Significado de 2 Reis 2

2 Reis 2

2 Reis 2 relata os eventos dramáticos que cercam a partida do profeta Elias e a transição de seu manto profético para Eliseu.

Enquanto Elias e Eliseu viajam de Gilgal para Betel, Jericó e o rio Jordão, Eliseu expressa sua determinação de ficar com Elias até o fim. No Jordão, Elias golpeia a água com seu manto, e o rio se abre milagrosamente, permitindo que eles atravessem em terra seca.

Elias pergunta a Eliseu o que ele deseja antes de sua partida, e Eliseu pede uma porção dobrada do espírito de Elias. Elias afirma que se Eliseu testemunhar sua partida, seu pedido será atendido. Enquanto eles continuam conversando, uma carruagem de fogo e cavalos de fogo aparecem, separando-os, e Elias é levado para o céu em um redemoinho. Eliseu testemunha isso e recebe o manto de Elias, simbolizando a passagem de sua autoridade profética.

Eliseu usa o manto para abrir o rio Jordão novamente, demonstrando que herdou o espírito de Elias. Os filhos dos profetas reconhecem o novo papel de Eliseu como profeta.

Eliseu realiza seu primeiro milagre purificando uma fonte em Jericó e lida com jovens zombeteiros que o chamam de “careca”, fazendo com que ursos saiam da floresta e os ataquem. Eliseu então retorna a Betel, onde é reconhecido como sucessor de Elias.

Em resumo, 2 Reis 2 narra os eventos significativos da partida de Elias e a transferência de seu manto profético para Eliseu. O capítulo enfatiza a continuidade espiritual entre esses dois profetas e destaca a transição de liderança no ministério profético. Também destaca o novo papel de Eliseu e a confirmação de sua autoridade por meio de ações milagrosas.

Significado

2.1-4 Gilgal, Betei e Jericó eram prováveis centros de atividade profética que buscavam a liderança de Elias. Gilgal e Betei, no século seguinte, tornaram-se núcleos de idolatria pagã (Os 4.15;9 .15; 12.11; Am 4-4;5.5); lugares onde se adorava a Deus se transformaram em locais em que predominavam os falsos ensinamentos e a apostasia.

2.1 Havendo o SENHOR de elevar a Elias num redemoinho ao céu. A história que se segue é tão extraordinária que o narrador apresenta o desfecho de antemão.

2.2-6 Fica-te aqui. As três ocorrências dessa situação se parecem com o que é apresentado no capítulo 1 (as três tropas de cinquenta soldados que foram prender Elias). Eliseu, proferindo a expressão vive o SENHOR, fez uma promessa solene por três vezes nesses mesmos versículos; ele determinou que permaneceria com o seu mestre Elias, independente do que acontecesse.

2.3-7 Tomará. O mesmo verbo hebraico é usado para designar a entrada de Enoque no céu (Gn 5.24). A obra que Deus estava prestes a fazer tinha sido divinamente revelada a muitos dos Seus servos (2 Rs 2.3,5). Esse vasto conhecimento do propósito de Deus evitaria que, mais tarde, cínicos negassem que o evento tivesse acontecido. No tocante à resposta de Eliseu aos profetas, calai-vos, não há um motivo claro para essa atitude grosseira dele.

2.8 Elias e Moisés, quanto à sua vida e ao seu ministério, mantinham uma estreita relação. Ambos foram os maiores profetas de Israel. Assim como Moisés dividira as águas do mar Vermelho no último ato que libertou Israel das garras de Faraó (Êx 14), Elias dividiu as águas do Jordão (v. 7,13), em algum lugar próximo a Jericó. A diferença é que Elias não se utilizou do poder de Deus como um grande milagre redentor, como Moisés, mas como uma demonstração casual da autoridade divina, enquanto seguia o seu caminho.

2.9 Porção dobrada. Apesar de as narrativas relatarem duas vezes mais milagres por intermédio de Eliseu do que de Elias, não foi nesse sentido que Eliseu pediu isso. Na verdade, ele desejava ser o sucessor espiritual de Elias (Dt 21.17). Também não era porção dobrada dos bens de Elias o que Eliseu almejava, mas porção dobrada do seu espírito. Naquela época, o principal herdeiro recebia uma porção dobrada dos bens de seu pai. O que Eliseu queria era que o mesmo princípio das coisas materiais se desse com as espirituais. Naquela localidade, havia muitos outros profetas. Todos seriam herdeiros de Elias. E qualquer um deles poderia tornar-se o sucessor de Elias na liderança. Mas o pedido de Eliseu era que ele simplesmente fosse o homem de Deus que seguiria os passos de Elias.

Pode-se afirmar isso pelo estilo de vida de Eliseu. Longe de ser um pedido orgulhoso ou egoísta, a petição de Eliseu reflete seu humilde reconhecimento de que o ministério de Elias deveria continuar por intermédio dele, o que exigiria poder espiritual dado por Deus.

2.10 Se me vires. Não há como saber por que isso era importante. Talvez se tratasse de uma questão de persistência (v. 2,4,6).

2.11 Em uma das cenas mais dramáticas da Bíblia, o céu se abriu, um carro de fogo com cavalos de fogo apareceu, um redemoinho soprou, e o profeta de Deus foi levado vivo para o céu. O fogo associado ao carro e aos cavalos indica a presença do Senhor, assim como os anjos dessa mesma natureza, os quais Isaías contemplou ao redor do trono de Deus (Is 6.2).

2.12 O termo pai neste versículo denota duas coisas: (1) mentor espiritual. Assim o era Elias para Eliseu; (2) a grandeza da reputação de Elias. Eliseu também é chamado de pai quando morre (2 Rs 13.14). Nessa ocasião, isso foi um verdadeiro tributo a Elias. As ações seguintes de Eliseu indicaram sua tristeza pela perda do seu mestre espiritual e amigo.

2.13 Levantou a capa. Elias já tinha lançado sua capa sobre Eliseu num ato simbólico outrora (1 Rs 19.19). Nesse momento, Eliseu tomou posse da condição e do ministério proféticos que a capa representava.

2.14 A capa era somente um símbolo, mas, nas mãos de Elias, foi um instrumento para que o poder do Deus vivo se manifestasse. A capa foi para Elias o que a vara foi para Moisés e Arão (Êx 4.1-9;7.9). Para Eliseu, ela funcionou da mesma forma.

2.15 O espírito de Elias. Os profetas testemunharam tanto o milagre de Elias (v. 8) como o de Eliseu. Assim, houve a certeza de que este seria o sucessor daquele. Os homens de Deus se prostraram diante dele em terra, não em adoração, mas em respeito e submissão à vontade do Senhor.

2.16 Cinquenta homens valentes. Grupos de cinquenta homens eram frequentemente usados em árduas missões (2 Rs 1.9-15). Neste caso, eles decidiram empreender uma busca por Elias. Mesmo tendo recebido uma revelação de Deus de que Elias fora levado para o céu (2 Rs 2.3), esses homens foram checar com os seus próprios olhos para ver se Elias se encontrava nas redondezas.

2.17, 18 Até se enfastiar. Apesar de estas palavras indicarem que Eliseu sentiu vergonha da descrença de seus discípulos, o uso delas aponta que o profeta estava exausto, sem disposição alguma para resistir (2 Rs 8.11; Jz 3.25). Assim, ele acabou cedendo ao pedido de seus servos.

2.19-22 O primeiro milagre de Eliseu autenticou seu chamado como o principal sucessor de Elias (v. 14). O segundo milagre, de purificar as águas de Jericó, foi intencional e melhor. Ele também mostrou o poder de Deus com respeito à água, que é essencial à vida (1 Rs 17.1).

2.20 Eliseu promoveu uma cerimônia de purificação (Lv 2.13; Nm 18.19). O sal colocado numa salva nova e jogado no manancial simbolizou a purificação da água para sua utilização.

2.21, 22 O milagre foi feito em nome de Deus; Eliseu foi somente o Seu instrumento. As águas ficaram sãs até ao dia de hoje, ou seja, o dia em que se fez este registro.

2.23-25 O terceiro milagre de Eliseu foi punitivo e julgador, visto que os profetas eram instrumentos tanto da graça como da ira de Deus.

2.23, 24 Sobe, calvo. Enquanto a severidade da sentença do profeta tem sido questionada, o que se pode mesmo constatar nesta passagem é a descrença dos jovens com relação à subida de Elias ao céu (v. 11), bem como o desrespeito deles por Eliseu, um profeta de Deus. Mas o Senhor não tolerou blasfêmia contra Ele por meio do menosprezo à partida de Elias, ou do abuso contra o Seu profeta, que foi chamado para tão importante missão no crítico período histórico em que Israel se encontrava.

2.25 Eliseu fez morada no monte Carmelo (2 Rs 4.25) e também em Samaria (2 Rs 5.3).

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