Significado de 1 Crônicas 6

1 Crônicas 6

6.1 Levi. Todas as pessoas envolvidas com o ministério no tabernáculo ou no templo tinham de ser membros da tribo de Levi. O próprio Arão era um levita, e, desde o início de seu ministério, seus descendentes foram designados como os únicos que podiam servir como sacerdotes (1 Cr 6.16-25; Ex 28.1). Mais tarde, os levitas foram especialmente separados para servirem subsidiando os sacerdotes no tabernáculo (Nm 18.1-7). Qualquer pessoa que desejasse servir no templo precisava estabelecer suas credenciais levíticas. Essa genealogia foi designada para, pelo menos em parte, ir ao encontro dessa necessidade.

6.2 Coate. Esse filho de Levi foi conhecido pelo seu ofício de sacerdote. A partir de então, todo sacerdote tinha de ser levita, mas nem todo levita podia tornar-se sacerdote.

6.3, 4 A começar por Eleazar, a genealogia traça a linhagem dos sumos sacerdotes por intermédio de Jeozadaque, o sacerdote que adentrou o exílio babilônico com o seu povo (1 Cr 6.15). Incluindo Eleazar e Jeozadaque, houve, pelo menos, 22 sumos sacerdotes, sem quebra sequencial. Outra linhagem de sacerdotes começou com Itamar, incluindo Eli, Aimeleque e Abiatar. Nos dias de Davi, o serviço sacerdotal era dividido entre os sacerdotes Eleazar e Itamar, com o primeiro servindo por dois terços do tempo, e o segundo, por um terço, por causa da diferença entre o número de seus filhos (1 Cr 24.1-5). Salomão rejeitou o sacerdócio de Itamar, reservando a honra do sacerdócio somente aos sacerdotes descendentes de Eleazar (1 Rs 2.26,27).

6.5-8 Zadoque. Esse sacerdote, que não é a mesma pessoa que está no verso 12, foi o selecionado por Davi para servir com Aimeleque, filho de Abiatar, como sumo sacerdote (2 Sm 8.17). Mais tarde, Zadoque se tornou o único sumo sacerdote, em função de Abiatar ter-se voltado contra Salomão (1 Rs 2.26,27).

6.9, 10 A informação de que esse Azarias ministrou no templo de Salomão já distingue esse sacerdote de seu avô homônimo (v. 9).

6.11-14 Jeozadaque. Esse último sacerdote da lista foi levado ao exílio babilónico (v. 15). Ele foi o pai de Josué, o sacerdote que retornou da Babilónia com Zorobabel para reconstruir o templo e restabelecer a comunidade judaica (Ag 1.1,12,14).

6.15-17 Gérson. O propósito desta genealogia foi listar a principal prole dos filhos de Levi que não foram sacerdotes, mas levitas “comuns”.

6.18-21 Anrão foi o pai de Arão e de toda a linhagem dos sumos sacerdotes. Todos os outros tinham de traçar a sua linhagem até Coate por intermédio dos seus outros filhos, Isar, Hebrom e Uziel. Os descendentes de Levi que não eram filhos de Coate não podiam, de maneira alguma, ser sacerdotes.

6.22 Aminadabe é outro nome para Isar (v. 18), que também aparece como o pai de Corá (1 Cr 6.37,38; Êx 6.21; Nm 16.1).

6.23-27 O levita Elcana foi ancestral de Samuel, o profeta. A sua linhagem, aqui constituída de Zofai, Naate, Eliabe, Jeroão e Elcana, aparece em 1 Samuel 1.1 como Zufe, Toú, Eliú, Jeroão e Elcana. Uma genealogia paralela em 1 Crónicas 6.34,35 aparece na seguinte ordem: Elcana, Zufe, Toá, Eliel, Jeroão e Elcana. Estes nomes podem apresentar-se de diferentes formas, mas isso não tira a historicidade de tais indivíduos. Naate, esse ancestral de Samuel é também conhecido como Toá (1 Cr 6.34) ou Toú (1 Sm 1.1).

6.28-32 Samuel. Os ancestrais de Samuel são também conhecidos como efraimitas (1 Sm 1.1 ara) . Apesar de Samuel ter sido um efraimita em virtude de ter residido em Ramataim-Zofim, uma cidade do território da tribo de Efraim, esta genealogia deixa claro que ele foi, na verdade, um levita. Isso explica por que ele pôde ser treinado no tabernáculo perante o sacerdote Eli (1 Sm 2.11) e, mais tarde, servir em cultos públicos que incluíam sacrifícios (1 Sm 9.13; 10.8).

6.33-47 Os musicistas do templo também eram levitas e dividiam-se em três grupos, de acordo com a descendência, visto que Levi teve três filhos. Os coatitas, nos tempos de Davi, eram liderados por Hemã, neto de Samuel; os gersonitas, por Asafe (v. 39,43); e os meraritas, por Etã (v. 44, 47). Etã era também conhecido como Jedutum (1 Cr 25.1). Uma análise rápida das genealogias dos três líderes levíticos revela que as listas são seletivas, com muitos nomes sendo omitidos, particularmente na linhagem de Asafe e Etã.

6.48, 49 Em contraste com os levitas aqui listados, Arão e seus descendentes tinham o privilégio e a responsabilidade de exercerem o ofício sumo sacerdotal. O que os separava dos outros levitas era o seu acesso ao altar do holocausto e ao altar do incenso e seu serviço de fazer expiação por Israel. Os levitas podiam auxiliar nesse ministério, bem como oficiar sacrifícios locais. Veja as ações do levita Samuel (1 Sm 7.9; 9.12,13; 16.2-5). Entretanto, somente os sacerdotes da linhagem de Arão podiam apresentar sacrifícios no tabernáculo ou no templo.

6.50-53 Filhos de Arão. A genealogia da passagem dos versos 50-53 é a mesma que se encontra nos versos 4-8, mas essa lista acaba em Aimaás. Esta lista cita a linhagem de Arão somente até a época de Davi (1 Cr 6.31). Zadoque e Aimaás foram os últimos sacerdotes da linhagem de Eleazar sob a administração de Davi (2 Sm 15.35,36).

6.54 Habitações. O restante do capítulo descreve a distribuição das cidades e dos arrabaldes aos sacerdotes (v. 54-60), ao restante dos coatitas (v. 61, 66-70), aos gersonitas (v. 62,71-76) e aos meraritas (v. 63,77-81).

6.55 Pelo fato de os sacerdotes serem todos coatitas, as cidades deles se encontravam dentro dos distritos de Coate. Hebrom, localizada em Judá, é a primeira dessas localidades. Os sacerdotes e os levitas ocuparam não somente casas dentro dos muros da cidade, mas também campos adjacentes às cidades, os arrabaldes que a rodeiam. Tais arrabaldes iam além do perímetro dos muros da localidade, cerca de mil cúbitos (1500 pés) em todas as direções (Nm 35.4,5), e eram usados como fazendas e pastagens (Nm 35.3). Isso não significa que os sacerdotes e os levitas tinham as fazendas como fonte de subsistência, pois a Lei claramente determinava que eles deviam viver dos dízimos e das ofertas das outras tribos (Nm 18.21-32). Tudo o que obtinham dos arrabaldes era um bônus.

6.56 Hebrom havia sido originalmente dada ao fiel espia Calebe como parte de sua herança (Js 15.13). Entretanto, a herança de Calebe foi mais tarde definida como sendo não a cidade de Hebrom, mas o campo da cidade e as suas aldeias (Js 21.11,12). O território de Calebe se encontrava fora da circunferência de mil cúbitos que pertencia aos sacerdotes de Hebrom.

6.57-59 A Lei especificava que, se um indivíduo matasse outro acidentalmente, o primeiro podia encontrar santuário em uma das seis cidades de refúgio espalhadas pela terra (Nm 35.9-15). Ele podia lá permanecer em segurança até que o caso viesse a julgamento (Nm 35.16-28). Essas seis cidades estavam incluídas entre as 48 levíticas, e Hebrom era uma delas.

6.60 O número treze se refere à distribuição original das cidades em Josué 21.13-19.0 cronista estava listando as cidades sacerdotais que existiam em seus dias, cerca de mil anos depois da distribuição original. Isso deixa de fora duas delas, a saber, Jutá e Gibeão. Também se pode constatar, neste contexto, que alguns nomes estão escritos diferentemente. As cidades sacerdotais se concentravam nas áreas de Judá e Benjamim, convenientemente localizadas nas proximidades do templo em Jerusalém.

6.61-65 Os filhos de Coate, que restaram. Eram os levitas que não eram sacerdotes. As suas cidades se situavam majoritariamente na meia tribo de Manassés, a oeste do Jordão (v. 70), ao sul da planície de Jezreel.

6.66 Começando aqui, há uma continuação da descrição das cidades coatitas não sacerdotais a partir do verso 61. Algumas delas se localizavam em Efraim, com Manassés ao norte, e Benjamim ao sul.

6.67-70 Assim como Hebrom, Siquém era tanto uma cidade levítica quanto uma localidade de refúgio. Siquém tinha especial significância em Israel, pois foi o lugar onde o primeiro altar de Abraão fora erguido em Canaã (Gn 12.6,7), onde Jacó comprou um terreno (Gn 33.19), além de ter sido a primeira capital do Reino do Norte ( lR s 12.25).

6.71-75 Gérson. As áreas tribais que continham as cidades dos levitas gersonitas eram o leste de Manassés; Issacar, ao noroeste de Manassés (v. 72); Aser, na costa mediterrânea ao norte do monte Carmelo (v. 74); e Naftali, a oeste e ao norte do mar da Galiléia (v. 76). Golã. Esta cidade em Basã, ao leste do Jordão, era um local de refúgio.

6.76 Quedes foi outra das seis localidades de refúgio. Era a que se localizava mais ao norte das três, a oeste do Jordão.

6.77 A terceira ordem levítica, a de Merari, ocupou cidades em Zebulom. Rúben se encontrava ao leste do mar Morto (v. 78), e Gade, ao leste do Jordão, do mar Morto até o mar da Galiléia praticamente (v. 80).

6.78, 79 Bezer também foi uma cidade de refúgio, encontrava-se no extremo sul das cidades ao leste do Jordão.

6.80, 81 Outra localidade de refúgio, Ramote, em Gileade, ficava imediatamente ao leste do Jordão. Dessa forma, as cidades de refúgio se distribuíam pela terra de maneira que qualquer israelita estaria a poucos quilômetros de distância de uma delas. Todas as seis cidades de refúgio foram dadas aos levitas, sendo que Hebrom foi dada aos sacerdotes (v. 55). Esse locais de refúgio se distribuíam desta forma porque os sacerdotes e os levitas tinham responsabilidades jurídicas em casos que envolvessem homicídios acidentais (Nm 35.25,28; Dt 17.8-13; 19.17-21).

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