Interpretação de Jó 30

Interpretação de Jó 30

Interpretação de Jó 30 



João 30

30:1-31. A repetição de Mas agora . . . Mas agora ... Agora (vs. 1, 9, 16) destaca eficazmente o tema quando Jó contrasta o presente árido e turbulento com o passado cheio de paz. O rei dos conselheiros torna-se objeto do desprezo dos tolos (vs. 1-15). O amável favor divino tornara-se em crueldade (vs. 16-23).
1-15. A extrema desonra de Jó aparece no fato de que até os homens mais baixos olhavam para ele de cima. Descrevendo sua desgraça (vs. l-8; cons. 24:5 e segs.), o sofredor sugere com hábil dissimulação sua própria condição ainda pior. Assim despido de toda dignidade e confiança era esta estirpe bestializada (vs. 68) de párias famintos (vs. 3-5), que Jó, apesar de toda a sua simpatia para com os socialmente inferiores (cons. 29:12 e segs.; 31:15), não confiaria nem mesmo aos seus anciãos mais velhos a responsabilidade normalmente outorgada aos cães dos pastores (v. 1b). Homens cujo vigor já pereceu (v. 2b). Eles têm falta até de resistência física para servirem de mercenários. Mas agora até os mais jovens (v. 1a) dessa ralé olham para Jó como se fosse o alvo certo de suas ridículas canções (v. 9). Nenhuma exibição de desrespeito é demasiada mesquinha para eles (v. 10; cons. 17:6) quando com maldade descontrolada (v. 11b) maquinam tormentos (v. 12 e segs.) contra este burguês arruinado, agora um pária desamparado no domínio do seu monte de lixo.
16-23. Muito mais desesperador para o patriarca do que a crueldade dos homens é a de Deus (v. 21a), que parece fitar inexpressivamente (v. 20b) para sua implorante vítima. Deus persegue Jó (v. 21b) com aflições físicas continuamente (vs. 16b, 17), humilhantemente (vs. 18, 19), sem misericórdia (vs. 20, 21), violentamente (v.22), até a sepultura (v. 23). Embora Jó deixe aqui de seguir as implicações lógicas e apropriar-se do conforto de seus pensamentos recentemente expressos quanto à sabedoria, humana e divina (cap. 28), deve-se lembrar que ele não é de pedra mas um homem de carne e ainda assim esmagado pelos amplexos da serpente.
24-31. Um grito melancólico conclui as reflexões de Jó sobre sua humilhação e desamparo. Gritar por socorro no meio do desespero é coisa natural (v. 24), especialmente quando a calamidade é contrária a todas as expectativas (vs. 25, 26; cons. 29:15 -20). Em um turbilhão emocional (v. 27), Jó geme diante do mundo (v. 28) como um chacal que uiva ou uma avestruz alta (v. 29). Com uma febre mortal a consumi-lo (v. 30), ele representa de antemão uma nênia em preparação de seu sepultamento (v. 31). 


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