Significado de 2 Reis 1

2 Reis 1

2 Reis 1 relata um evento durante o reinado do rei Acazias de Israel, com foco em sua interação com o profeta Elias.

Acazias cai de um cenáculo em seu palácio em Samaria e fica gravemente ferido. Ele envia mensageiros para perguntar ao deus Baal-Zebub, o deus de Ekron, se ele vai se recuperar de seus ferimentos. No entanto, Deus envia Elias para interceptar os mensageiros e entregar uma mensagem a Acazias.

Elias questiona os mensageiros sobre por que eles estão buscando respostas de Baal-Zebube em vez do verdadeiro Deus. Ele profetiza que Acazias morrerá porque buscou a orientação de um deus falso em vez do Senhor. Quando os mensageiros relatam isso a Acazias, ele percebe que foi Elias, o tisbita, quem falou essas palavras.

Acazias então envia um capitão com cinquenta soldados para prender Elias. Quando eles chegam, Elias chama fogo do céu, consumindo o capitão e seus cinquenta homens. Acazias envia outro grupo, e o mesmo destino recai sobre eles. Finalmente, um terceiro capitão com cinquenta soldados se aproxima, mas desta vez o capitão humildemente apela a Elias por sua vida e pela vida de seus homens. Um anjo do Senhor instrui Elias a ir com o capitão falar com Acazias.

Elias entrega a mesma mensagem a Acazias pessoalmente e, pouco depois, Acazias morre conforme profetizado.

Em resumo, 2 Reis 1 retrata os eventos que cercam o ferimento do rei Acazias e sua tentativa de buscar a orientação de um falso deus. O capítulo destaca o confronto entre o profeta Elias e os mensageiros, bem como a manifestação do poder de Deus por meio do fogo. Ressalta a importância de buscar a orientação do Deus verdadeiro e as consequências de se voltar para os falsos ídolos.

Significado

1.1-9.37 A primeira grande seção de 2 Reis relata a contínua degeneração espiritual e moral de Israel na época da terceira dinastia do Reino do Norte, apesar de inúmeros avisos da parte de Deus transmitidos pelo profeta Elias a respeito do julgamento. Eventos concomitantes no Reino do Sul, durante os reinados de Josafá, Jorão e Acazias, permeiam a narrativa.

1.1 Moabe se revoltou. Esta nota cronológica se relaciona à rebelião de Mesa, o famoso rei de Moabe. Este fato nesta passagem pode servir meramente como um indicador dos problemas que logo assolariam Israel.

1.2 Acazias. O relato de seu remado breve e cruel se inicia em 1 Reis 22.51. A divisão do livro de Reis em duas partes se deu por ser mais conveniente para os tradutores, o que se observa no fato de a história do reinado de Acazias começar na primeira parte e continuar na segunda, sem interrupção alguma.

Este versículo relata a queda de Acazias pelas grades de um quarto alto. As casas na antiga Israel tinham, normalmente, um único andar. Já os palácios e mansões tinham um segundo. Nos andares superiores, era comum encontrar-se uma varanda cercada por grades, o que permitia a circulação do ar, protegia da luz solar e dava certa privacidade ao ambiente. Porém, essas grades podiam ser facilmente quebradas. Quando adoeceu, Acazias enviou mensageiros a Baal-Zebube para perguntar a este deus se ele seria curado. Enquanto o nome Zebube é conhecido como Ugarite em textos cananeus, neste versículo ele pode refletir uma corrupção intencional do original zebul (príncipe). Neste caso, escribas hebreus transformaram Baal-Zebul (Baal é o príncipe) em Baal-Zebube (senhor das moscas). Os escribas também escreveram Baal-Zebel (senhor do esterco) algumas vezes. Esta mudança proposital de nomes de indivíduos ou de deuses associados à adoração a Baal mostra o tremendo desprezo que os escribas israelitas tinham por tais conceitos. Veja, por exemplo, a mudança no nome de Jezabel (1 Rs 16.31) e de Rimom (2 Rs 5.18). Posteriormente, o nome Baal- Zebube foi associado a Satanás (Mt 10.25;12.24).

1.3 O anjo do SENHOR. Por vezes, esta expressão é usada para se referir a Deus. Mas, frequentemente — e, possivelmente, neste versículo—, trata daquele que é o mensageiro do Senhor, mas que é, de certa forma, diferente de Deus. A dramática história de Elias começa em 1 Reis 17.1.

O descontentamento do Senhor pelo comportamento errante do rei é visível nas palavras não há Deus em Israel. Um rei era identificado pela sua nação ou pela sua cidade capital, como se verifica na denominação rei de Samaria (1 Rs 21.1; 2 Cr 24.23; Jn 3.6). Esse é apenas mais um título para o rei de Israel.

Acazias, assim como o seu pai, adorou a Baal, deus de Ecrom. O culto a Baal era fortemente identificado com Ecrom, uma cidade famosa pela prática da adivinhação (1 Sm 6.2; Is 2.6). Acazias mandou seu mensageiro a Ecrom não somente porque a cidade era próxima, mas também porque ele, provavelmente, esperava manter em segredo a natureza e a extensão do seu ferimento. Antigamente, um rei que se encontrasse gravemente ferido ou doente se tornava vulnerável a atentados oportunistas à sua vida e ao seu trono. Logo, no seu ponto de vista e, provavelmente, dos seus conselheiros, Acazias fez o que devia fazer. Entretanto, sua atitude não foi correta. Elias lembrou ao mensageiro real que o Deus de Israel não tinha abdicado de Sua posição e estava disponível para ser consultado verdadeiramente.

1.4 A determinação de Deus era que o rei devia morrer pelos seus pecados. Acazias buscara uma mensagem divina de um deus estrangeiro, mas acabou recebendo-a do próprio Deus.

1.5, 6 Os mensageiros do rei foram impedidos por Elias de completar sua missão. Deus não queria que uma mensagem enganosa encorajasse o perverso rei. O profeta já recebera a palavra do Deus vivo (v. 4)

1.7, 8 Apesar de vestido de pelos poder referir-se ao traje de Elias, a tradução usual homem peludo é defendida pelas versões antigas. Acazias sabia que o homem era seu oponente, Elias, o tisbita (1 Rs 17.1).

1.9, 10 Fogo do céu. Esta expressão poderia significar julgamento divino (Gn 19.24). Elias já havia pedido fogo dos céus em sua disputa com os profetas de Baal (1 Rs 18.36-38). Esse fogo foi como um raio. Baal não era o deus da tempestade, como era conhecido. O Deus de Israel era e é o Senhor da criação.

1.11-13 Cinquenta homens formavam uma unidade militar segundo a literatura do antigo Oriente Médio. Cada capitão de cinquenta se aproximava de Elias com um temor crescente do poder de Deus que se associava àquele profeta.

1.14-17 Assim, pois, morreu [Acazias], conforme a palavra do SENHOR, que Elias falara. A palavra profética se cumpriu como fora anunciada. A afirmação não tinha filho significava que a dinastia tinha acabado. Um rei chamado Jorão governou, então, os dois reinos.

1.18 O mais dos feitos de Acazias. Isso segue o padrão da época para se registrar os obituários dos reis do Reino do Norte.

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