Interpretação de Jó 5

Interpretação de Jó 5

Interpretação de Jó 5 

 
Jó 5

5:1-7. Se Elifaz aplicasse a si mesmo a mensagem da sabedoria transcendente do Senhor e da falta humana disso, recebida na visão noturna, ele não teria se apresentado como voluntário para tão dogmáticas explicações do procedimento divino com Jó. Porque a aflição não vem do pó . . . mas o homem nasce para o enfado (vs, 6a, 7a; cons. 4:8). Embora servo de Deus, ele insiste, Jó continua sendo um mortal decaído. Seus problemas, portanto, não brotam da terra como colheita mágica que jamais foi semeada; do os frutos espinhosos dos seus pecados. Portanto, nem os homens nem os anjos podem ouvir com simpatia o seu lamento (v. 1).
2a. O zelo do tolo o mata. Exibir ressentimento para com a providência divina é mais do que fútil; é um convite a aflição que leva para a morte.
3a. Bem vi eu o louco. Novamente a autoridade de Elifaz vem da experiência. Seu esboço descuidado da maldição sobre a casa, campo e filhos do louco intratável (vs. 3-5), reminiscências das recentes perdas de Jó, talvez fizesse Jó pensar que Elifaz o considerava tal como aquele louco.
8-27. Elifaz insiste com a vítima murmuradora a que se submeta confiantemente a Deus. O conceito central de sua exortação é a beatitude do homem castigado (v. 17). Ele descreve a bondade dos maravilhosos caminhos de Deus (vs. 8l6), profetiza sobre a felicidade que se segue após o arrependimento (vs. 18-26) e acrescenta uma garantia confiante à sabedoria que oferece (v. 27).
8. Quanto a mim eu buscaria a Deus (v. 8). O sábio ileso não tem dúvidas de como agiria se fosse tentado como Jó. Seu conselho é declaradamente lógico; sua apresentação da bondade da providência divina e Seu interesse especial nos pobres sofredores é excelente (veja citação de Paulo do v. 13 em I Co. 3:19). Mas sua falsa interpretação dos extraordinários sofrimentos de Jó e sua atitude inclemente indispõe Jó para que não aproveite nada de sua exortação.
17. Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina. Elifaz reconhece a diferença que há entre a disciplina e o castigo, e ele aprecia os benefícios finais da paternal disciplina divina. Contudo, sua opinião sobre a relação entre o pecado e o sofrimento não deixa lugar para outros propósitos, tais como a provação e o testemunho, que existem no sofrimento dos justos. (Para maiores comentários sobre este tema, veja 33:31-33).
18-26. Restauração das lavouras e dos rebanhos, descendência multiplicada (v. 25) e vida longa (v. 26) – esta será finalmente a feliz porção de Jó. Elifaz acerta mais do que percebe, também, ao prever o livramento do açoite da língua (v. 21a), conforme o leitor, cônscio das calúnias de Satanás e do mau juízo dos amigos, já sabe. A perícia do autor está evidente nesta antecipação precoce do resultado final, apresentado como está, na forma de um prognóstico baseado em um mal-entendido tão profundo. Pois Elifaz está errado em presumir que a prosperidade renovada sempre se segue ao arrependimento. O sofrimento não é enviado em proporção exata ao pecado nesta vida, e nem a prosperidade é coisa garantida na proporção da piedade. Tudo depende da boa vontade de Deus.

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