Interpretação de Jó 13

Interpretação de Jó 13

Interpretação de Jó 13  

 
Jó 13

13:3a. Falarei ao Todo-poderoso (cons. 5:8). Desgosto crescente para com os ajudadores humanos incita Jó a novamente arrazoar com Deus, mas primeiro ele apresenta uma censura mordaz ao conselho legal auto-nomeado para defender a causa divina (13:4-12).
5b. Isso seria a vossa sabedoria. Se eles jamais tivessem quebrado o seu silêncio de sete dias, não teriam exposto sua estupidez (cons. Pv. 17:28).
8. Sereis parciais por ele? Contendereis a favor de Deus? Eles desgraçaram sua dignidade através da servilidade. Pior ainda, adularam a Deus às expensas da verdade: besuntais (lit.) a verdade com mentiras (13: 4; cons. v. 7). Veja acusação semelhante em 6:21, 27.
10a. Acerbamente vos repreenderá é a predição exata de Jó (cons. 42:7 e segs.). Embora a confiança de Jó na justiça divina esteja obscurecida, em seus momentos de maior desespero, quando atribui absoluto capricho ao Todo-poderoso, ele ainda não a perdeu de todo.
12. As vossas máximas são como provérbios de cinza, os vossos baluartes ... de barro. As máximas graves com as quais falsamente condenam a Jó a fim de justificarem a Deus são tão vulneráveis sob o martelo da verdade como o barro sob um martelo de ferro. A defesa que fazem de Deus era uma ofensa a Deus. Eles igualavam um certo procedimento providencial, falsamente considerado como invariável, com a justiça divina. Na verdade, eles estabeleciam um princípio abstrato como absoluto e portanto Deus lhe ficava subordinado. Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhas? (13:9a. Zofar tentou convencer Jó de sua suposta culpa arrastando-o para o tribunal da onisciência de Deus. O patriarca o faz lembrar e aos seus colegas promotores que, no processo de condená-lo, eles também estavam diante desse Juiz; e sob tal esquadrinhamento seus motivos ímpios e falsas acusações não podiam escapar à revelação.
13:13-19. Agora, no processo de voltar dos homens para Deus, Jó suscita coragem para enfrentar seu Juiz.
13b. E venha sobre mim o que vier. Ele pretende pleitear sua causa a despeito de todo o perigo, mesmo com o risco de vida (v. 14).
15. Eis que me matará, já não tenho esperança: contudo defenderei o meu procedimento. Esta tradução segue o texto hebraico e encaixa-se bem no contexto, melhor que a familiar tradução da AV – contudo confiarei nele. Esta última depende da sugestão marginal do texto massorético que diz (“por ele”) em lugar de (“não”). O verbo na cláusula discutida significa “aguardar em paciente e ansiosa expectativa” (cons. 6:11;14:14). Jó não tinha nada mais a esperar, pois achava que Deus logo acabaria com a sua vida – talvez antes ainda por causa do pedido atrevido que ia fazer. Não obstante ele tinha de declarar sua inocência.
16a. Também isto será a minha salvação. O temerário desejo de comparecer diante de Deus é por si mesmo um sinal de veredito. favorável; pois a presença divina é o lugar mais evitado por alguém cujo coração o condena como hipócrita.
19. Quem há que possa contender comigo? Neste caso eu me calaria, e renderia o espírito. Um desafio triunfante, mas impróprio se Jó considerasse Deus igual aos homens. Se ele pudesse ser desacreditado com sucesso, se ele fosse comprovado ímpio na realidade - e não apenas de acordo com aparências e teorias -morreria mudo. Mas isso, ele sabe, é impossível: Estou certo de que serei justificado (v. 18b).
20b. Então me não esconderei do teu rosto. Se lhe concedessem um julgamento justo, Jó não fugiria de Deus, como Adão, coberto de vergonha. Se apenas Deus desistisse por um momento de oprimi-lo e se abstivesse de acabrunhá-lo com sua terrível majestade (13:21; cons. 9:34, 35), Jó apareceria diante dEle como réu ou como queixoso (v. 22). Se Jó pudesse com sucesso defender sua integridade, seria evidente (de acordo com seu conceito inadequado do sofrimento humano) que Deus estivera em falta ao afligi-lo tão severamente. Ou, se Jó conseguisse convencer Deus desse erro, teria primeiro de demonstrar sua própria integridade. Imaginando-se confrontado com o seu atormentador no cobiçado julgamento, o sofredor agora exige uma explicação da hostilidade divina (13:23, 24). Mas a cena judicial rapidamente desaparece e a oratória do tribunal se transforma na costumeira lamentação final (13:25 e segs.). E me atribuis as culpas da minha mocidade (13:26b).


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