Significado de 2 Reis 14

2 Reis 14

2 Reis 14 continua a detalhar os reinados dos reis de Judá e Israel, com foco em Amazias em Judá e Jeroboão II em Israel.

Amazias torna-se rei de Judá após a morte de seu pai Joás. Ele começa seu reinado executando aqueles que assassinaram seu pai, mas poupa seus filhos de acordo com a lei de Moisés. Amazias desafia os edomitas para a batalha e sai vitorioso, mas então desafia o rei de Israel, Jeoás (não confundir com Jeoacaz ou Jeoás de Judá). Jeoás avisa Amaziah para não provocar mais conflitos, mas Amaziah persiste e eles se envolvem na batalha. Israel derrota Judá, faz reféns e saqueia o templo e os tesouros reais.

O capítulo então muda para o reinado de Jeroboão II em Israel. Ele reina por quarenta e um anos e continua as práticas pecaminosas dos reis anteriores. Apesar disso, Deus mostra misericórdia a Israel usando Jeroboão II para restaurar as fronteiras e o poder de Israel. O profeta Jonas (não o mesmo Jonas do Livro de Jonas) faz uma profecia do sucesso de Jeroboão II.

O capítulo termina com um resumo dos eventos e realizações do reinado de Jeroboão II e dos reinados dos reis de Judá e Israel até suas mortes.

Em resumo, 2 Reis 14 destaca os reinados de Amazias em Judá e Jeroboão II em Israel. O capítulo descreve as vitórias e derrotas de Amazias, sua arrogância e as consequências de suas ações. Também retrata a misericórdia de Deus para com Israel, apesar de sua contínua desobediência e ressalta a natureza cíclica da história dos israelitas.

Significado

14.1-3 O nome Amazias significa o Senhor é poderoso. Amazias fez o que era reto aos olhos do SENHOR. Ele foi um dos poucos reis justos no reino de Judá. Os melhores monarcas foram Ezequias (2 Rs 18.1) e Josias (2 Rs 22.1). Quanto aos trechos Davi, seu pai [...] Joás, seu pai, ambos são um bom exemplo de diferentes usos da palavra hebraica para pai. Ela pode denotar uma ancestralidade remota ou imediata.

14.4 Assim como seu pai Jeoás antes dele (2 Rs 12.3), Amazias permitiu a adoração nos altos. Esta prática desencadeou a idolatria nos reinados dos reis subsequentes (2 Rs 16.4;21.3).

14.5, 6 Matou os seus servos. Os principais estão elencados em 2 Reis 12.20,21. Estes homens foram culpados de assassinar o pai de Amazias, Joás, e devem ter se constituído numa ameaça ap reino de Amazias. Preocupado em agir de acordo com o livro da Lei de Moisés, Amazias observou a ordenação que consta em Deuteronômio 24.16.

14.7 Um relato mais detalhado dessa derrota dos edomitas é encontrado em 2 Crónicas 25.5-13. Edom reconquistou sua independência durante o reinado de Jeorão (2 Rs 8.20-22). A conquista de Amazias da cidade formidável de Sela, no vale do Sal, foi monumental. No entanto, em vez de reconhecer a mão de Deus nisso, Amazias se tornou orgulhoso e comprometeu sua espiritualidade (2 Cr 25.14-16).

14.8 Vejamo-nos face a face. O orgulho de Amazias por sua conquista (v. 10) e a sua ira contra o roubo das cidades da Judéia por mercenários israelitas dispensados depois da campanha edomita (2 Cr 25.6-10,13) turvaram seu pensamento.

14.9, 10 Jeoás respondeu a Amazias utilizando-se de uma fábula — um tipo de história com o objetivo de ensinar uma moral. Referindo-se a Amazias como um cardo, em comparação com o cedro do Líbano, Jeoás tentou ajudar Amazias a atribuir uma construção mais realista à sua recente vitória.

14.11 Bete-Semes. O nome desta cidade significa casa do sol e indica que já existiu um templo para o deus sol na época dos cananeus. Bete-Semes se localizava no vale de Soreque, cerca de 15 milhas a oeste de Jerusalém. Foi a cidade de onde a arca consagrada foi levada (1 Sm 6.10—7.2) quando retornou às mãos israelitas após suas “peregrinações” entre os filisteus. A tragédia da batalha entre Amazias e Jeoás foi ainda mais grave pelo fato de o orgulhoso Amazias ter forçado um confronto em seu próprio território, Judá.

14.12 Judá foi ferido. As tropas de Jeoás eram compostas por guerreiros experientes que já haviam derrotado os siros (2 Rs 13.25). O orgulho de Amazias decretou não somente a sua queda (v. 13), mas também a da sua cidade capital (2 Rs 14-13,14). A sentença e fugiu cada um para a sua tenda é uma expressão idiomática usada para descrever uma completa derrota (2 Sm 18.17).

14.13 O dano aos muros do norte de Jerusalém se estendeu da porta da esquina, na esquina ao noroeste do muro da cidade, até a porta de Efraim, ao leste. A esquina ao noroeste de Jerusalém sempre fora o ponto mais vulnerável da cidade (2 Rs 18.17). Uma brecha no muro de quatrocentos côvados (600 pés) era um grande espaço para o exército invasor entrar.

14.14-16 E tomou todo o ouro, e a prata, e todos os utensílios. O roubo de objetos preciosos do templo e do palácio — a casa do rei — mostra a humilhação que Judá sofreu como resultado da desastrosa guerra instigada pelo orgulho de Amazias. Além de bens, pessoas também foram tornadas reféns pelo rei de Israel. Jeoás voltou para Samaria porque sua intenção não tinha sido ocupar território estrangeiro.

14.17, 18 A informação de que Amazias viveu quinze anos sugere que ele foi liberto após a morte de Jeoás por um período adicional (782—767 a.C.). Neste caso, ele reinou ao lado de seu filho Azarias (ou Uzias), cujo reinado de 52 anos começou em 792 a.C. (2 Rs 15.2).

14.19, 20 Amazias não só procedeu como seu pai (2 Rs 14.3), mas também morreu da mesma forma que ele, nas mãos de um assassino (2 Rs 12.20,21). Laquis, local onde esse evento ocorreu, era uma das cidades guardiãs de Jerusalém, cerca de 30 milhas a sudoeste da capital. Foi sitiada por Senaqueribe em 701 a.C., na época de Ezequias (2 Rs 18.13-17).

14.21 O jovem Azarias, também conhecido como Uzias, sucedeu a seu pai, Amazias (2 Rs 15.1-7).

14.22 Elate é o famoso porto no golfo de Acaba. Durante o reinado de Acaz, esse local foi tomado por Rezim de Arã e tornou-se território edomita (2 Rs 16.6).

14.23 Jeroboão foi o segundo rei de Israel a ter esse nome. Jeroboão I foi o fundador do Reino do Norte na época da morte de Salomão (930 a.C.; 1 Rs 11; 12). Jeroboão II reinou durante um longo período, 41 anos, nos quais dez anos atuou como corregente com seu pai, Jeoás (792—782 a.C.).

14.24 Fez o que era mal aos olhos do SENHOR. A avaliação do reinado de Jeroboão é como a de todos os reis de Israel, salvo a que foi conferida à casa de Acabe (2 Rs 10.29-31).

14.25 Restabeleceu os termos de Israel. A primeira metade do século 8 a.C. foi um período de prosperidade e força para os Reinos do Norte e do Sul. Jeroboão II estendeu a autoridade de Israel da entrada de Hamate, no lado leste do Jordão, até o extremo sul do mar Morto. Como Azarias também fez campanha no território sulista, os dois reinos deviam estar vivendo em harmonia e desfrutando da cooperação mútua.

O restabelecimento dos limites israelitas fora profetizado por Jonas. Mais uma vez um profeta de Deus orientou um rei. A referência a Jonas neste versículo prepara o contexto histórico para a narrativa sobre o famoso profeta.

14.26,27 Nem havia [...] quem ajudasse a Israel. O Deus vivo viu que Seu povo precisava da Sua ajuda. Por isso, agiu em favor dos israelitas. O Senhor usou Jeroboão II para conduzir Israel a um novo período de exaltação.

14.28 As Escrituras enfatizam o poderio militar de Jeroboão. Contudo, o poder desse rei também se refletia na economia. A renomada Ostraca Samaritana [pedaços de cerâmica com inscrições em hebraico], que possivelmente data desse período, relata a entrega de azeite fino e de cevada produzidos em terras reais a Samaria.

14.29 O breve reinado de Zacarias está registrado em 2 Reis 15.8-12. Ele foi o quarto na linhagem de Jeú a reinar em Israel, em cumprimento à graciosa promessa de Deus a Jeú (2 Rs 10.30).

Índice: 2 Reis 1 2 Reis 2 2 Reis 3 2 Reis 4 2 Reis 5 2 Reis 6 2 Reis 7 2 Reis 8 2 Reis 9 2 Reis 10 2 Reis 11 2 Reis 12 2 Reis 13 2 Reis 14 2 Reis 15 2 Reis 16 2 Reis 17 2 Reis 18 2 Reis 19 2 Reis 20 2 Reis 21 2 Reis 22 2 Reis 23 2 Reis 24 2 Reis 25