Interpretação de Jó 15

Interpretação de Jó 15

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Jó 15

a) Segundo Discurso de Elifaz. 15:1-35. Como um ciclo de debates pode alienar amigos! O gentil Elifaz até se esquece das civilidades introdutórias. Tudo é novamente censuras e advertências. O filósofo expõe sua sensibilidade profissional à descortesia de Jó (cons. 12:2, 3, 7 e segs.; 13:1, 2, 5, 12), retornando à sua própria sabedoria relativa e à de Jó cada vez que introduz uma nova acusação (cons. v. 1 e segs., 7 e segs., 17 e segs.).
1-6. Ciência de vento (v. 2a). Literalmente. Cons, com o paralelo vento orientar (v. 2b), isto é, o violento e sufocante vento do deserto. As reivindicações de Jó quanto à sabedoria são desfiguradas por seus discursos bombásticos (v.3). Torna vão o temor de Deus, e diminuis a devoção a ele devida (v. 4). As explosões imprudentes de Jó são mais que imoderadas, pois depreciam o temor de Deus, e assim solapam a religião. A língua dos astutos (v. 5b). Possivelmente uma alusão à serpente “sagaz” (mesma palavra) de Gn. 3:1. A culpa de Jó explica suas palavras (v. 5) e suas palavras provam sua culpa (v. 6).
7-16. Os antigos têm contra Jó a vantagem da idade e portanto em sabedoria (vs. 7-10; cons. 12:12). Apesar de sua bravata, Jó não tem a antiguidade de Adão nem de alguns seres primevos (v. 7; cons. com a sabedoria personificada em Pv. 8:22 e segs.). Nem tem ele algum conhecimento especial e secreto dos decretos divinos (Jó 15:8, cons. com as cenas celestiais no Prólogo). Talvez o versículo 10 se refira particularmente a Elifaz.
11. Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus. Uma descrição mais caridosa do conselho dos amigos, mas de acordo com a alegada revelação especial de Elifaz (4: 12 e segs.), à qual ele agora faz eco (vs. 14-16; cons. 4:17-19). O propósito da repetição está revelado por meio de uma comparação de 15:16 com 4:19. Elifaz procura expressar sua avaliação revista de Jó como alguém que deseja ardente e repugnantemente o pecado.
17-35. Aos quais somente se dera a terra (v. 19a). Em aditamento às observações pessoais dos companheiros mais velhos (v. 17; cons. v. 10), Elifaz invoca a sanção da mais pura tradição (vs. 18, 19) para sustentar seu dogma retributivo e contrariar a heresia de Jó que dizia que os incrédulos prosperam com frequência (cons. 12:6). A prosperidade dos perversos, com os quais Jó (por causa de suas aflições) está sendo evidentemente identificado, é meramente imaginária (vs. 20-35). Não crê que tornará das trevas (v. 22a). Sua paz está arruinada por pressentimentos de calamidade sem remédio (vs. 20-24), por atormentadores presságios de uma consciência maculada pela licença carnal e desrespeito a Deus (vs. 25-28). Cada empreendimento promissor que ele inicia comprova-se abortivo (vs. 29-34), de acordo com a lei da retribuição (v. 35), a qual pode tardar mas não pode ser impedida (v. 35). Aqui Elifaz traça a diretriz dos conselheiros para o segundo ciclo de debates. 


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