Significado de 1 Crônicas 17

1 Crônicas 17

17.1-4 O profeta Natã. Esse é o primeiro profeta que aparece no livro. Natã, aparentemente, serviu a Davi e a Salomão ou como um capelão particular, ou um conselheiro (2 Sm 7.2,3; 12.1-15; 1 Rs 1.8-30, 32-38, 45; 2 Cr 29.25). Uma de suas obras. As crônicas do profeta Natã, foi uma das fontes para a composição do livro de Crônicas (1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29). Uma casa de cedros indica a riqueza de Davi, pois o cedro era muito caro para alguém ter em qualquer lar.

17.5 De tenda em tenda. Isso faz referência à jornada de Deus da improvisada tenda da congregação (Êx 33.7) para o tabernáculo de Moisés (Êx 40.34-38) e, depois, para aquele erguido por Davi no monte de Sião (1 Cr 16.1).

17.6 Além de ter “vivido” em locais modestos, Deus também “viveu” como um nômade, visto que a casa de adoração se mudava de um lugar para o outro. No tempo dos juizes, o tabernáculo ficou em Siló (Js 18.1) e, depois, possivelmente, em Nobe (1 Sm 21.1). Antes disso, ele peregrinou com Israel pelo deserto do Sinai antes de ir para Gilgal (Js 4.19; 5.10). Na ocasião, permaneceu em Gibeão por um tempo.

17.7 Geralmente, no antigo Oriente Médio, assim como no Antigo Testamento, os reis eram frequentemente comparados a pastores (Is 44.28; Zc 10.3; 11.4-17). Davi, literalmente, pastoreou ovelhas antes de ser chamado para pastorear Israel, o rebanho de Deus.

17.8 E te fiz um nome. A reputação de Davi como líder havia-se tornado internacionalmente conhecida. Ele se equiparava com os maiores governantes do mundo.

17.9 Ordenarei um lugar. Essa expressão não sugere que Israel devia mudar-se da Palestina, pois ela era a Terra da Promessa desde o princípio (Gn 13.14-17; 15.18-21; 17.8; Êx 3.16,17; 6.8; Dt 1.8; Js 1.2-5).

Filhos da perversidade. Esse era um termo que designava os inimigos de Israel — os que a perseguiram e a tiraram de sua terra natal.

17.10-12 Casa, neste contexto, significa dinastia. Davi dissera que construiria uma casa (um templo) para Deus, mas o Senhor disse-lhe que Ele mesmo construiria a casa (uma dinastia) para Davi. Uma monarquia abençoada por Deus já era aparente na promessa que o Altíssimo havia feito a Abraão (Gn 17.6). Além disso, quando Jacó abençoou seus filhos, ele declarou que um cetro legislador (um rei) viria de Judá (Gn 49.10). Davi foi ungido como rei por Samuel (1 Sm 16.1,12,13), assim como recebeu confirmações de que governaria Israel (1 Sm 23.17; 24.20; 26.25; 28.17). Entretanto, a promessa de Deus de estabelecer a dinastia davídica para sempre fora sem precedentes.

Tua semente. Isso diz respeito a Salomão. Aqui, casa só pode significar templo, pois Deus não tem dinastia. O templo era a morada de Deus entre Seu povo (1 Rs 8.10,11).

17.13 Pai [...] filho. Essa célebre frase afirmava que a dinastia de Davi possuía um relacionamento tão íntimo com o Senhor que seus reis seriam considerados, de forma extraordinária, filhos de Deus.

Daquele que foi antes de ti. Trata-se, aqui, de Saul, de quem Deus retirou a Sua bênção (1 Cr 10.14).

17.14,15 Aqui, o foco muda claramente de Salomão, o sucessor imediato de Davi, para toda a sucessão de reis da linhagem davídica. Eram o reino e o trono da dinastia que se firmariam para sempre, uma promessa tornada possível somente pelo Reino de Jesus Cristo, o Filho de Davi (Lc 1.32,33). Tal mudança de referencial é comum em textos proféticos, onde o imediato e o remoto são tão ligados que ela chega a ser imperceptível por vezes. Outras pistas devem, portanto, ser observadas, como a de Salomão no verso 12 deste capítulo, pois ele construiu o templo onde somente Cristo poderá reinar, visto que se trata de um reino eterno (1 Cr 17.14).

17.16-18 Davi respondeu à bênção de Deus com adoração.

Casa. Davi perguntou o que fazia dele objeto da graça de Deus. Ele não tinha credenciais que merecessem as incríveis promessas divinas de um reino eterno.

Pouco aos teus olhos. A falta de ancestralidade real de Davi não importava para Deus, pois não era isso o que impressionava o Senhor. Que mais te dirá Davi. Uma vez que a verdade da promessa se entranhou no entendimento de Davi, ele se achou sem palavras.

17.19, 20 Não há Deus além de ti. Isso é uma clara declaração da exclusividade do Deus de Israel. Expressões como todos os deuses e deuses das nações na canção de ação de graças de Davi (1 Cr 16.25,26) devem ser entendidas à luz dessa clara confissão de que há somente um Deus vivo.

17.21 A observação de Davi que se encontra neste trecho não se trata de nacionalismo cego. Como Davi continuava a adorar a Deus, ele, assim como Moisés, expressou uma teologia de eleição de Israel. O Senhor escolhera Israel, Seu povo próprio, simplesmente por Sua vontade. Os israelitas não tinham nada que pudesse representar valor a Deus. Na verdade, eles eram um povo insignificante e cativo (Dt 7.6-11). O lugar proeminente de Israel entre as nações se dava devido à abundante misericórdia divina. A menção de Israel como única nação na terra, a quem Deus foi remir não exclui a eventual redenção das outras. O ponto aqui não é soteriológico, mas de servilismo. A redenção de Israel não tinha o objetivo de salvá-la a fim de torná-la povo do Senhor, porque isso já era fato (Êx 3.7,10; 4.22,23), mas livrá-la para com ela fazer um pacto de servilismo (Êx 19.6). Isso permitiu que as outras nações se maravilhassem com o poder de Yahweh e pudessem engrandecer o Seu nome.

17.22 O teu povo. Esse termo é, obviamente, fundamentado em Êxodo 19.5 e Deuteronômio 7.6 e 14.2, textos nos quais Israel é descrita como uma propriedade peculiar e povo próprio. A afirmação se baseia no centro da aliança de Moisés. No monte Sinai, o Senhor havia-se tornado o Deus de Israel; e esta, por sua vez, o povo de Deus.

17.23,24 A palavra que falaste. Isso se reporta à aliança que Deus acabara de fazer com Davi em relação à sua dinastia (lCr l7.7-14). O apelo de Davi a Deus para estabelecer Sua palavra veio imediatamente depois da sua menção ao êxodo e à aliança de Moisés. Davi sabia que a aliança do Senhor com ele se fundamentava nas promessas anteriores de Deus a Abraão.

17.25,26 Teu servo [...] orar. Davi não quis dizer, nesta passagem, que passou a ser um homem de oração devido às promessas que recebeu de Deus, mas ele achou, naquele momento, coragem para orar (1 Cr 17.16-24), pois as promessas serviram de encorajamento para ele.

17.27 Abençoada para sempre. Davi parece não dar espaço para um entendimento temporário e condicional de seu reino. Deus o convenceu de que ele e seus descendentes teriam eternamente a bênção dele (1 Cr 17.9,12,14).

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