Significado de 1 Samuel 14

1 Samuel 14

1 Samuel 14 descreve uma ousada aventura militar de Jônatas, filho de Saul, e a turbulência resultante que ela causa no acampamento israelita. Aqui está um resumo do conteúdo de 1 Samuel 14:

1. O plano ousado de Jônatas: Jônatas e seu escudeiro decidem se aventurar na guarnição filisteu perto de Gibeá. Eles acreditam que se os filisteus os desafiarem a ir até eles, será um sinal do Senhor de que vencerão na batalha.

2. O sinal dos filisteus: Quando Jônatas e seu escudeiro se aproximam do posto avançado dos filisteus, os filisteus zombam deles, dizendo-lhes para subirem ao topo da colina. Isto é considerado o sinal de Deus que Jônatas e seu escudeiro buscaram.

3. A Vitória de Jônatas: Jônatas e seu escudeiro sobem a colina e atacam os filisteus. Num ataque repentino, eles matam cerca de vinte filisteus. Este evento causa pânico e confusão entre as tropas filisteus, que acreditam que está ocorrendo um terremoto, e se voltam entre si no caos.

4. O Erro de Saul: Saul e seus homens, que esperam perto dos arredores de Gibeá, ouvem a comoção no acampamento dos filisteus e percebem que algo extraordinário aconteceu. Saul decide consultar o Urim e o Tumim, objetos sagrados usados para buscar a orientação de Deus, para perguntar se deveriam perseguir os filisteus. Porém, Saul não espera uma resposta e prossegue a perseguição.

5. A Vitória de Israel: Saul e seus homens juntam-se à batalha contra os filisteus, e os israelitas que anteriormente estavam escondidos com medo também se juntam à perseguição. Os filisteus são derrotados e fogem confusos. Isto marca uma vitória significativa para os israelitas.

6. Juramento precipitado de Saul: Durante a batalha, Saul faz um juramento precipitado, declarando que ninguém deveria comer até a noite, mesmo que seus homens estivessem cansados e com fome. Seu filho Jônatas, que não tinha ouvido falar do juramento, come um pouco de mel e, ao saber do juramento, reconhece suas consequências negativas para as tropas.

7. Jônatas salvo pelo povo: O povo intervém e protege Jônatas, reconhecendo que foi ele quem iniciou a vitória de Israel. Eles insistem que Jônatas não deveria ser condenado à morte por quebrar o juramento.

1 Samuel 14 retrata as ações corajosas e fiéis de Jônatas, que levaram a uma vitória significativa sobre os filisteus. Também destaca as decisões impulsivas de Saulo e sua tendência de agir sem buscar adequadamente a orientação de Deus. Além disso, o capítulo sublinha a importância da unidade e da cooperação entre as forças israelitas.

Significado

14.1-47 Esse capítulo conta a história da vitória de Israel sobre os filisteus e a precipitada promessa de Saul, que quase provocou a morte de seu próprio filho. O capítulo também ilustra a contínua falta de sabedoria e discrição de Saul em sua liderança.

14.1 Porém não o fez saber a seu pai. Saul teria pensado que o plano de Jônatas era arriscado.

14.2 Gibeá, berço de Saul, estava localizada cerca de 4,5 Km a sudoeste de onde Jônatas estava acampado com a guarnição dos filisteus que ele havia tomado (1 Sm 13.3,16). Migrom ficava localizada próximo a Gibeá.

14.3-5 A genealogia de Aias, o sumo sacerdote e descendente de Eli, é dada completamente. O seu nome significa meu irmão é o Senhor.

14.6-8 O termo incircuncisos era uma designação israelita para os gentios, que não partilhavam da marca característica do povo de Deus da velha aliança (Gn 17.10-14).

14.9-13 O assalto de Jônatas e seu pajem de armas em Micmás foi um ato de fé, e não uma tola e irresponsável aventura. A resposta dos filisteus foi interpretada como um sinal de que Deus estava à frente daquela empreitada e, portanto, garantiria a eles a vitória. As palavras de provocação dos filisteus se transformaram em um desafio para que os israelitas demonstrassem a fé que tinham em Deus.

14.14 Sucedeu esta primeira derrota, em que Jônatas e o seu escudeiro mataram perto de vinte homens, em cerca de meia jeira de terra. A medida meia jeira de terra (ARC/ARA) corresponde a uma área de mais ou menos mil e duzentos metros quadrados (NTLH). No texto em hebraico se lê meio yoke de terra. Um yoke de terra correspondia a uma área em que um par de bois poderia arar em um dia.

14.15, 16 A derrota da guarnição inimiga em Micmás deixou os filisteus em estado de pânico. A declaração e houve tremor no arraial pode referir-se a um real tremor de terra, somado ao pânico e à confusão dos filisteus, ou, ainda, pode ser apenas uma maneira usada pelo autor para dizer que os filisteus estavam tremendo de medo.

14.17 Contai e vede quem é que saiu dentre nós. Saul teve que checar suas tropas para se dar conta de que seu próprio filho não estava presente.

14.18, 19 Traze aqui a arca de Deus. De acordo com 1 Samuel 7.2, a arca, nessa época, estava em Quiriate-Jearim. Não há qualquer menção de ela ter sido tocada antes de ser levada para Jerusalém por Davi. Na Septuaginta, em vez de arca, lemos éfode, e isso pode ser o que significava. O Urim e o Tumim, mantidos no peitoral do sumo sacerdote, eram usados para consultar a vontade de Deus (Êx 28.30; Nm 27.21; 1 Sm 23.9-12). Além disso, Aias (v. 3) estava presente e vestia o éfode, ou colete sacerdotal (NVI).

Retira a tua mão. Uma perturbação no campo dos filisteus distraiu Saul de sua consulta com o sacerdote (Aias), e ele cancelou as perguntas.

14.20 A espada de um era contra o outro. Havia tamanha confusão no campo dos filisteus que era difícil distinguir um amigo de um inimigo.

14.21 Os hebreus que estavam com os filisteus eram desertores e mercenários.

14.22, 23 A expressão montanhas de Efraim se refere à região montanhosa ocupada pela tribo de Efraim, exatamente ao norte do território de Benjamim.

14.24 Maldito o homem. Saul, tolamente, ordenou que nenhum de seus soldados comesse até que ele tivesse se vingado de seus inimigos. Diferentemente de Jônatas, Saul não via a batalha sob o ponto de vista do Senhor (v. 12).

14.25, 26 As abelhas haviam produzido tanto mel que transbordava das colmeias nas árvores e caí na superfície do campo.

14.27 Devido a sua ausência (v. 1-17), Jônatas não sabia do juramento de seu pai. Ele fez o que qualquer soldado sensato faria e se serviu de um pouco de mel enquanto perseguia os filisteus.

14.28-30 Jônatas reconheceu a tolice daquela imposição arbitrária feita aos soldados por seu pai. Saul é marcado por agir impensadamente, sem considerar as consequências — outra falha inaceitável em se tratando de um líder.

14.31 Aijalom estava localizada no limite da planície costeira dos filisteus, cerca de 27 km a oeste de Micmás.

14.32 E o povo os comeu com sangue. Os soldados israelitas começaram a comer os animais capturados dos filisteus sem deixar escorrer o sangue primeiro, o que era uma violação da Lei de Deus (Lv 17.10-14).

14.33,34 Revolvei-me hoje uma grande pedra. Saul percebeu a gravidade da ofensa a Deus e ordenou que se fizesse uma mesa de pedra para cortar os animais e deixar que o sangue escorresse deles adequadamente.

14.35 Edificou Saul um altar ao Senhor para agradecer a Deus por sua vitória sobre os filisteus.

14.36-38 Cheguemo-nos aqui a Deus. Saul estava ansioso por aniquilar os filisteus, mas decidiu chegar-se a Deus para pedir conselho. O silêncio de Deus foi tomado como uma evidência do pecado que havia sido cometido no campo.

14.39-45 Certamente morrerá. Esse foi o segundo juramento tolo de Saul (v. 24).

14.46 Saul deixou de seguir os filisteus, e os filisteus se foram ao seu lugar. Como resultado da vitória de Israel sobre os filisteus, estes deixaram a região da montanha e retornaram aos seus acampamentos na planície costeira.

14.47 Moabe e Amom, descendentes de Ló (Gn 19.30-38), ocupavam as regiões do leste do Jordão e do mar Morto. Edom, descendentes de Esaú (Gn 36.8), ocupavam a região sudeste do mar Morto. Zobá era um reino arameu no vale de Beca. Os filisteus ocupavam a planície costeira à leste da região da montanha.

14.48 A vitória sobre os amalequitas, homens de tribos nômades do deserto, que viveram no sul das montanhas, é registrada em 1 Samuel 15.1-9.

14.49 Em 1 Samuel 31.2 e em 1 Crônicas 8.33, os nomes dos quatro filhos de Saul são dados como Jônatas, Abinadabe, Malquisua e Esbaal (Is-Bosete em 2 Sm 2.8). Isvi é provavelmente um segundo nome para Abinadabe.

14.50, 51 Ainoã significa meu irmão é agradável.

14.52 Os agregava a si. Saul arregimentava os jovens fortes e bravos para o seu exército.

Índice: 1 Samuel 1 1 Samuel 2 1 Samuel 3 1 Samuel 4 1 Samuel 5 1 Samuel 6 1 Samuel 7 1 Samuel 8 1 Samuel 9 1 Samuel 10 1 Samuel 11 1 Samuel 12 1 Samuel 13 1 Samuel 14 1 Samuel 15 1 Samuel 16 1 Samuel 17 1 Samuel 18 1 Samuel 19 1 Samuel 20 1 Samuel 21 1 Samuel 22 1 Samuel 23 1 Samuel 24 1 Samuel 25 1 Samuel 26 1 Samuel 27 1 Samuel 28 1 Samuel 29 1 Samuel 30 1 Samuel 31