Significado de 1 Crônicas 18

1 Crônicas 18

18.1 Este é o único registro de Davi tomando a cidade dos filisteus, apesar de tê-los derrotado muitas vezes em combates. Gate era a cidade de Filístia mais próxima do território israelita, logo, oferecia a maior ameaça a Israel.

18.2 A ocasião em que Davi se responsabilizou pela campanha contra os moabitas deve ter sido muito dura, visto que ele tinha muita estima por Moabe. A sua bisavó, Rute, veio de Moabe (Rt 4.13-17), e Davi mandara a própria família para lá por motivos de segurança, enquanto se escondia de Saul (1 Sm 22.3,4). O termo que melhor expressa a relação descrita aqui, em que os moabitas se tornaram servos de Davi e a ele pagaram tributo, seria suserania. Isso significa que Moabe não pertencia ao reino de Israel e também não tinha um governante israelita. Governantes nativos podiam permanecer no ofício, mas tinham de mostrar sua submissão a Davi, fazendo tratados de suserania com ele.

18.3,4 A campanha, nesta passagem, pode ter ligação com a guerra dos siros, melhor delineada em 1 Crônicas 19.1-19, pois Hadadezer é mencionado em ambos os contextos. Seu reino, Zobá, ficava ao norte de Damasco. Davi o perseguiu até Hamate, a, aproximadamente, 160km de distância de Damasco, em um esforço para expandir o império israelita até o rio Eufrates. A justificativa de Davi deve ter sido a promessa de Deus a Abraão de que a terra a qual Ele estava concedendo iria estender-se desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 15.18).

18.5 A capital do reino da Síria ao norte e ao nordeste de Israel era Damasco.

18.6,7 Servos [...] presentes. Esses termos técnicos, assim como no caso de Moabe (v. 2), sugerem que Damasco se tornara um estado vassalo de Israel. Em pouco tempo, Moabe e Damasco se tornaram estados dominados, e Zobá transformara-se em um território ocupado.

18.8,9 As duas cidades, Tibate e Cum, Samuel adicionou mais uma, Berotai (2 Sm 8.8). Todas as três são mencionadas em textos egípcios e localizavam-se no nordeste de Balbeque, no Líbano central.

18.10 Para lhe perguntar como estava, e para o abençoar. Essa aparente linguagem casual explica uma situação formal em que Toú, o rei de Hamate, voluntariamente aproximava-se de Davi em submissão de servo. Em outras palavras, o que Moabe e Damasco faziam involuntariamente, Hamate fazia voluntariamente, fazendo-se de estado vassalo de Israel.

18.11 O fato de Davi ter consagrado todos os espólios de guerra sugere que ele via as batalhas como campanhas de guerra santa. Nela, iniciada e dirigida por Deus, tudo procede da vitória que pertencia a Ele. Dizia-se que os espólios eram anátema ou malditos (Js 6.17,18), o que significa que eles não podiam ser usados para propósitos seculares, mas somente para serem consagrados a Deus. Quando Salomão construiu o templo, levou todas as coisas consagradas para os tesouros do templo (2 Cr 5.1). Os espólios de Amaleque deviam incluir conquistas dos amalequitas por Saul (1 Sm 15.9), mas, provavelmente, fazem referência às investidas de Davi contra eles, enquanto ele habitava em Ziclague, como um vassalo de Aquis, de Gate (1 Sm 27.8,9).

18.12 Um dos sobrinhos de Davi (1 Cr 2.15,16), Abisai, foi incluído em um dos grupos dos três de Davi (1 Cr 11.20). Vale do Sal. Esse vale ficava a poucos quilômetros a leste de Berseba.

18.13,14 O termo servos sugere que Edom se tomou não somente um inimigo derrotado, mas também um estado vassalo de Israel. Isso permitiu a Edom continuar com a própria liderança, mas sob a supervisão de perto de Davi, como a referência às guarnições militares israelitas deixa claro.

18.15 Davi recompensou seu sobrinho Joabe (1 Cr 2.15,16) com o posto de comandante do exército, pelo seu sucesso em minar os muros de Jerusalém (1 Cr 11.4-9). Chanceler [ou cronista, na ARA]. Josafá era o encarregado de cuidar dos arquivos e dos registros reais. O próprio cronista deve ter tido acesso a tais documentos quando ele compôs este livro (1 Cr 27.24).

18.16 Zadoque descendia de Arão por intermédio de Eleazar (1 Cr 16.39). Abimeleque. Abiatar, um descendente do filho de Arão, Itamar, servira como sacerdote de Davi no deserto (1 Sm 22.20) e, mais tarde, em Jerusalém (1 Cr 15.11). No entanto, ele foi desleal a Salomão e, por isso, removido do ofício, deixando Zadoque como o único sumo sacerdote (1 Rs 2.27,35). E bem provável que Davi tenha suspendido Abiatar de sua função também algum tempo antes, pois, na presente passagem, seu filho, Abimeleque, exerceu o sacerdócio com Zadoque.

18.17 Quereteus [...] peleteus. Eram tropas de elite, provavelmente, compostas de mercenários. Elas obedeciam a Benaia, um membro de um dos grupos dos três (1 Cr 11.24). Havia filisteus conhecidos como quereteus (Ez 25.16; 1 Sm 30.14), e a relação entre os peleteus e os filisteus (2 Sm 15.18) leva à conclusão de que eles eram todos da Filístia. Os primeiros. Eram os filhos de Davi que lhe serviam em seu governo. Eles eram chamados pela palavra hebraica nshon, normalmente, traduzida como sacerdotes (2 Sm 8.18).