Significado de 2 Reis 20

2 Reis 20

2 Reis 20 continua a se concentrar no reinado do rei Ezequias em Judá e nos eventos durante seu governo.

Ezequias fica gravemente doente e o profeta Isaías o informa que ele morrerá. Ezequias implora ao Senhor e chora e, em resposta, Deus lhe concede mais 15 anos de vida como sinal de Sua misericórdia. Como um sinal milagroso, a sombra do relógio de sol retrocede dez graus.

Durante esse tempo, Ezequias é visitado por enviados da Babilônia. Ezequias mostra a eles todos os seus tesouros, e Isaías profetiza que um dia esses tesouros e seus descendentes serão levados para a Babilônia.

A recuperação de Ezequias também é marcada por um sinal sobrenatural envolvendo um cataplasma de figos aplicado em seu furúnculo, o que leva à sua cura.

O capítulo termina com um breve resumo do reinado de Ezequias, incluindo sua morte e sepultamento. Ele é sucedido por seu filho Manassés.

Em resumo, 2 Reis 20 descreve a extensão da vida de Ezequias por meio da intervenção divina e os vários sinais que a acompanham. O capítulo destaca a soberania de Deus sobre a vida e a morte e Sua disposição de responder às orações sinceras de Seu povo. Também prenuncia o cativeiro babilônico e os eventos futuros que moldarão o destino de Judá.

Significado

20.1 A expressão naqueles dias designa o período do reinado de Ezequias. Enquanto muitos estudiosos entendem que os eventos do capítulo 20 aconteceram após os dos capítulos 18.13—19.37, a menção de Merodaque-Baladã (v. 12) tende a favorecer uma época anterior ao período em questão.

O autor dos livros dos Reis frequentemente escreve privilegiando os temas, em vez de a cronologia. Logo, antes de falar de outros eventos e de mencionar a invasão assíria que levou o infiel Reino do Norte à queda (2 Rs 18.9-12), o autor deve ter escolhido discutir o famoso livramento do Reino do Sul da ameaça assíria em virtude da confiança que Ezequias depositou em Deus (2 Rs 18.13— 19.37).

20.2, 3 Contraste a ação do enfermo Ezequias com a de Acazias, em 2 Reis 1.1,2. Ezequias era um grande homem de oração (19,1,14,15). A oração desse rei reconheceu que, apesar de a vida estar nas mãos de Deus, o Senhor é também um recompensador dos que o servem fielmente (Dt 5.30-33;30.15,16), por isso Ezequias disse andei diante de ti em verdade. O hábito de oração de Ezequias mais uma vez o favoreceu (v. 5,6;19.14-19).

20.4-6 O padrão de revelação divina a Ezequias se dava pelo profeta Isaías (2 Rs 19.20); compare também a palavra de Deus por intermédio de Jonas ao rei Jeroboão II (2 Rs 14-25). Nos versículos em questão, de acordo com a declaração ampararei esta cidade, o Senhor prometeu livramento a Jerusalém.

20.7, 8 A prática de aplicar pasta de figos a ferimentos com inflamação pode ser verificada em registros do antigo Oriente Médio, mencionados já na época das tábuas Ras Shamra (de Ugarit) do segundo milênio a.C.

20.9-10 Mais uma vez o Senhor providenciou um sinal de Sua intervenção soberana (2 Rs 19.29-31). Diferente de seu pai, Acaz, que não dava importância a sinais divinos (Is 7.12), Ezequias aceitou o sinal com fé (v. 10,11). A confiança deste rei no Senhor (2 Rs 18.5) se sobressaiu constantemente durante o seu reinado.

20.11, 12 Merodaque-Baladã, também conhecido como Berodaque-Baladã, foi um rei caldeu que por duas vezes governou a Babilônia (721—710, 703 a.C.). Eterno inimigo dos assírios, ele foi derrotado duas vezes por eles e expulso da Babilônia. Sua busca por aliados em resistência à Assíria deve ter movido a embaixada a Ezequias, especialmente porque Merodaque havia ouvido acerca do livramento miraculoso de Ezequias das mãos do exército assírio (2 Cr 32.31).

20.12-15 Uma das notáveis características da Bíblia é que ela não encobre os defeitos dos seus melhores heróis ou de suas heroínas. Este relato da tolice de Ezequias sucede à narrativa da sua grande confiança no Senhor (v. 1-11).

20.16-18 As mensagens de julgamento de Isaías eram tão importantes quanto as suas mensagens de misericórdia (capítulos 19;20.1-11). A recepção entusiasmada de Ezequias dos embaixadores de Merodaque-Baladã e a revelação de sua riqueza a eles seriam lembradas no futuro, quando a Babilônia não fosse mais amiga de Judá, conforme as palavras de Isaías tudo [...] será levado para Babilônia. Mesmo antes desse evento (586 a.C.), o filho de Ezequias, Manassés, foi levado para a Babilônia por um rei assírio (2 Cr 33.11). Isaías apontou a tolice de Ezequias.

20.19 Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Apesar de Ezequias ter identificado que a terrível profecia de Isaías seria para o futuro, ele humildemente reconheceu sua tolice de pôr o seu povo em perigo.

20.20, 21 A piscina e o aqueduto. Ezequias cavou um túnel entre a fonte de Giom e a piscina (ou tanque) de Siloé a fim de levar água para dentro dos muros de Jerusalém, pelo lado leste, um feito de fundamental importância na época do cerco. Foi algo notável. Os trabalhadores escavaram de extremidades opostas através de 1777 pés de rocha, seguindo um padrão de duplo s. A engenharia, que consistiu em seguir as fendas na pedra calcária, surpreende quem a comprova com os próprios olhos até hoje.

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