava elegância ao palácio de Davi. Certamente, ele falava de sua casa com um orgulho considerável (2 Sm 7.2).

5.13 — Estas uniões refletem o envolvimento de Davi em tratados e alianças internacionais selados com o casamento da filha de um rei com o outro participante do acordo. Concubinas eram esposas que não tinham os mesmos direitos que uma esposa verdadeira; eram parte de um harém real. Frequentemente, o status dos reis nos tempos antigos era medido, em parte, pelo tamanho de seus haréns. Todavia, para os reis de Israel, havia um aviso da parte de Deus alertando contra a aquisição de muitas esposas (Dt 17.17).

5.14 — Samua é conhecido como Siméia em 1 Crônicas 3.5. Samua, Sobabe, Natã e Salomão eram filhos de Davi com Bate-Seba (1 Cr 3.5), a mulher de Urias. Davi planejou a morte desse homem para se casar com Bate-Seba (2 Sm 11). A criança nascida do caso de Davi com Bate-Seba morreu precocemente (2 Sm 12.15-23).

5.15,16 — As listas em 1 Crônicas 3.5-9 e 1 Crônicas 14.4,5 registram mais dois filhos, Nefegue e outro Elifelete (Elpelete em 1 Cr 14.4).

5.17-25 — Os filisteus eram indo-europeus, na verdade minions gregos [minoicos], que migraram das ilhas do Egeu e da Ásia Menor para o leste da região mediterrânea em torno de 1200 a.C. Eles estabeleceram uma forte organização política e militar na planície costeira ao sul de Israel, que foi, por muitos anos, uma séria ameaça aos israelitas. Foi durante uma das guerras de Israel contra os filisteus que o jovem Davi se tornou o grande herói nacional pela primeira vez (1 Sm 17).

Os filisteus podem ter governado como uma classe de senhores guerreiros a população nativa cananeia nas suas áreas. Eles eram soldados poderosos que faziam uso brilhante das bigas, os “tanques” do mundo antigo. Estas, então máquinas militares high-tech, tornavam-nos especialmente fortes na planície costeira. No entanto, esses carros não foram tão eficientes nas terras altas de Judá. Os filisteus são peculiarmente mencionados com grande desdém por Davi e seus compatriotas como os incircuncisos (1 Sm 14.6;17.26;31.4; 2 Sm 1.20). 5.17 — A palavra traduzida do hebraico como fortaleza significa castelo forte, sugerindo uma outra fortaleza diferente de Jerusalém. Por isso, é possível que esses ataques tenham acontecido entre o tempo em que Davi foi ungido rei sobre todo o Israel (v. 4) e em que ele tomou Jerusalém (v. 6-10).

5.18 — O vale dos Refaíns, ou vale dos Gigantes (2 Sm 21.15-22), estendia-se a sudeste de Jerusalém em direção à planície costeira. A ênfase no vale como uma aproximação estratégica de Jerusalém é evidenciada pelo fato de que os filisteus planejaram um segundo ataque para tomar a cidade por esse percurso (v. 22).

5.19,20 — Como era o seu costume, Davi consultou o SENHOR antes de iniciar uma batalha contra os filisteus (2 Sm 2.1; 1 Sm 23.2;30.8). Em se tratando de guerra, Davi não era presunçoso. Ele desejava saber a vontade de Deus quanto à escolha de suas batalhas e ao tempo certo para cada uma delas.

5.21,22 — Os ídolos que os filisteus haviam levado para a batalha a fim de assegurar-lhes a vitória foram capturados pelos homens de Davi. Este saque teria sido considerado pelos filisteus como uma derrota de seus deuses contra o Deus de Israel. De acordo com 1 Crônicas 14.12, Davi e seus homens queimaram os ídolos.

5.23 — O termo amoreiras (hb. beka’tm) aparece somente neste versículo e na passagem paralela em Crônicas (1 Cr 14.14). Alguns estudiosos preferem traduzi-lo como balsameiro.

5.24 — Deus estava sugerindo que o estrondo de marcha pelas copas das amoreiras seria na verdade o som do Seu exército angelical prosseguindo para atacar (2 Rs 6.17).

5.25 — A cidade de Geba mencionada neste versículo não é a mesma que consta em 1 Samuel 13.3, a qual ficava seis milhas ao norte de Jerusalém. Nesta passagem, Geba provavelmente estava localizada ao sul, no vale dos Refains. Gezer se encontrava cerca de 20 milhas a nordeste de Jerusalém.