Interpretação de Jó 34

Interpretação de Jó 34

Interpretação de Jó 34 


Jó 34


34:1-37. A estrutura do capítulo 33 repete-se: um chamado introdutório para despertar a atenção (vs. 2-4), citação da lamentação de Jó (vs. 5-9), uma resposta à mesma (vs. 10-28) e um desafio final (vs. 29-37).
2-4. O versículo 34:34 dá a impressão de que Eliú chama a atenção de um círculo de ouvintes maior do que os três amigos.
5-9. Mais uma vez Eliú tem por alvo a lamentação de Jó de que Deus perverte a justiça afligindo-o com feridas incuráveis embora não se encontre nele transgressão nenhuma. Isto foi detalhadamente resumido nos discursos de Jó (com referência ao v. 5a, cons. esp. 13:18; 23:10; 27:6; quanto ao v. 5b, 27: 2; v. 6, 9:20; 6:14; 16:13; v. 9, cons. 9:22; 10:3; 21: 7 e segs.; 24: 1 e segs.).
10-28. A perversidade da acusação de Jó comprova-se pela consideração da justiça divina. Eliú começa com uma negativa direta de que Deus seja injusto (v. 10-12). Logicamente, com isto se incorre em petição de princípio, mas só serve para demonstrar as limitações da lógica humana. Pois Eliú apela para o senso de divindade naquele que é a imagem de Deus, e este é o único procedimento basicamente sólido para se declarar o nome de Deus. A confirmação da perfeita justiça divina encontra-se em Sua onipotência e onisciência (v. 13 e segs.). Pura imparcialidade é o correlato de sua transcendência acima de todas as motivações possíveis de se exibir respeito para com a personalidade de Suas criaturas (vs. 13-20). Em Deus toda carne viva movimenta-se e existe (vs. 13-15); reis e poderosos não são exceção (vs. 16-20). Além disso, Deus criou o universo e isto contradiz a acusação de que nEle exista injustiça, pois a injustiça cria a anarquia, não a ordem (v. 17a). Nenhuma falha pode surgir através da ignorância do governo divino (vs. 21-28). Pois Deus não precisa observar por muito tempo o homem (v. 23a). Com um único olhar onisciente Deus compreende todos os fatos, até as obras secretas das trevas (vs. 21, 22) e a opressão oculta dos pobres (vs. 24-28).
29-37. Duvidar da previdência benevolente de Deus é loucura (vs. 29, 30). Se alguém diz a Deus: Sofri, não pecarei mais (v. 31). Ao que parece, Eliú retoma o pensamento dos versículos 5.9 – a presunção despercebida (cons. v. 7) dos protestos de Jó contra Deus (cons. v. 6b). Acaso deve ele recompensar-te segundo tu queres, ou não queres? Acaso deve de dizer-lhe: Escolhe tu, e não eu? (v. 33a, b). Novamente se concede oportunidade a Jó de defender sua rebeldia, mas ele permanece silencioso.