Significado de 2 Reis 5

2 Reis 5

2 Reis 5 enfoca a cura de Naamã, um proeminente comandante militar sírio, pelo profeta Eliseu.

Naamã, acometido de lepra, descobre que há um profeta em Israel que pode curá-lo. Ele pede permissão ao rei da Síria para viajar a Israel para sua cura e traz presentes valiosos. Quando Naamã chega à casa de Eliseu, Eliseu envia um mensageiro para instruí-lo a se lavar sete vezes no rio Jordão para ser curado.

Inicialmente, Naamã se ofende com a ordem de Eliseu, esperando um ritual mais elaborado. No entanto, seus servos o convencem a obedecer e, quando ele mergulha no Jordão sete vezes, sua lepra é completamente curada. Naamã volta a Eliseu para expressar sua gratidão e oferece presentes, que Eliseu recusa.

Geazi, servo de Eliseu, então engana Naamã e leva alguns dos presentes oferecidos. Eliseu confronta Geazi e revela que a lepra que afligia Naamã agora recairá sobre Geazi e seus descendentes.

O capítulo termina mencionando o conflito em curso entre os reinos de Israel e da Síria.

Em resumo, 2 Reis 5 narra a história da cura de Naamã e as respostas contrastantes de Naamã e Geazi. O capítulo destaca o poder de Deus para curar e a importância da humildade e obediência ao receber Suas bênçãos. Também ressalta as consequências éticas da desonestidade e da ganância, conforme visto nas ações de Geazi e na punição resultante.

Significado

5.1-19 O relato de Naamã, o arameu, é fascinante por muitos motivos, entre eles: (1) demonstra que um estrangeiro creu no Deus vivo; (2) fornece aspectos de dimensões interculturais no que diz respeito à difusão dos feitos do grande Deus, Salvador de Israel; (3) contrasta as personalidades de Eliseu e de seu servo Geazi.

5.1 Esse general arameu, Naamã, é uma figura marcante entre os inúmeros relatos bíblicos. Este versículo é cheio de expressões que descrevem sua personalidade, sua honra e sua habilidade. Surpreendentemente, lê-se que suas vitórias militares foram garantidas pelo SENHOR. A palavra hebraica traduzida como leproso designa qualquer doença séria de pele (Lv 13.1-46; Nm 5.1-4), incluindo certos fungos (Lv 13.47-56; 14.33-57). O rei da Síria foi Ben-Hadade II (860—842 a.C.). 'Ele era uma constante ameaça ao Reino do Norte. Posteriormente, Ben-Hadade II liderou uma invasão contra esse reino (2 Rs 6.24—7.20).

5.2 Levaram presa uma menina. Deus usou o testemunho de uma jovem serva judia para levar o general do maior inimigo militar de Israel a ter fé na Sua Palavra.

5.3 Profeta que está em Samaria. Apesar de Eliseu ter viajado com frequência e, às vezes, ter habitado no monte Carmelo (2 Rs 4.25), ele aparentemente manteve uma residência na cidade de Samaria (2 Rs 5.9,24;2.25;6.9—7.20).

5.4, 5 Foi o respeito do rei arameu por seu general que fez com que o monarca atendesse ao pedido de Naamã. Os presentes de Naamã medem sua riqueza e a importância de sua necessidade.

5.6, 7 Ainda que tais cartas de apresentação fossem comuns no antigo Oriente Médio, as frequentes investidas de Ben-Hadade contra Israel fizeram o rei suspeitar que o monarca arameu estivesse buscando um pretexto para mais uma invasão ao território israelita (v. 2).

5.8 Rasgara as suas vestes. Esse ato podia ser um sinal de pesar ou de agitação (2 Rs 11.14), assim como uma expressão de tristeza que leva ao arrependimento (Jl 2.13).

5.9 A porta. Por alguma razão, Eliseu não se encontrou com o general face a face. Talvez porque o contato do profeta com alguém com uma doença de pele pudesse passar a impureza para ele e privá-lo de exercer seu ministério (Nm 5.1-4).

5.10 A instrução de Eliseu a Naamã para se lavar sete vezes no Jordão enfatiza que a cura plena do general ocorreria somente pelo poder do Deus soberano de Israel. O orgulhoso arameu precisava aprender a ser humilde e a colocar sua confiança apenas em Deus (v. 15). A questão central era a obediência.

5.11, 12 Com razão, a resposta inicial de Naamã foi de descrença e indignação. A instrução de Eliseu pareceu um comando um tanto quanto estranho e humilhante para um general do exército de Arã. O que, afinal, era o Jordão, comparado aos grandes rios de Damasco?

5.13, 14 Naamã deu ouvidos aos seus conselheiros, fez o que lhe fora ordenado e foi curado. A palavra purificado sugere que o problema das doenças de pele que causavam impureza também era um assunto comentado onde Naamã vivia. O maravilhoso nesse general foi o fato de ele ter entendido que deveria fazer tudo o que Deus lhe pedisse, por intermédio de Seu profeta.

5.15, 16 Pôs-se diante dele. Agora que Naamã estava limpo, ele podia ter contato com o profeta Eliseu (v. 9,10). Esse general pode ser considerado um grande exemplo de um estrangeiro que teve fé em Deus, o que se verifica na declaração em toda a terra não há Deus, senão em Israel. Quando Naamã se dirigiu ao profeta e pediu tomes uma bênção do teu servo, Eliseu recusou porque não podia tirar proveito da situação. O que o general recebera do Senhor não se podia comprar.

5.17 Dê-se a este teu servo uma carga de terra. No antigo Oriente Médio, era praxe associar a identidade de um deus à terra onde ele era adorado. Por isso, Naamã pediu a Eliseu uma carga de terra, visto que o general pretendia adorar Yahweh perpetuamente na nação onde vivia, a qual cultuava outros deuses. Ainda que supersticiosa, é provável que a solicitação de Naamã tenha sido interpretada por Eliseu como um ato sincero. Além disso, o profeta deve ter concluído que, atendendo ao pedido do general, este se lembraria de sua cura todas as vezes em que adorasse a Deus. Portanto, Eliseu concedeu a Naamã o que um protocolo diplomático exigia (v. 17-19), permitindo que Naamã tivesse sua fé ajustada. Nesse caso, mesmo que o general fosse forçado a adorar em templos pagãos, seu coração adoraria o único e verdadeiro Deus.

5.18, 19 O nome Rimom é um exemplo da mudança intencional do nome de um deus estrangeiro pelos escribas hebreus. Em vez de escreverem Ramam, que significa aquele que faz trovejar, designação para o deus da tempestade Hadade (Zc 12.11), eles escreveram Rimom, que significa romã.

5.20-22 A triste história da ganância de Geazi contrasta com o comportamento ético de seu mestre, Eliseu (v. 15,16).

5.23 Um talento era uma enorme quantidade de prata — o mesmo que 3 mil siclos ou 70 libras [o equivalente a 70 kg]. Dois dos seus moços [de Naamã] levaram a carga para Geazi, o que indica que eles devem tê-la dividido.

5.24 A palavra hebraica traduzida como à altura pode referir-se a uma montanha, a um monte ou a uma construção como uma cidadela (2 Cr 27.3,4; Mq 4-8). Geazi dispensou os homens antes de chegar a um lugar onde os presentes obtidos pela ganância poderiam ser observados pelas pessoas que sabiam acerca de Naamã e Eliseu.

5.25 Como Geazi já havia mentido para Naamã (v. 22), certamente mentiria para Eliseu.

5.26 Não foi contigo o meu coração...? O uso do termo coração sugere não somente o conhecimento, mas também o forte sentimento que Eliseu tinha por Geazi.

5.27 A ironia da justiça puniu o pecado de Geazi com a lepra de Naamã.

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