Significado de Josué 3

Josué 3

Josué 3 relata a dramática travessia do rio Jordão pelos israelitas enquanto eles continuam sua jornada para a Terra Prometida. A narrativa começa com Josué e o povo se preparando para partir, sabendo que devem cruzar o Jordão para chegar ao seu destino. Josué instrui o povo a se consagrar, significando sua prontidão para este evento significativo.

Quando os sacerdotes que carregavam a Arca da Aliança entraram no rio Jordão, as águas se abriram milagrosamente, semelhante à travessia do Mar Vermelho durante a época de Moisés. Toda a nação de Israel cruza o leito do rio em terra seca, uma prova do poder de Deus e do cumprimento de Suas promessas.

Doze pedras são retiradas do meio do Jordão para servir de memorial dessa travessia milagrosa. Essas pedras são colocadas em Gilgal, seu primeiro acampamento na Terra Prometida. Este ato de lembrança serve como um sinal para as gerações futuras se lembrarem das maravilhas que Deus realizou em seu nome.

Josué 3 mostra a intervenção divina e a orientação sobrenatural que marcam a jornada dos israelitas para a Terra Prometida. A travessia do rio Jordão simboliza um novo capítulo em sua história, pois eles deixaram de vagar pelo deserto para se estabelecer na terra que Deus lhes havia prometido. O capítulo destaca a importância da obediência, da fé e da providência de Deus no cumprimento de Sua aliança.

Significado

Josué 3:1 A localização de Sitim é incerta hoje, mas este foi o lugar onde Israel acampou por algum tempo depois de chegar às planícies de Moabe, na extremidade norte do mar Morto (Nm 22.1; 25.1). Era lá que Israel estava quando Balaão chegou com a intenção de amaldiçoar o povo (Nm 22-24) e aonde muitos israelitas foram com a intenção de procurar prostitutas dentre as mulheres moabitas (Nm 25.1-3). No dia seguinte ao que os espias retornaram de Jericó, Josué liderou o povo deste lugar até o Jordão.

Josué 3:2 Ao fim de três dias, ou seja, após o retomo dos espias de Jericó, os oficiais passaram pelo meio do acampamento com as instruções da travessia, as quais (v. 3) eram diferentes daquelas dadas em Josué 1.11. O período de três dias mencionado anteriormente em Josué 1.11 (e em Js 2.22) iniciou quando os espias chegaram a Jericó. Após esses dois períodos de três dias, os israelitas cruzaram o Jordão no dia seguinte, isto é, no sétimo dia depois que as atividades narradas começaram (Js 3:5). Imediatamente após este intervalo de sete dias, houve a circuncisão dos homens israelitas no capítulo 5. Tal fato é seguido então por um período de sete dias de marcha ao redor de Jericó.

Josué 3:3 O capítulo 3 enfatiza a importância da arca do concerto, mencionando-a mais de 11 vezes. Os sacerdotes eram os responsáveis por carregá-la (v. 3), de acordo com as leis dadas por Moisés (Dt 10.8; 31.9). Eles deveriam transportar a arca segurando nas barras e não podiam tocá-la (Êx 25.12, 13; 37.3-5; Nm 4.4-15). A arca simbolizava a presença de Deus. Todos precisavam ter o cuidado de manter uma distância segura do objeto (Js 3:4). O capítulo faz referência à arca de inúmeras maneiras, mas usa comumente a expressão a arca do concerto. O sacerdócio era restrito aos levitas em geral, e, mais especificamente, aos descendentes de Arão (Nm 25.7-13; Dt 18.1, 5). Todos os sacerdotes eram levitas, mas nem todos os levitas eram sacerdotes. Mais tarde, Zadoque, que descendia de Arão por meio de seu terceiro filho, Eleazar (1 Cr 6.1-8, 50-53), destacou-se como um sacerdote proeminente. Desde essa época em diante, os descendentes de Zadoque tornaram-se os responsáveis pelo serviço e culto no templo (Ez 44.15-31).

Josué 3:4 A palavra hebraica correspondente a contudo é enfática e pode ser traduzida como certifique-se de que. Isso destaca a ordem de manter certa distância da arca.

Dois mil côvados correspondem a aproximadamente 900 m. Para que saibais. Estas palavras mostram que os acontecimentos miraculosos são uma fonte da ênfase nos capítulos 3 e 4, e que seu valor em fazer com que as pessoas tomem conhecimento deles é importante (compare com o v. 7).

Josué 3:5, 6 O livro de Josué dá ênfase à ideia de santidade, por isso Josué disse ao povo: santificai-vos. O significado fundamental de santidade (hb. qadash) é separação das coisas que são impuras e comuns.

O termo maravilhas é a tradução da palavra hebraica niphlaô't, que hoje corresponde ao que chamamos de milagres. Estas poderosas ações de Deus impressionaram o povo e incitaram os israelitas a louvá-lo (Sl 9.1; 96.3). No capítulo 3, Deus realiza o milagre de parar as águas do Jordão (v. 14-17).

Josué 3:7, 8 Com as palavras começarei a engrandecer-te, Deus reafirma a posição de Josué como o sucessor de Moisés (Js 1.5, 9). A expressão para que saibam mostra que Deus efetuou os milagres não apenas para acarretar acontecimentos específicos, mas para revelar a si próprio ao povo.

Josué 3:9 Aqui, Josué serve como um profeta de Deus, apesar de nunca ter sido especificamente chamado como tal, pois ele esteve perante o povo como um porta-voz do Senhor.

Josué 3:10, 11 Os eventos miraculosos que se seguem não só fazem com que os israelitas atravessem o Jordão, mas também atestam o fato de que o Deus vivo estava com eles (Js 4.24). Estas maravilhosas ações comprovam a gloriosa presença de Deus entre Seu povo; o próprio Deus trabalhando em favor dos israelitas.

O versículo 10 menciona sete grupos de pessoas. Vejamos alguns deles: o termo cananeus, algumas vezes, denota qualquer um que vivesse em Canaã, independente da identidade étnica (Gn 36.2, 3; Jz 5.19). Neste caso, porém, os cananeus eram provavelmente as pessoas que viviam perto do mar (Js 5.1), que mais tarde ficariam conhecidos como os fenícios. Quanto aos ferezeus, sabemos pouco sobre eles. Ao que tudo indica, estes indivíduos habitavam as áreas florestais da Palestina central (Gn 13:7). Os amorreus eram, de certa forma, um sinônimo para cananeus em uma utilização mais ampla (Gn 15.16; Jz 1.34, 35). Por vezes, o primeiro termo fez referência aos indivíduos que moravam nas cidades da área montanhosa central de Canaã (Nm 13:29; Dt 1.7), e, em outras ocasiões, aludiu aos reinos a leste do Jordão (Js 13:10, 21). Neste versículo, porém, amorreus designa os habitantes da parte montanhosa central. Já os jebuseus eram os que viviam em Jerusalém (Js 15.8; 18.28).

Josué 3:12 No texto em hebraico há a ênfase de que deveria ser apenas um indivíduo de cada tribo para compor o grupo de doze homens. Ou seja, um homem de cada tribo foi selecionado.

Josué 3:13 Aqui, a referência à arca faz um paralelo com a expressão no versículo 11. A menção ao Senhor, o Senhor de toda a terra, utiliza tanto Seu nome como Seu título. Da mesma forma que Baal era a designação para o deus mais importante dos cananeus, o Senhor (Yahweh) é o nome pessoal de Deus. Este foi o mesmo nome que Deus revelou a Moisés na sarça flamejante (Éx 3:13-15; 6.2, 3). O termo traduzido como Senhor significa Mestre e alude à condição de Deus como soberano do universo.

Josué 3:14 Em hebraico, lê-se neste trecho a arca, o concerto.

Josué 3:15 A afirmação parentética o Jordão transbordava é importante porque se faz compreender que um grande milagre estava envolvido nas ações. Deus não estancou meramente o rio durante um período de seca, mas, em vez disso, ele deteve as águas do Jordão quando este se encontrava na cheia. Todos os dias da sega. Esta expressão faz referência à primeira colheita do verão. Nesta época, o rio ainda transbordava por causa do derretimento da neve e das chuvas. Os israelitas atravessaram no décimo dia do primeiro mês (Js 4.19), o que corresponde a março/abril.

Josué 3:16 A da era uma cidade que ficava a aproximadamente 29 km ao norte de Jericó, perto de onde os rios Jordão e Jaboque convergem. O Jordão flui entre as altas falésias calcárias perto de Jericó. Algumas vezes, partes destas escarpas desmoronam dentro do rio fazendo com que as águas recuem. Deus pode ter miraculosamente providenciado que um deslizamento ocorresse no exato momento em que os israelitas precisaram atravessar o rio.

O mar das Campinas [mar da Arabá, na NVI] é o mar Morto, no qual o Jordão deságua pelo norte. As campinas eram a região do vale do Jordão, que se estende desde o mar da Galileia, ao norte, até o mar Morto, ao sul. O mar Morto é um dos lugares mais baixos da terra, ficando a cerca de 400 m abaixo do nível do mar. A expressão mar Salgado é adicionada ao termo porque o mar não possui um ponto de escape. A água se exaure pela evaporação. A concentração de sal e de outros minerais é tão grande que nada consegue viver na água.

Josué 3:17 Um sinônimo para o termo seco é encontrado em Josué 4.22, bem como em Êxodo 14.16, 22, 29, em que se faz referência à terra seca do fundo do mar Vermelho. Esta travessia do Jordão foi similar à transposição do mar Vermelho. O milagre aconteceu de forma tão efetiva em ambos os casos que os israelitas cruzaram as águas pisando em chão seco, e não na lama ou em lugares rasos.

Índice: Josué 1 Josué 2 Josué 3 Josué 4 Josué 5 Josué 6 Josué 7 Josué 8 Josué 9 Josué 10 Josué 11 Josué 12 Josué 13 Josué 14 Josué 15 Josué 16 Josué 17 Josué 18 Josué 19 Josué 20 Josué 21 Josué 22 Josué 23 Josué 24