Interpretação de Jó 37

Interpretação de Jó 37

Interpretação de Jó 37 


Jó 37

Adotando sua própria opinião (36:24), Eliú profere louvor salmódio ao Senhor da criação. A regra divina fica ilustrada por diversos fenômenos atmosféricos: o ciclo de evaporação e precipitação da chuva (36:26-28), as tempestades terrivelmente majestosas (36:29 - 37:4), o gelo e a neve do inverno (37:5-13). Cada um deles é introduzido por uma afirmação sobre a incompreensibilidade das obras divinas (36:26, 29; 37:5). Eliú observa que as forças elementares uma vez desencadeadas não escapam ao controle divino; mas como os mísseis peritamente arremessados pelos guerreiros do esquadrão de elite ambidestro (36:32, cons. Ilíada (21: 183; I Cr. 12:2), realizam as ordens de Deus (37:12), quer como maldição (36:31a; 37:13a; cons. 1:16,19) quer como bênção (36:31b; 37:13b; cons. 37:7).
A relação íntima assim sugerida entre o governo de Deus na natureza e o seu governo da história prepara a aplicação final de Eliú para Jó: Se o homem não consegue compreender o governo natural de Deus, não deve esperar compreender o seu governo moral. Com uma série de perguntas humilhantes (37:15 e segs.), Eliú faz Jó perceber a sua condição de criatura, lembrando-o de que, por seus padrões finitos, não pode julgar a Deus, cujos caminhos todos são infinitamente mais altos que os do pensamento humano. Portanto, eis a loucura de questionar Seu governo (37:19, 20, 24b). O caminho da sabedoria é temer Aquele que é incompreensível e excelente em todos os seus atributos (vs. 23,24a).
Tendo completado seu ministério, Eliú retira-se da cena. Ele preparou o caminho do Senhor nos corações de Jó e seus amigos. Da perspectiva literária, o discurso de Eliú forma uma transição destacadamente bem sucedida para a teofania seguinte. A pitoresca descrição que o homem mais jovem faz da fúria dos elementos, estabelece o ambiente para (talvez verdadeiramente inspirado) o redemoinho que se aproxima como veículo de Deus. Sua concentração temática sobre a revelação natural é continuada pelo Senhor, como também até mesmo o estilo interrogativo de sua exortação final (cons. 38: 3 e segs.). Ao julgar a controvérsia de Jó com seus amigos (cons. 42:7-9), o Senhor não menciona Eliú, porque o homem mais jovem não participou da discussão dos mais velhos, nem suas palavras precisaram de expiação. Embora Aquele que fala do redemoinho não mencione Eliú pelo nome, não o ignora. Pois continuando a argumentação essencial de Eliú e endossando seu julgamento em relação a Jó (cons. 32: 2 e 40:8) e os amigos (cons. 32:3 e 42: 7 e segs.), o Senhor admite Eliú como seu precursor. 

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