Ezequiel 36 — Comentário de Matthew Henry

Comentário do Livro de Ezequiel 36
por Matthew Henry


Ezequiel 36

Versículos 1-15: A terra será liberta dos pagãos opressores; 16-24: O povo é lembrado dos seus pecados anteriores e da libertação prometida; 25-38: Também santidade e bênçãos de Evangelho.

Vv. 1-15. Aqueles que desprezam e rejeitam o povo de Deus receberão estes mesmos desgostos. Deus promete o seu favor ao seu Israel. Não temos razão para nos queixarmos se quanto mais maus os homens são, mais bondoso é Deus. Eles retornarão às suas próprias fronteiras.

É um tipo da Canaã celestial, da qual todos os filhos de Deus são herdeiros, e à qual serão levados todos juntos. Quando Deus novamente trata com misericórdia a um povo que regressa a Ele com o seu dever, todas as aflições deste são resolvidas. O pleno cumprimento desta profecia deve se dar em algum momento no futuro.

Vv. 16-24. A restauração deste povo tipifica a nossa redenção por Cristo, o que mostra que o objetivo apontado em nossa salvação é a glória de Deus, o pecado de um povo contamina a sua terra, torna-a abominável para Deus e incômoda para nós. O santo Nome de Deus é o seu grande nome, sua santidade é a sua grandeza e, no caso dos homens, nada além destas qualidades podem tornar um homem verdadeiramente grande.

Vv. 25-38. A água simboliza a limpeza de nossas almas contaminadas pelo pecado. Porém, nenhuma água pode fazer nada além de lavar a imundícia da carne. Em geral, a água parece ser o sinal sacramental das influências santificadoras do Espírito Santo; entretanto, isto sempre está relacionado com o sangue de Cristo que faz expiação por nós. Quando por fé aplica-se este último à consciência para limpá-la das más obras, a primeira sempre é aplicada aos poderes da alma para purificá-la da contaminação do pecado.

Todos aqueles que são participantes do novo pacto têm um novo coração e um novo espírito, para andar em novidade de vida. Deus dará um coração de carne, brando e terno, que cumpra a sua santa vontade. A graça renovadora realiza uma mudança tão grande na alma, como a transformação de uma pedra morta em carne viva. Deus colocará dentro dela o seu Espírito para agir como Mestre, Guia e Santificador. A promessa da graça de Deus para prepararmo-nos para o nosso dever deveria despertar o nosso cuidado e um propósito constante para cumprirmos o nosso dever. Estas são promessas das quais todos os verdadeiros crentes, de todas as épocas, devem fazer uso em oração para que se cumpram.