Significado de 1 Crônicas 9

1 Crônicas 9

9.1 O livro ou rolo mencionado neste contexto não compõe os livros canônicos de reis, pois estes não contêm genealogia alguma. A referência deve dizer respeito a fontes genealógicas compiladas e coletadas pelos escribas dos reis de Israel. Transportados à Babilônia. Esta referência ao cativeiro babilônico prepara o caminho para as genealogias e as listas que a seguem (1 Cr 9.3, 4). Como mostra o verso 3, a evacuação das cidades de Judá deu lugar ao novo lar dos que retornavam, cujos nomes encontram-se no versículo seguinte.

9.2 Israelitas. A deportação de Israel pelos assírios, de 734 a 722 a.C., resultou na dispersão de Israel por todo o mundo mediterrâneo oriental. Contudo, pode-se entender, a partir deste versículo, que alguns israelitas se juntaram aos seus irmãos da Judéia ao retornarem da Babilônia após 539 a.C. A palavra netineu deriva do verbo hebraico dar, logo, significa os dados e designava os servos do templo. Como os netineus se distinguiam dos sacerdotes e dos levitas, estes servos do templo devem ter vindo de outras tribos (Ed 2.43; 7.7; Ne 7.46,60,73; 10.28).

9.3 Efraim e Manassés. Estas duas tribos descendiam de José e foram especialmente abençoadas pelo Senhor (Gn 49.22-26; Dt 33.13-17). Entretanto, elas não pertenciam à nação de Judá. Essa é outra confirmação de que a comunidade incluía pessoas de Israel, assim como da Judéia.

9.4-10 Utai e os nomes que o seguem (v. 4-9) não se confirmam nem mesmo nas listas de Neemias 11.4-24, o que parece aludir à mesma restauração pós-exílio. Pode ser que ambas as listas não quisessem ser exaustivas, e o cronista e Neemias, respectivamente, tenham escolhido os nomes em função de propósitos específicos que não têm mais sentido para o leitor de hoje.

9.11-13 Azarias. A lista de sacerdotes que se segue (v. 11,12) aparece bem abreviada se comparada com a lista de 1 Crônicas 6.3-15. Novamente, isso indica que as genealogias bíblicas, mesmo podendo ser atestadas, não são sempre completas.

9.14-16 O padrão para dividir a genealogia dos levitas de acordo com os três filhos de Levi não é aplicado neste trecho (1 Cr 6.1). Em vez disso, há sete famílias listadas nos versos 14-16, seis das quais viviam em Jerusalém e uma em Netofa. Merari é mencionada, mas Coate e Gérson não. No lugar de Gérson, está o seu descendente Asafe (1 Cr 6.39-43). Jedutum. Este é um outro nome para Etã, descendente de Merari (1 Cr 6.44-47). Ambos os versos 14 e 16 parecem listar meraritas. Elcana. A presença deste nome sugere que esta família tenha sido coatita (1 Cr 6.33-38). Netofatitas. Isso se refere aos habitantes da vila de Netofa, um pouco mais de 4,5km ao sudeste de Belém. Os gersonitas e os meraritas, evidentemente, viviam em Jerusalém, no período pós-exílio, enquanto os coatitas ou os levitas coraítas viviam em Netofa.

9.17, 18 Porta do rei para o oriente. Esta foi a famosa porta na parte oriental do templo (Ez 46.1,2). Após os dias do tabernáculo no deserto (Nm 3.27-31), e desde o tempo de Zacarias e do templo de Salomão (1 Cr 9.21; 26.1, 2, 14), os coraítas foram responsáveis por guardar as portas e por cuidar do lugar de adoração.

9.19-21 Como descendentes de Coate (Ex 6.18,21), Corá e sua linhagem eram bem próximos do sacerdócio. Entretanto, eles não podiam ser sacerdotes, pois descendiam de Isar, e não de Anrão. A sua íntima ligação explica por que estes levitas ministravam dentro do templo.

9.22-24 Os porteiros tiveram a sua nomeação nos dias de Davi e Samuel (1 Cr 26.1-19). Como Samuel faleceu muito antes de Davi fazer as suas nomeações, o cronista deve estar dizendo que Davi foi encorajado e instruído pelo profeta desde a sua juventude. Logo, de certa forma, Samuel nomeou os porteiros por intermédio de Davi.

9.25 Os porteiros habitavam vilas ao redor de Jerusalém (v. 22). Eles iam em sistema de revezamento a Jerusalém para cuidar de seus deveres no templo, onde serviam por períodos de sete dias.

9.26 Porteiros-mores. Como a cidade e o templo tinham quatro lados (v. 24) e quatro portas principais, devia haver quatro levitas encarregados de vigiá-los. Eles abriam e fechavam as portas, bem como providenciavam segurança (v. 27), além de vigiar todos os outros ambientes do templo. Tesouros. Este termo diz respeito aos lugares onde o dinheiro era guardado, assim como aos ambientes onde se estocavam bens em geral.

9.27-29 Ficavam à roda. Apesar de os levitas que trabalhavam como porteiros terem vivido em vilas vizinhas, os porteiros-mores devem ter vivido dentro dos limites da cidade, provavelmente, perto das portas do templo. Eles precisavam estar próximos para supervisionar os negócios do templo, bem como para abrir e fechar as portas.

9.30-32 Apesar de os levitas serem capazes de lidar com os utensílios do ministério (v. 28), a mobília e, até mesmo, os materiais que seriam ofertados — como farinha, vinho, incenso e pimentas (v. 29)—, eles não podiam confeccionar as especiarias; somente os sacerdotes tinham permissão para isso (Êx 30.23-25, 33, 37, 38).

9.33, 34 Os cantores, assim como os porteiros-mores (1 Cr 9.26,27), residiam em Jerusalém para estar constantemente disponíveis para supervisionar o ministério dos músicos do templo. Habitaram em Jerusalém. Na verdade, a política era que os líderes das várias classes levíticas residissem na capital.

9.37-44 O interesse que o cronista tem na genealogia de Jônatas é, provavelmente, oriundo da íntima amizade de Jônatas com Davi (1 Sm 18.1).

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