Significado de Ezequiel 13

Ezequiel 13

Em Ezequiel 13, Deus condena os falsos profetas entre o povo de Israel que os estão enganando com suas mentiras e os desviando.

Deus declara que esses falsos profetas são como raposas entre as ruínas, construindo paredes com argamassa não temperada que não resistirá. Eles também são como paredes caiadas de branco que parecem bonitas por fora, mas estão cheias de podridão e decadência por dentro.

Deus diz a Ezequiel para profetizar contra esses falsos profetas e expor suas mentiras. Ele declara que eles não escaparão do julgamento, mas serão consumidos pelo fogo de Sua ira.

Deus também adverte o povo de Israel contra ouvir esses falsos profetas e os encoraja a voltar para Ele e buscar Sua verdade. Ele promete reuni-los das nações e trazê-los de volta para sua terra, onde O adorarão em verdade e sinceridade.

No geral, Ezequiel 13 enfatiza o perigo dos falsos profetas que enganam as pessoas com suas mentiras e enganos. O capítulo contém uma forte linguagem de condenação contra esses falsos profetas, alertando que eles não escaparão do julgamento. No entanto, o capítulo também contém uma mensagem de esperança para o povo de Israel, pois Deus promete reuni-los de volta à sua terra e restaurá-los a um relacionamento correto com Ele.

Comentário de Ezequiel 13

Ezequiel 13.1-23 Nesse trecho, Ezequiel profetiza um juízo contra os falsos profetas, tanto homens (v. 1-16) como mulheres (v. 17-23). Em cada caso, primeiro ele descreve o pecado de maneira vívida (v. 1-7,17-19); então, apresenta o veredicto divino de condenação (v. 8-16, 20-23).

Ezequiel 13.1-4 Os falsos profetas eram loucos, como raposas nos desertos. O vocábulo hebraico traduzido como desertos transmite a ideia de lugares abertos e desolados (v. 5). As raposas são descritas vagueando entre os escombros dos muros da cidade. Os profetas eram loucos, porque confundiam seus próprios pensamentos com os de Deus. Eram como raposas entre as ruínas, porque buscavam ganhos para si e tiravam vantagem do sofrimento humano ao seu redor. Agiam mais como saqueadores do que como restauradores.

Ezequiel 13.5 Não subistes às brechas, nem reparastes a fenda da casa de Israel, para estardes na peleja no dia do Senhor. O sentido aqui é que eles não edificaram muros de proteção espiritual. Os falsos profetas não contribuíam com orações, não serviram de exemplo nem deram bons conselhos a Judá, a fim de que a nação se voltasse para Deus [ao contrário]. O dia do Senhor representa períodos em que Deus confirma Sua vitória (Ez 7.19; 30.3). A expressão é utilizada particularmente pelos profetas para descrever as ocasiões nas quais Deus tem uma atividade incomum ao lidar com o povo, seja promovendo libertação ou juízo (J1 2.1; Sf 1.7). Nesse dia por vir [o Juízo final], o Senhor irá cumprir Seus propósitos para o mundo: resgatar os justos e julgar os pecadores.

Ezequiel 13.6, 7 Os falsos profetas, tais como Balaão, praticavam adivinhação (Js 13.22). Essa era a arte pagã de tentar prever o futuro e buscar direcionamento por meio de meios duvidosos e proibidos expressamente na Lei mosaica; meios como a astrologia, a leitura do fígado e entranhas de animais, a consulta a médiuns ou bruxos para buscar uma comunicação com os mortos (1 Sm 28.3-19). Esses falsos profetas esperavam obter algum tipo de revelação. Entretanto, não encontravam a verdade, porque não procuravam por ela onde Deus a revelara — na Lei e nos Profetas.

Ao iniciarem suas predições afirmando que o Senhor dissera algo, esses pseudo profetas estavam declarando enganosamente que Deus havia falado com eles quando, na verdade, isso não acontecera. Os profetas de Deus nunca procuravam nem forjavam visões, tampouco por meio de métodos de adivinhação (Dt 18.10; M q 3.6). Eles recebiam visões e profecias da parte do Espírito do Senhor.

Ezequiel 13.8 O julgamento divino sobre visão de vaidade e adivinhação mentirosa (v. 7) é reapresentado neste versículo Como falais vaidade e vedes a mentira, portanto, eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Jeová. O vocábulo hebraico para vaidade é traduzido como em vão, em Êxodo 20.7.

Ezequiel 13.9 Pelo fato de esses falsos profetas terem proclamado mensagens que contradiziam a verdade divina (v. 10), foram condenados. O Senhor os afastaria do povo de Israel. Eles não teriam mais participação na nação nem herança na terra. Entrarão na terra. Os falsos profetas não tomariam parte na restauração futura do povo à Terra Prometida.

Ezequiel 13.10-16 Esses falsos profetas experimentariam a ira de Deus, assim como os muros de Jerusalém que estavam sendo erguidos naquela época seriam destruídos. Jerusalém seria invadida e subjugada por causa dos pecados de seus habitantes. A pregação sobre uma falsa paz havia estimulado o povo a edificar, imaginando ter um futuro garantido; entretanto, ocorreria exatamente o oposto. Os falsos profetas haviam enganado o povo com uma esperança vã de conforto e prosperidade (v. 10). Esse engano os tomava não apenas antagonistas à verdade de Deus, mas também ao próprio Deus. A destruição deles estava assegurada.

Ezequiel 13.17-19 As filhas. As mulheres judias que atuavam como falsas profetizas, porque elas confundiam suas próprias ideias com as de Deus e lançavam encantamentos de morte por meio de magia ou bruxaria (Lv 19.26). As almofadas e os travesseiros (v. 18) [ou invólucros e véus (v. 18 ARA)] eram elementos utilizados em rituais ocultistas no Oriente Médio antigo.

Ezequiel 13.20-23 Entristecestes o coração do justo com falsidade, não o havendo eu entristecido, [...] e esforçastes as mãos do ímpio (v. 22). Essas “profetisas” lançavam dúvidas entre os que não se envolviam com adivinhações demoníacas e estimulavam os que já haviam sido iniciados. Elas seriam punidas com o mesmo julgamento que recairia sobre os falsos profetas.

Ezequiel 13:1-16 (Devocional)

Julgamento dos Falsos Profetas

Ezequiel anunciou nos capítulos anteriores o julgamento do SENHOR sobre Jerusalém, os líderes e o rei. Agora ele se dirige aos falsos profetas em Jerusalém. Jeremias também falou frequentemente contra os falsos profetas (Jr 23:13-15; Jr 23:21-22). A mensagem dos falsos profetas em Jerusalém, que floresceu por tanto tempo em Judá, chegou à Babilônia e floresceu também entre os exilados. Este capítulo é um daqueles importantes capítulos do Antigo Testamento que lidam com falsas profecias e colocam essas falsas profecias sob uma luz clara.

A palavra do SENHOR vem a Ezequiel novamente (Ezequiel 13:1). O SENHOR o chama de “filho do homem” novamente (Ezequiel 13:2). Ele é ordenado a chamar os falsos profetas, que profetizam de acordo com sua própria inspiração – literalmente “de seu próprio coração” (cf. Is 59:13) – para ouvir a palavra do Senhor para eles. Esses profetas não são chamados de ‘os profetas do Senhor’, mas são referidos sarcasticamente como ‘os profetas de Israel’. Eles são os líderes espirituais a quem as pessoas rebeldes gostam de ouvir. No entanto, sua mensagem não tem autoridade maior que seu próprio coração. Eles podem ser comparados aos falsos mestres de nossos dias (2Pe 2:1-2).

A palavra que se segue desmascara esses profetas e eles ouvem um julgamento severo pronunciado sobre eles. O “ai” soa sobre aqueles a quem o SENHOR chama de “profetas insensatos” (Ez 13:3). Insensato é aquele que diz em seu coração: “Deus não existe” (Sl 14:1). Tal pessoa é uma pessoa arrogante que age sem escrúpulos. Esses profetas são tolos e agem sem levar em consideração a Deus. Eles também não estão seguindo o Espírito de Deus, mas seu próprio espírito. Eles não viram nada da palavra do SENHOR e ainda profetizam em Seu nome.

O SENHOR fala a Israel desses profetas tolos como “seus profetas” (Ezequiel 13:4). Não são Seus profetas, mas os do povo (cf. Lm 2,14). Ele compara aqueles profetas às raposas astutas que procuram entre as ruínas algo de seu agrado (cf. Lm 5,18; Fm 2,15; Lc 13,32). As raposas fazem tocas nas ruínas e minam as fundações, tornando as ruínas ainda maiores. Assim, o falso profeta mina os fundamentos da vida do povo de Deus. Ele é a causa da ruína em que o povo de Deus se tornou e está constantemente tornando-a maior.

Os falsos profetas não subiram às brechas (Ez 13:5), que fala de intercessão e restauração (Ez 22:30; Sl 106:23; Is 58:12). Nem forneceram uma parede para protegê-los. Eles não agiram em benefício do povo, mas trabalharam e ainda buscam a calamidade do povo. Portanto, a casa de Israel não pode subsistir “no dia do SENHOR”, que é o dia em que Jerusalém é tomada pelo inimigo. Isso se refere à futura conquista pelos exércitos da Babilônia, mas também à destruição de Jerusalém no fim dos tempos.

O que esses falsos profetas estão fazendo é transmitir suas próprias fantasias, que são falsidade e adivinhação mentirosa. Eles dizem que receberam essas visões do SENHOR (Ezequiel 13:6), embora saibam muito bem que o SENHOR não os enviou. No entanto, eles acreditam que sua palavra se tornará realidade. É um grande engano para si mesmos e para o povo de Deus.

O SENHOR mais uma vez os considera envolvidos em falsas profecias pelas quais dizem que o SENHOR falou, quando Ele não falou (Ezequiel 13:7). Essa atitude é um grande insulto a Ele. Estão sendo colocadas em Sua boca palavras que Ele não pronunciou. Fazer tal coisa é repreensível. O que diríamos se as pessoas transmitissem palavras que teríamos dito, quando não as dissemos? Isso não é chocante?

O Senhor DEUS (Adonai Yahweh) os recompensará por falarem coisas falsas e por terem visto mentiras (Ezequiel 13:8). Esses pecados Ele não pode deixar impunes. Ele voltará a mão em julgamento contra os falsos profetas por causa de suas falsas visões e suas adivinhações mentirosas (Ezequiel 13:9). Eles não terão “lugar no conselho” de Seu povo, isto é, o verdadeiro Israel.

O SENHOR sabe exatamente quem pertence ao conselho de Seu povo, pois todos estão inscritos “no registro da casa de Israel” – cf. “o livro da vida” (Êx 32:32; Sl 69:28; Is 4:3; Dn 12:1; Lc 10:20; Fp 4:3; Ap 3:5; Ap 20:12; Ap 21: 27; Mal 3:16). Os nomes dessas pessoas não estão nela (cf. Ap 13,8). Portanto, eles perdem a bênção final da terra. Eles nunca retornarão à terra, nem jamais entrarão na terra, nem mesmo na ressurreição. Quando eles – removidos de toda bênção – se encontrarem sob o julgamento eterno de Deus, eles reconhecerão que Ele é o SENHOR (Fp 2:10).

Os falsos profetas desviaram o povo com suas belas palavras de paz (Ezequiel 13:10). Não há paz alguma. Como pode haver paz quando o povo de Jerusalém vive em rebelião contra o SENHOR? Mas a conversa bonita dos falsos profetas funciona. As pessoas pensam que podem se sentir seguras por causa das palavras dos falsos profetas que parecem um muro protetor. No entanto, é uma parede instável.

Os ouvintes dos profetas não veem isso, porque aquela parede está rebocada com cal para que ainda pareça forte. Com belas palavras, os falsos profetas encobrem toda a iniqüidade do povo: Não é tão ruim assim; eles não precisam se preocupar; a paz certamente virá (cf. Dt 29:19-20; Jr 6:14; Jr 8:11). E isso, enquanto a calamidade é iminente e também anunciada pelos verdadeiros profetas de Deus.

Os falsos profetas são “como sepulcros caiados” (Mateus 23:27). Ezequiel deve dizer a esses especialistas em cal que o muro vai cair (Ezequiel 13:11). Pois virá “uma chuva torrencial” com “granizo e vento violento”. Chuva, granizo e tempestade são símbolos do julgamento (cf. Jó 38:22-23; Is 29:6) que os babilônios trarão sobre a cidade. Então, sua parede de conversa fantasiosa feita por eles mesmos cairá. Então será dito a eles: ‘Onde estão suas boas conversas agora?’ (Ez 13:12).

O SENHOR declara que o vento violento que irrompe vem Dele em Sua ira contra eles (Ezequiel 13:13). Sua ira sobre eles está por trás da chuva torrencial. As pedras de granizo são uma expressão de Sua ira. Essa violência do inimigo levará a um fim devastador da cidade. Isso não é conversa bonita, mas é a realidade crua. A parede com seu reboco será derrubada por terra (Ez 13:14). As palavras dos falsos profetas revelaram-se como uma conversa fiada. Toda a chamada proteção desaparece. A cidade está em ruínas e no meio dela jazem os corpos dos falsos profetas caídos. Assim saberão os falsos profetas que Ele é o SENHOR, que faz o que diz.

Aqui vemos o tremendo contraste entre as palavras dos falsos profetas e as palavras do Senhor. Ele executará Sua ira contra toda arrogância sobre segurança e encobrimento da iniqüidade (Ezequiel 13:15). Então Ele apontará para a parede e seus estucadores e mostrará que eles não existem mais. Tão verdadeiras são Suas palavras. Quão totalmente opostas essas palavras são a todas as falsidades dos falsos profetas de Israel que profetizaram sobre Jerusalém que haveria paz, mas o fizeram por sua imaginação, pois não há paz alguma (Ezequiel 13:16). Só o que o Senhor DEUS fala é confiável. As palavras de Deus são confiáveis e se cumprem em cada detalhe.

Ezequiel 13:17-23 (Devocional)

Julgamento das Falsas Profetisas

Além dos falsos profetas, existem também as falsas profetisas. Sobre eles também vem uma palavra do SENHOR a Ezequiel (Ezequiel 13:17). São mulheres do povo a que pertence Ezequiel, “as filhas do teu povo”, que falam também por inspiração própria (cf. Ez 13,2). Ele deve se voltar contra eles e profetizar contra eles. Essas mulheres estão envolvidas em feitiçaria (Ezequiel 13:18). Com eles não há falso apelo ao Nome do SENHOR com uma declaração como “o SENHOR declara”, mas uma pregação aberta e prática de apostasia.

Ai também é pronunciada sobre eles, bem como sobre seus colegas do sexo masculino (Ezequiel 13:3). O negócio deles é costurar “bandas mágicas” em “todos os pulsos” e fazer “véus” grandes e pequenos para cabeças grandes e pequenas. Eles sabem exatamente quem se encaixa no quê. A ‘roupa’ que eles oferecem deve fornecer proteção contra espíritos malignos.

O que acontece na realidade é que com suas atividades demoníacas eles enredam as almas nas redes de satanás e as conduzem ao caminho da destruição. As faixas mágicas nos pulsos agem como correntes pelas quais um prisioneiro é preso e privado de sua liberdade. O véu fala de estar sob o poder de outro, pertencer a outra pessoa (Gn 24:65). É assim que essas mulheres controladas por demônios capturam as almas do povo de Deus. Não pensem que preservarão suas próprias almas em vida.

Suas buscas demoníacas profanam o Senhor para o Seu povo (Ezequiel 13:19). As profetisas também não se deixam pagar por isso. Por seus serviços obscuros, pedem apenas algumas mãos de cevada e alguns pedaços de pão. É uma época de escassez e todos deveriam poder se beneficiar de seu ‘presente’, eles pensam. Dessa forma, pelo menos eles têm um bom suprimento de comida. Deus está enojado com eles porque eles viram a justiça de cabeça para baixo. Eles mentem para as pessoas da maneira mais terrível. E o povo ouve. Os profetas mentirosos são culpados por causa de suas mentiras, e as pessoas são culpadas porque ouvem essas mentiras. Todo membro do povo de Deus deve rejeitar a mentira e buscar a verdade.

O trabalho dessas mulheres resulta em algumas mortas que não deveriam morrer e outras mantidas vivas que não deveriam viver. Os verdadeiros profetas ameaçam os ímpios com o julgamento de Deus e confortam os justos com Suas graciosas promessas. Os falsos profetas agem exatamente ao contrário. Eles estão empenhados em destruir os justos, desviando-os do caminho reto e mantendo vivas as almas dos ímpios, intoxicando-os com mentiras.

O Senhor DEUS julgará os profetas mentirosos (Ez 13:20). Ele arrancará as faixas mágicas de seus braços. Essas bandas são como algemas. São correntes com as quais as pessoas são apanhadas como se fossem pássaros. As almas apanhadas por eles o SENHOR libertará quebrando suas feitiçarias. Os véus, pelos quais a visão é tirada, Ele rasgará (Ezequiel 13:21), para que possam ver claramente. Assim Ele resgatará Seu povo de suas mãos, nas quais eles eram uma presa. Então aquelas mulheres saberão que Ele é o SENHOR. Ele é o todo-poderoso Conquistador sobre todos os poderes das trevas.

Os laços com o ocultismo devem ser cortados, ou a verdadeira liberdade nunca chegará. Enquanto alguém mantiver algo do ocultismo em sua vida, continuará sendo uma presa de satanás. Somente Deus pode quebrar esses laços e dar uma visão clara de quem Ele é. Ele quer fazer isso com cada pessoa que se volta para Ele.

As falsas profetisas têm agido totalmente contra o coração de Deus (Ez 13:22). Eles entristeceram o coração do justo, que está posto nele, contando mentiras. A tristeza que isso significa para eles não vem Dele. O coração do justo, que compartilha dos sentimentos de Deus, também se entristece porque as falsas profetisas encorajaram o ímpio em sua maldade, para que ele não se arrependa de seu mau caminho e Deus o mantenha vivo.

Espalhar mentira causa tristeza em quem quer viver segundo a vontade do Senhor pela própria mentira e pelo efeito da mentira em quem acredita e segue a mentira. Deus quer salvar as pessoas, mas as profetisas da mentira querem destruir as pessoas. Deixam-se usar pelo pai da mentira que é assassino de gente desde o princípio (Jo 8:44).

Deus porá fim a essas práticas obscuras e julgará os praticantes desse ocultismo (Ez 13:23). Falsas visões e adivinhações Ele erradicará pelo julgamento de seus praticantes. Assim, Ele resgatará Seu povo das mãos desse povo. Nisto conhecerão os profetas que Ele é o SENHOR. Ele está provando ser o Senhor ao executar o julgamento que prometeu.

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