Significado de 1 Crônicas 10

1 Crônicas 10

10.1 Com uma altura de cerca de 500m, o monte Gilboa se situa na parte sudeste da planície de Jezreel. Este território era filisteu, desde o tempo da chegada deste povo, por volta de 1200 a.C. O registro da batalha final de Saul que segue esta passagem está intimamente ligado ao texto de 1 Samuel 31.1-13.

10.2, 3 Filhos de Saul. Existiu um quarto filho, Isbosete. Ele sobreviveu a esta batalha e tornou –se rei de Israel cinco anos após a morte de Saul.

10.4, 5 A maioria dos semitas praticava a circuncisão, seja por questão de higiene ou de religião, mas, para os hebreus, isso era o sinal da promessa de Deus por intermédio de Abraão a eles. Os incircuncisos eram os de fora; frequentemente seus inimigos, os filisteus. Escarneçam. Os filisteus podiam não somente ferir Saul fisicamente, mas também trazer vergonha à nação que o tinha como líder. Saul, então, foi levado a tomar uma medida drástica: suicidar-se, o que era algo raro entre os hebreus dos tempos do Antigo Testamento (1 Cr 10.5; 2 Sm 17.23; 1 Rs 16.18).

10.6 Toda a sua casa morreu. Isso foi escrito em antecipação à morte de Isbosete, o último filho de Saul. Com a morte de Isbosete (2 Sm 4.5,7), a dinastia de Saul encontra seu fim.

10.7, 8 Apesar de os filisteus terem dominado o vale de Jezreel-Esdraelon, havia cidades israelitas na região por um tempo. Com a morte de Saul, até mesmo estas se perderam para os filisteus, que as dominaram quando os israelitas as abandonaram.

10.9 Despojaram. A passagem correlata, 1 Samuel 31.9, acrescenta: E cortaram-lhe a cabeça.

10.10 Dagom era adorado pelos filisteus, assim como por outros povos na Síria e no noroeste da Mesopotâmia como o deus dos grãos. Cem anos antes, os filisteus haviam depositado a arca da aliança no templo de Dagom em Asdode (1 Sm 5.2). Mais tarde, Sansão se pôs entre os pilares centrais de um templo de Dagom, onde foi ridicularizado pelos filisteus em assembleia (Jz 16.23-31). Aparentemente, os filisteus celebravam vitórias militares, trazendo um troféu do seu sucesso para o seu templo, onde ele poderia ser exibido como um tributo à força do seu deus.

10.11 Jabes-Gileade ficava a leste do Jordão, próximo a Bete-Seã. O cuidado que o povo desta cidade teve ao devolver o corpo de Saul de Bete-Seã foi, indubitavelmente, em nome da rápida resposta de Saul ao seu clamor por ajuda no início de seu reinado (1 Sm 11.1-11).

Na vida de Saul, Jabes-Gileade pode voltar ainda mais, pois, nos primeiros dias dos juízes, a tribo de Benjamim havia sido aniquilada quase em sua totalidade, em uma sangrenta guerra civil que se deu pelo assassinato da concubina de um levita efraimita (Jz 19.1-30) — um homicídio em território dos benjamitas, o qual estes se recusaram a condenar (Jz 20.1-48).

Um resultado de uma luta entre tribos foi a diminuição do número de mulheres de Benjamim, de tal forma que os homens sobreviventes não tinham como ter esposas com quem pudessem repopular a tribo. As esposas foram, então, trazidas à força de Siló e Jabes-Gileade para Benjamim para tal propósito (Jz 21.1-5). Provavelmente, uma delas era ancestral de Saul, o que explicaria ele ter respondido ao seu clamor por ajuda tão prontamente.

10.12 Esta estranha mudança nos eventos remete a 1 Samuel 31.12, que declara que o povo de Jabes queimou os corpos de Saul e de seus filhos. Disso, é claro, só restaram os ossos.

10.13 A morte fora de hora do rei Saul foi fruto da desobediência à palavra de Deus. Ele desobedecera ao Senhor quando não esperou Samuel prestar um sacrifício e não destruiu totalmente os amalequitas (1 Sm 13.1-15; 15.10-23). E também porque buscou a adivinhadora para a consultar. Antes da batalha, Saul havia pedido um conselho a Samuel por intermédio da bruxa de En-Dor (1 Sm 28.3-25).

10.14 Pelo que o matou. A frieza dessa expressão é chocante. A morte de Saul não foi pelas próprias mãos, mas pelas de Deus. O Senhor deixou Saul buscar um caminho que o levou à morte. Transferiu o reino. Isso confirmou o que Samuel havia dito a Saul: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu (1 Sm 15.28).

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