Significado de 2 Samuel 6

Significado de 2 Samuel 6

Significado de 2 Samuel 6


2 Samuel 6

6.1 -23 — Davi estava intensamente interessado em adorar Yahweh e deu considerável atenção à arca da aliança, que havia sido negligenciada no governo de Saul. O capítulo seis descreve a transferência da arca para a nova capital em Jerusalém. Uma vez que sua perda ocorrera durante uma das primeiras batalhas contra os filisteus (1 Sm 4.5), a determinação de Davi em recuperá-la, seguida de sua impressionante vitória contra os filisteus (2 Sm 5), foi muito significativa.

6.1 — Os 30 mil homens não eram todos os homens de Israel capazes de manejar armas, mas sim os melhores deles.

6.2 — Baalá de Judá, que significa os mestres de Judá, também era chamada Baalá e Quiriate-Jearim (Js 15.9; 1 Cr 13.6). Era uma cidade na fronteira de Judá e Benjamim, cerca de dez milhas a nordeste de Jerusalém. Davi e o povo partiram desse local para transportar a arca da aliança, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos. O nome pessoal de Deus é revelado em Êxodo 3.13-15, onde o contexto demonstra que o Senhor é o poderoso Deus dos patriarcas que intercede em favor do Seu povo. As vezes, o nome de Deus é acompanhado da designação dos Exércitos (2 Sm 5.10), referindo-se ao exército angelical do universo (1 Rs 22.19; Lc 2.13) e aos exércitos de Israel (1 Sm 17.45). Quanto aos querubins, são seres angelicais geralmente considerados guardiões da santidade de Deus (Gn3.24; Êx 25.22; SI 80.1;99.1). Quando o Senhor se revelou a Moisés, Ele estava entre os dois querubins posicionados nas extremidades do trono de misericórdia sobre a arca da aliança (Ex 25.22; Nm 7.89).

6.3,4E puseram a arca de Deus em um carro novo. A Lei era específica quanto ao fato de a arca só poder ser carregada pelos filhos de Coate, não por um carro ou outro veículo qualquer (Ex 25.14,15; Nm 3.30,31). Davi estava fazendo o que os filisteus fizeram (1 Sm 6.7,8). A arca havia sido levada para a casa de Abinadabe após o seu resgate das mãos dos filisteus (1 Sm 7.1,2). Neste sentido, o termo filhos de Abinadabe deveria ser entendido com um sentido mais abrangente como os descendentes de Abinadabe.

6.5 — A declaração alegravam-se perante o SENHOR literalmente significa que eles festejaram com música e dança (v. 21). Os adoradores tinham uma variedade de instrumentos de corda, percussão e sopro. O termo címbalos, por exemplo, refere-se a instrumentos egípcios que consistiam em anéis pendurados soltos em varas de metal que produziam um som estridente quando chacoalhados.

6.6 — A eira era um local para processar cereais, ou seja, para separar os grãos de suas respectivas cascas (Rt 3.2). Logo que chegaram a esse lugar, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e segurou-a a fim de estabilizá-la, pois ela parecia cair.

6.7 — Embora Uzá tenha violado a Lei sem a intenção de fazê-lo, seu erro lhe custou a vida. Deus avisara Seu povo de que nem mesmo os levitas poderiam tocar os objetos sagrados do tabernáculo; a punição com a morte havia sido especificada para os transgressores (Nm 4-15).

6.8 — Davi se entristeceu — não consigo mesmo pela imprudência que resultou nessa calamidade, mas com Deus. Ele batizou o local da tragédia com o nome Perez-Uzá, como uma forma de lembrar o que acontecera ali.

6.9 — E temeu Davi ao SENHOR. A tragédia envolvendo Uzá reavivou um necessário temor de Deus no coração de Davi. Devidamente compreendido (Ec 12.13,14), esse sentimento é essencial para buscar a obediência e a santidade.

6.10,11 — Obede-Edom era um levita da família de Corá, e, posteriormente, tornou-se um dos guardiões da entrada de onde ficaria a arca (1 Cr 15.18,24;26.4-8). Ele era chamado o geteu porque nascera na cidade levítica de Gate-Rimom (Js 21.24).

6.12 — Porque a arca havia sido uma fonte de bênçãos para a casa de Obede-Edom, o interesse de Davi em encontrar um modo de torná-la a Jerusalém foi renovado.

6.13 — Desta vez a arca foi carregada (Ex 25.14,15), em lugar de transportada de carro. Alguns intérpretes creem que o cortejo foi interrompido e sacrifícios foram oferecidos a cada seis passos. Também é possível que os sacrifícios tenham sido oferecidos apenas uma vez após os carregadores da arca avançarem os primeiros seis passos; por isso, consagraram a marcha solene.

6.14 — O verbo em hebraico para saltava (mekarker), neste versículo, significa literalmente rodopiava. O éfode de linho era uma vestimenta curta, sem manga, usada pelos sacerdotes (1 Sm 2.18). Davi a trajava para honrar o Senhor em vista de suas atividades sacerdotais naquele dia (v. 13).

6.15 — Com júbilo era uma expressão de celebração e triunfo (Is 44.23). O termo trombetas se refere ao chifre de carneiro ou shofar (2 Sm 2.28).

6.16 — Mical, filha de Saul, fora dada a Davi em casamento (1 Sm 18.27) e depois a outro homem (1 Sm 25.44), após Davi ter fugido de Jerusalém. Abner, o general de Isbosete, tinha conseguido que ela retornasse a Davi (2 Sm 3.13-16).

6.17 — Davi armou uma tenda, sem dúvida, semelhante ao tabernáculo de Moisés, para funcionar como um abrigo temporário para a arca, até que um local permanente pudesse ser construído. Sobre as afirmações e ofereceu Davi holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR, veja Levítico 1 e 3, respectivamente.

6.18 — E, acabando Davi de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo. Tendo em vista que as ofertas e os holocaustos só podiam ser ritualmente oferecidos a Deus pelos sacerdotes, subentende-se que Davi, como rei de Israel, levou-os aos sacerdotes e estes apresentaram sacrifícios a Deus por ele e pela nação, sendo esta, consequentemente, abençoada. No aspecto real, Davi é um tipo do Salvador Jesus, que é o Grande Rei.

6.19 — Um fato característico da oferta pacífica (v. 17) era que uma porção desta seria ingerida pelo adorador como uma refeição de comunhão perante o Senhor. Davi repartiu essa refeição com aqueles que participaram da celebração. Um bolo de pão era um mimo doce (Ct 2.5) algumas vezes utilizado para ofertas religiosas em rituais cananeus (Os 3.1) e na adoração a Deus.

6.20 — Para abençoar a sua casa. No momento de sua maior experiência espiritual, Davi se encheu de prazer ao levar a bênção de Deus para a sua casa, mas foi recebido com as maldições de sua mulher. O comentário de desprezo a respeito de Davi estar descobrindo-se, sem dúvida, refere-se à vestimenta sacerdotal usada pelo rei, em vez dos trajes reais (v. 14). Dançando com aquelas roupas curtas, Davi tinha se exposto mais do que Mical julgava ser apropriado. O termo vadios alude a pessoas vazias, que não têm qualquer valor ou dignidade.

6.21 — Davi repreendeu Mical fazendo-a lembrar-se de que Deus havia escolhido ele em vez do pai dela, Saul, uma evidência da bênção divina no compromisso e no entusiasmo religioso de Davi.

6.22Me envilecerei e me humilharei aos meus olhos. Davi declarou que alegremente seria ainda mais humilhado perante o Senhor e honrado pelos que compartilhavam de seus valores espirituais.

6.23 — O fato de Mical nunca ter tido filhos foi resultado de um distanciamento de Davi ou talvez de uma punição divina por causa de sua recusa em juntar-se à comemoração do Nome de Deus. Por isso, não havia sucessor da casa de Saul no trono. Seus filhos estavam mortos, e sua filha permanecia estéril. Fica evidente neste versículo que Mical não tinha tido filhos com Paltiel durante os anos em que foi sua esposa.