Significado de Josué 11

Josué 11

Josué 11 narra o ponto culminante da conquista de Canaã quando os israelitas, sob a liderança de Josué, alcançam uma vitória decisiva sobre vários reis cananeus e seus exércitos. O capítulo começa descrevendo a aliança formada por vários reis para resistir aos israelitas. Josué lidera suas forças, e Deus lhe garante a vitória, motivando-o a amarrar os cavalos do inimigo e queimar suas carruagens, de acordo com os mandamentos de Deus.

Os israelitas se envolvem em uma série de batalhas, capturando e destruindo completamente seus inimigos. Eles assumem o controle de toda a região norte de Canaã, de Cades-Barnéia ao Monte Halak. Josué e seu exército executam os reis e capturam as cidades, enquanto conquistam Hazor, a maior cidade de todas, e a queimam. Essa vitória cumpre a promessa do Senhor a Moisés.

O capítulo destaca o cumprimento das promessas de Deus e a fidelidade de Josué ao cumprir os mandamentos de Deus. A conquista dos israelitas demonstra o papel de Deus em seu sucesso e enfatiza sua obediência às Suas instruções. Josué 11 ilustra os estágios finais da campanha militar, revelando a extensão do domínio dos israelitas na Terra Prometida e preparando o terreno para a divisão da terra entre as tribos nos capítulos subsequentes.

Significado

11:1-23 Após a vitória sobre a coalizão que foi organizada no sul contra os israelitas, agora o povo de Israel se depara com a hostil coalizão norte, a qual também derrotaria (v. 1-15).

11:1 Hazor era uma cidade grande e estratégica na parte norte de Israel. Ela é chamada de a cabeça de todos esses reinos (v. 10).

11:2 A descrição geográfica aqui nomeia as áreas em vez das cidades. Quinerete é outro nome para mar da Galileia. Houve também uma cidade chamada Quínerete no lado noroeste do mar (Js 19.35). Nafote-Dor [ou planaltos de Dor], da banda do mar, era um porto marítimo no Mediterrâneo e não havia montanhas por perto. Alguns estudiosos chamam a região de dunas de Dor.

11:3 A inclusão dos jebuseus, os habitantes de Jerusalém, é surpreendente, porque Jerusalém ficava no sul de Jericó. Evidentemente, os cananeus temiam tanto a ameaça israelita que procuraram ajuda por toda parte e em lugares distantes. Hermom estava no extremo norte, o ponto mais alto do norte da Palestina. Mispa foi o nome de muitas cidades na história de Israel, incluindo uma perto de Láquis (Js 15.38), uma em Benjamim, no sul (Js 18.26), e outra em Gileade, leste do Jordão (Jz 10.17).

11:4 Os cavalos, neste trecho, eram usados para puxar os carros, que acompanhavam a infantaria e transportavam um condutor com um arco ou suprimento de lanças. Os exércitos cananeus não usavam guerreiros montados. As tropas cananeias vinham bem armadas para enfrentar os israelitas, mas nada disso fazia efeito. Deus ainda assim os derrotava (v. 6-9). Somente nas batalhas de Jericó e Ai, os israelitas deram início ao combate. Aqui, bem como em outros combates descritos em Josué, foi o inimigo — geralmente fortemente equipado e em grande número — que atacou os israelitas.

O Senhor limitou o tamanho do exército israelita para que ele não confiasse apenas em seu poder bélico. O mesmo aconteceu em Deuteronômio 17.14-29 quando o Senhor ordenou a um rei que não adquirisse muitos cavalos (Dt 17.16). Assim, ele não dependeria de sua força militar, mas sim de Deus.

11:5 O local exato das águas de Merom é desconhecido. Antigos estudiosos identificaram o lugar como o lago Hule, que ficava situado ao norte do mar da Galileia, mas que foi drenado nos tempos modernos. Entretanto, muitos estudiosos atuais acreditam que o lugar mais preciso estaria em algum ponto entre o mar da Galileia e a costa Mediterrânea.

11:6, 7 Deus prometera entregar os inimigos de Israel em suas mãos amanhã a esta mesma hora. Isso é especialmente significativo à luz dos impressionantes números dos inimigos de Israel. Estas foram as mesmas palavras usadas muitos anos depois por Eliseu para predizer a fuga de Samaria de um cerco imposto pelos sírios (2 Rs 7.1). Em ambos os casos, as promessas de Deus concretizaram-se.

11:8 A grande Sidom era uma cidade fenícia na costa do Mediterrâneo, e Misrefote-Maim ficava ao sul desta. A derrota dos cananeus descrita aqui os mostra fugindo para todas as direções, em um total alvoroço.

11:9 Como o Senhor lhe dissera. Esta expressão mostra que Josué era cuidadoso, a fim de executar exatamente o que lhe fora instruído (v. 6).

11:10 Hazor, dantes, era a cabeça de todos os reinos. Esta foi provavelmente a razão pela qual Josué atingiu primeiro Hazor e o motivo pelo qual o texto detalha sua destruição. A escavação de Hazor mostrou várias destruições correspondentes ao período final da Idade do Bronze, uma de aproximadamente 1400 a.C., que poderia ser facilmente atribuída a Josué.

11:11-13 Jericó e Ai foram as duas outras únicas cidades a serem incendiadas. A maioria delas foi tomada sem ser destruída, pois os exércitos eram derrotados nos campos de batalha. Desta forma, grande parte das estruturas pôde ser utilizada por Israel sem precisar de reconstrução.

11:14, 15 Aqui, como aconteceu em Ai, permitiu-se que os israelitas pegassem todos os despojos das cidades (Js 8.2, 27). O tratamento que o povo dispensou aos habitantes era padrão para todos os cananeus: nada do que fôlego tinha deixaram com vida (Js 6.21; 8.22; 10.28, 30, 32, 33, 35, 37, 39, 40; 11:8, 11, 12). Esta completa aniquilação da população representou um grande problema para alguns indivíduos, pois estes achavam que Josué estava mostrando uma sede de sangue injustificada. Entretanto, Deus havia explicado a Moisés por que Israel deveria executar tal destruição em Canaã (Dt 7.2-11; 20.16-18): os cananeus estavam sendo julgados por causa de sua perversidade.

11:16, 17 Estes versículos sintetizam a batalha realizada ao norte bem como toda a conquista de Israel narrada neste livro (capítulos 9 a 11). O versículo 16 menciona muitos dos territórios já citados em Josué 10.40, 41. O limite sul da conquista é dado aqui. O monte Calvo [Halaque, na NVI] fica perto de Cades-Barnéia Qs 10.41), e Seir é a área montanhosa de Edom, a sudeste do mar Morto. Baal-Gade e monte de Hermom [monte Hermom, na NVI] são o limite norte da conquista. Baal-Gade estava no vale do Líbano, a noroeste do monte de Hermom.

11:18-20 Aqueles cujo coração foi endurecido por Deus não eram pessoas de boa índole, mas sim indivíduos que haviam se comprometido com a maldade (Sl 14-1-3; Rm 3.10-18), como aconteceu com faraó (Rm 9.14-24).

11:21, 22 A destruição dos anaquins [enaquins, NVI], gigantes que habitavam a região montanhosa da Terra Prometida, foi especialmente significativa. Nem mesmo a gigantesca estatura e a habilidade de guerra destes guerreiros foram empecilhos para o poder de Yahweh. A derrota deles finalmente garantiu ao povo de Israel a posse da Terra Prometida. E importante lembrar que, muitos anos antes, o fato de saber que a terra onde mana leite e mel era habitada por esses gigantes fez com que os israelitas se rebelassem contra os comandos de Deus (Nm 13.22, 28, 32, 33). Entretanto, a geração atual de Israel aprendeu a confiar no Senhor independente dos obstáculos que aparecessem.

11:23 Este versículo é um trecho de transição, que sintetiza o que passou (as conquistas) e mostra, antecipadamente, a conquista da prometida herança. A expressão a terra repousou da guerra encerra a primeira parte deste livro. Antes de entrar na segunda parte do livro, que fala sobre como o território da Terra Prometida foi distribuído entre as tribos de Israel, o capítulo 12 apresenta a lista dos reis cananeus derrotados. A ideia de descanso para todo o povo é encontrada em passagens como Deuteronômio 12.10 e 25.19, e refletida em súmulas de Josué 21.44 e 23.1.

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