Significado de 1 Crônicas 15

1 Crônicas 15

15.1 O lugar para a arca era o tabernáculo, na Cidade de Davi. O tabernáculo original construído nos dias de Moisés havia sido erguido em Siló, na Manassés central (Js 18.1). Ele permaneceu lá até a captura da arca pelos filisteus (1 Sm 4.1-11), quando, evidentemente, foi levada para Nobe, a 3km de distância de Jerusalém (1 Sm 21.1-6). Mais adiante, o tabernáculo foi levado para um alto em Gibeão (2 Cr 1.3), cerca de 3km ao norte da cidade de Saul. Quando Davi se tornou rei, ele deixou o tabernáculo de Moisés em Gibeão e nomeou Zadoque para o ministério sacerdotal (1 Cr 16.39). Mesmo depois de ele ter construído um novo tabernáculo no monte de Sião e ter conduzido a arca para dentro dele, o templo original permaneceu em Gibeão. Por fim, Salomão trouxe a arca do monte de Sião e a “tenda do encontro” (de Moisés) de Gibeão e colocou-as no novo templo, o qual ele próprio havia construído no monte Moriá (2 Cr 5.4,5). Em outras palavras, a tenda de Davi foi para a arca um lar de transição entre o tabernáculo no deserto e o templo de Salomão.

15.2-4 Tendo aprendido sua lição no incidente com Uzá (1 Cr 13.10), Davi ordenou que a arca do SENHOR fosse removida desta vez de acordo com a Lei. Ela devia ser transportada pelos levitas por meio de barras inseridas em suas argolas (Nm 4.14,15).

15.5-7 Davi dividiu os levitas de acordo com suas genealogias. Uriel era o príncipe do clã dos coatitas (1 Cr 6.24), Asaías, o dos meraritas (1 Cr 6.30), e Joel, o dos gersonitas (1 Cr 23.8).

15.8-10 Todas as três famílias a seguir formaram subclãs dos coatitas. Elisafã foi um neto de Coate (Ex 6.18,22), Hebrom foi um filho de Coate (Ex 6.18), e Uziel, outro filho de Coate (Êx 6.18).

15.11-16 A transição do governo de Saul para o de Davi envolveu uma mudança do velho tabernáculo de Moisés para o novo lugar que Davi havia estabelecido no monte de Sião em preparação para o templo (1 Cr 15.1). O pai de Abiatar, o sacerdote Aimeleque, era o encarregado do velho tabernáculo quando ele deixou Siló e mudou-se para Nobe (1 Sm 21.1). Aimeleque (também conhecido como Aias — 1 Sm 14.3; 22.9) foi bisneto de Eli. Este deve ter sido descendente de Itamar, um dos filhos de Arão, pois o sacerdócio foi tirado da sua linhagem e dado à linhagem de Eleazar, outro filho de Arão (1 Cr 6.3,4; 1 Sm 2.22-36). A linhagem de Eleazar gerou Zadoque (1 Cr 6.8).

Nos tempos de Davi, representantes das linhagens de sumos sacerdotes, tanto de Itamar quanto de Eleazar, ministravam concomitantemente. Zadoque, que descendia de Eleazar, servia no tabernáculo em Gibeão. Abiatar, o qual descendia de Itamar, era sacerdote em Jerusalém. Quando Salomão chegou ao poder, Abiatar foi deposto, e Zadoque passou a ministrar como sumo sacerdote no templo (1 Rs 2.26,27,35).

15.17 O músico Hemã era neto do profeta Samuel (1 Cr 6.33), um coatita. Provavelmente, ele é o mesmo Hemã que aparece no cabeçalho do Salmo 88. Asafe era líder dos levitas gersonitas (1 Cr 6.39,43). Ele e seus filhos ministravam principalmente como cantores (1 Cr 25.1,2; 2 Cr 20.14) e compositores, como sugerem as legendas dos Salmos (SI 50; 73—83). Etã era o chefe da divisão merarita dos músicos (1 Cr 6.44) e pode ser o mesmo Etã, o ezraíta, compositor do Salmo 89, que era conhecido como um sábio (1 Rs 4.31).

15.18, 19 Segunda ordem. Os músicos, aparentemente, ocupavam um lugar de mais importância que os porteiros, os quais são mencionados em seguida (1 Cr 9.17-27).

15.20 Com alaúdes, sobre Alamote. Tanto os músicos quanto os porteiros listados nesse contexto são os mesmos que os do verso 18. Como os porteiros trabalhavam em sistema de revezamento e, para essa função, não era necessário atenção em tempo integral, os dois cargos podiam ser acumulados.

15.21, 22 O termo Seminite deve derivar da palavra hebraica shemiyniyth, que quer dizer uma oitava abaixo, referindo-se à escala musical.

15.23 A responsabilidade dos porteiros da arca parece limitada à tarefa de transportar a arca da casa de Obede-Edom para o tabernáculo davídico.

15.24-26 Provavelmente, o Obede-Edom desta passagem era o mesmo que guardava a arca nos meses que antecederam o retorno dela para Jerusalém (1 Cr 13.13,14). Ele, aparentemente, era um levita (1 Cr 13.13) e, certamente, era um homem justo (1 Cr 15.25; 16.38).

15.27, 28 Efode de linho. Esta vestimenta no Antigo Testamento é parte do traje de um sumo sacerdote (Êx 28.40) ou, de maneira mais simplista, de um sacerdote em geral (1 Sm 22.18).

15.29 Davi havia-se casado com Mical, filha de Saul, logo que começou a servir na corte de Saul (1 Sm 18.27). Seu relacionamento foi conturbado — talvez porque Davi havia passado pelo menos dez anos fugindo do pai dela. Algum tempo depois, Saul anulou o casamento e deu Mical a outro homem (1 Sm 25.44). Uma das condições do acordo de paz de Davi com Abner e da reunificação da nação sob o reinado de Davi era que Mical voltasse a ser sua esposa (2 Sm 3.13-16). Mical foi um dos poucos laços remanescentes entre Davi e a dinastia de Saul. Para que a transferência de governo de Saul para Davi fosse completa, era necessário que a filha de Saul fosse transferida de volta para Davi — mesmo contra a vontade dela. Quando Mical viu Davi regozijando- se com o retomo da arca, ela o desprezou em função da lealdade que tinha ao seu pai e da ira que ela voltou a sentir subsequentemente.